O aumento do número de mulheres trabalhando na advocacia no País é o principal fato a comemorar neste Dia Internacional da Mulher (celebrado em 8 de março), segundo observou ontem (07) o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato. Conforme os dados do Conselho Federal da OAB, dos 514.658 profissionais da advocacia cadastrados atualmente, 223.781 são do sexo feminino, o que representa 43,5% do total da categoria em todo o Brasil. "Essa crescente participação da mulher no mercado de trabalho insere-se nas conquistas obtidas arduamente ao longo dos anos; galhardamente, as mulheres vêm ganhando maior destaque não só na advocacia e na cena do Judiciário, mas em toda a vida profissional brasileira", assinalou Roberto Busato. Ele criticou todavia o fato de que as mulheres, mesmo conquistando maior espaço no campo profissional, ainda são tratadas em vários segmentos com desigualdades e discriminação, sendo também vítimas preferenciais da violência. A maior participação das mulheres na advocacia, conforme observou Busato, segue a tendência do mercado de trabalho no Brasil e no mundo, onde muitas delas ingressaram a partir das últimas duas décadas. Na área do Direito, esse crescimento é observado mais acentuadamente entre recém-formados e jovens profissionais, sobretudo nas grandes áreas urbanas do País. Em São Paulo, por exemplo - Estado que detém o maior número de advogados no País - existem hoje cerca de 190 mil profissionais dessa área, sendo que 100 mil são do sexo masculino e aproximadamente 80 mil, do sexo feminino. Se na totalidade, os homens ainda são maioria na advocacia paulista, na faixa etária dos 21 aos 35 anos, as mulheres já são em maior quantidade, indicando que a participação feminina no futuro da profissão tende a ser ainda mais expressivo. O presidente nacional da OAB chama também a atenção para o fato de que, na advocacia, o trabalho da mulher tem ganhado relevância sobretudo em ações cuja sensibilidade é mais exigida, embora ela esteja apta a desenvolver suas atividades em qualquer campo profissional do Direito. Mas as áreas que sinalizam a maior presença feminina na advocacia são relacionadas ao Direito de Família, a exemplo de processos envolvendo criança, adolescentes e os pais. Ao lado do forte aumento da participação feminina registrado pelos escritórios de advogados, uma outra área é apontada pelo presidente da OAB como tendente à absorção crescente de mulheres advogadas: a carreira pública. Ele observa que tem crescido significativamente o número de advogadas nos cargos da magistratura e no Ministério Público nos últimos anos. A título de exemplo, Busato lembra que dados da Justiça do Trabalho indicam que mulheres já ocupam 43% dos seus postos, sendo 37% nos Tribunais Regionais do Trabalho. "Essa performance se repete em outras áreas do Judiciário", disse. Busato destacou que esse papel exercido pelas mulheres na prestação da Justiça brasileira muitas vezes não tem sido valorizado ou compreendido em suas devida importância. Nesse sentido, condenou as discriminações de que as mulheres ainda são alvos, atingidas ainda hoje por violações às suas prerrogativas profissionais, especialmente na advocacia criminal, onde muitas vezes enfrentam o mau tratamento nas delegacias e o menosprezo e falta de urbanidade de muitos juízes. "Estamos sempre solidários a essas companheiras e reforçando a luta por um futuro mais digno nesse Dia Internacional da Mulher", afirmou Busato. Distribuição do número de advogados brasileiros por sexo em cada Estado Feminino: AC 447 AL 1328 AM 1120 AP 280 BA 5614 CE 3611 DF 5376 ES 2245 GO 5558 MA 1332 MG 16311 MS 2395 MT 2773 PA 2939 PB 1693 PE 5315 PI 839 PR 12052 RJ 46933 RN 1465 RO 816 RR 162 RS 17041 SC 4302 SE 939 SP 80279 TO 616 Masculino: AC 792 AL 2219 AM 1438 AP 376 BA 7327 CE 5125 DF 7864 ES 3695 GO 7777 MA 2205 MG 26145 MS 3469 MT 3538 PA 3677 PB 3126 PE 7153 PI 1537 PR 12360 RJ 53537 RN 2335 RO 1046 RR 233 RS 22296 SC 7802 SE 1180 SP 100170 TO 851 Não Informados: DF 2 GO 1 PA 1 RJ 655 SP 945 Fonte: Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
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