Noites Brancas, espetáculo teatral adaptado do clássico de Fiódor Dostoievski (1821-1881), escrito em 1848, narra o encontro entre a jovem Nástenka e um homem sonhador, numa noite clara e maravilhosa, propícia para os encontros amorosos. O texto traz um Dostoievski romântico, afastado, temporariamente, de seus temas naturais e sombrios. Estrelada por Débora Falabella e Luiz Arthur, a adaptação de Edmundo Novaes Gomes, tem a direção de Yara de Novaes. A estréia da peça em Caraguatatuba acontece em 18 de março, sexta-feira, às 21h, no Teatro Governador Mario Covas (Av. Goiás, 187- Indaiá - às margens do Rio Santo Antônio). A peça estreou há mais de um ano em Belo Horizonte - onde nasceram os protagonistas, a diretora e o adaptador -, foi apresentada em turnê em várias cidades brasileiras e acaba de cumprir temporada no Rio de Janeiro. Recebeu diversos prêmios em Belo Horizonte, entre eles, de atriz, ator, direção e espetáculo. Débora Falabella é a jovem Nástenka, recém-saída da adolescência, uma personagem com forte brilho, que vive, tediosamente, ao lado da avó cega e da criada surda. Por isso, se entrega facilmente a qualquer emoção que possa libertá-la do ambiente ao qual está submetida. O solitário que Nástenka encontra, interpretado por Luiz Arthur, busca, não a felicidade eterna, mas um instante feliz que justifique toda a sua existência. A encenação e a adaptação deste conto foram compostas pensando na especificidade da linguagem teatral. O que se vê no palco é o resultado de uma intensa experimentação física, emocional e intelectual, que dá vida a um clássico da dramaturgia mundial, que já foi levado ao cinema por ninguém menos que o diretor italiano Luchino Visconti. Dirigida por Yara de Novaes, "Noites Brancas" é uma história de amor, sonho e solidão. A adaptação do texto para teatro é do jornalista, escritor, professor e doutorando em literatura brasileira pela PUC-MG Edmundo Novaes Gomes. A produção é da Odeon Companhia Teatral, e é uma realização da Débora Falabella e da MESA 2 Produções , empresa responsável pela carreira da atriz. Débora Falabella - atriz "Tive convites para encenar outros textos, mas não queria fazer teatro por fazer. Esse texto de Dostoievski é muito bonito e romântico, mas tem uma dureza própria do autor. Nástenka apesar de ser uma adolescente prática, que quer coisas concretas, é também uma sonhadora. Identifiquei-me com ela porque também tenho essa coisa do sonho. A Nástenka sonha com uma pessoa real, vai atrás de seu sonho e quer realizá-lo para livrar-se da sua dura realidade. Fico me perguntando se ela não seria apenas fruto da imaginação do sonhador, que é quem narra toda a história", explica Débora. Débora Falabella começou sua carreira aos 14 anos. No primeiro teste na Rede Globo, em 1997, ganhou o papel de Antonia, irmã de um rapaz envolvido com drogas, em "Malhação". Em 1999, participou do seriado "Mulher", interpretando Aninha, uma adolescente às voltas com a sua "primeira vez" e, logo depois, trabalhou na novela "Chiquititas", como Estrela, uma jovem defensora da ecologia. Em 2000, de volta à Rede Globo, protagoniza a novela "Um Anjo Caiu do Céu". Mas, foi interpretando a adolescente Mel, da novela "O Clone" (2001/2002), que conquistou popularidade nacional e o respeito da crítica. No cinema, recebeu o prêmio de melhor atriz do Festival de Brasília com o filme "Dois Perdidos numa Noite Suja" e "Lisbela e o Prisioneiro". Recebeu, ainda, o prêmio de Melhor atriz de curta-metragem nos Festivais de Gramado (Kikito) e Brasília (Candango), por sua atuação em "Françoise". Atualmente, grava a novela "Senhora do Destino" e está em cartaz com o filme "A Dona da História", da Globo Filmes, onde vive a protagonista juntamente com Marieta Severo e Rodrigo Santoro. Luiz Arthur - ator "Outro desafio é levar o público a acreditar na absoluta paixão do sonhador por Nástenka. Esse ser complexo que nem tem nome, não se materializa, não vive neste mundo, é um apaixonado que brinca, ironiza sua solidão. Ele vive tão refugiado no seu mundo onírico, que se vê assustado com a possibilidade de concretização de sua paixão". "É um personagem conflituoso, de extremos emocionais, que vai da tristeza ao humor, passando pela alegria", ele define. "Meu recurso para encenar esse personagem foi uma entrega total à direção da Yara e à minha parceira em cena. Isso só é possível com confiança total, e isso é o que não falta entre nós", completa o ator. Luiz Arthur é um dos mais respeitados jovens atores de Minas Gerais, Teve interpretações marcantes em montagens de textos clássicos como "Hamlet", de Shakespeare, "O Beijo no Asfalto", de Nelson Rodrigues, "Mão na Luva", de Oduvaldo Vianna Filho, "Bodas de Sangue", de García Lorca, "Aurora de Minha Vida", de Naum Alves de Souza, entre outras. Recebeu os prêmios de Melhor Intérprete do III Festival Nacional de Teatro - Vitória (ES) por "A Morte de DJ em Paris (2000), Prêmios Sesc/Sated e Amparc/Bonsucesso de Melhor Ator por "O Beijo no Asfalto" (1996) e também o Sesc/Sated de Ator Revelação por "Mão na Luva" (1995). Em 1998, Luiz Arthur participou da novela "Fascinação", de Walcyr Carrasco, no SBT. No cinema, participou de "Amor & Cia", de Helvécio Ratton, "O Circo das Qualidades Humanas", de Jorge Moreno e "Samba Canção", de Rafael Conde. Luiz Arthur é também professor de interpretação na Oficina de Teatro da PUC-MG. Yara de Novaes - diretora A diretora Yara de Novaes sonhava montar o texto por considerá-lo a porta de entrada para a obra do autor, e por ser a sua novela mais popular, lida por pessoas de todas as idades na Rússia. "A adaptação para teatro se explica, entre outros motivos, pelo artifício da divisão da história em noites emocionais, que acabam sendo cumulativas, mas que no fim dão em nada, o que resulta num belo recurso dramático", justifica. "O personagem masculino interpretado por Luiz Arthur é um sonhador, mas de natureza diferente da jovem Nástenka. Ele vive uma introspecção excessiva, porque não consegue lidar com o mundo real. Quando, numa noite, encontra Nástenka em lágrimas, parada numa ponte sobre um rio, mesmo sem conhecê-la, ele a elege personagem ideal de seus sonhos. Para ele, o sonho é a única condição de sobrevivência. A realidade não o interessa, por seu absoluto descompasso com a vida real", conclui a diretora. Yara de Novaes estreou em direção com "Casablanca Meu Amor", de Fernando Arrabal, montagem que lhe valeu o prêmio Fundacen de diretor-revelação (1989). Em 1999, recebeu o prêmio Sesc/Sated de melhor diretora por "Ricardo 3º", de William Shakespeare. Dentre seus espetáculos destacam-se "Manuel, o audaz", musical com roteiro de Fernando Brant (1990), "Senhora dos Afogados", de Nelson Rodrigues (1997), "A Aurora de Minha Vida", de Naum Alves de Souza (1997) e "A História do Zoológico", de Edward Albee (2001). Em cinema, fez direção de ator em "Françoise" e "A Hora Vagabunda", de Rafael Conde. É integrante da Odeon Companhia Teatral. Noites Brancas - Ficha Técnica - Autor: Fiódor Dostoiévski / Elenco: Débora Falabella e Luiz Arthur / Adaptação: Edmundo Novaes Gomes / Direção: Yara de Novaes / Assistente de direção e produção: Regina Célia / Cenário e Figurinos: André Cortez / Iluminação: Telma Fernandes / Assessoria de Movimento: Mônica Ribeiro / Preparação Vocal: Valéria Braga / Trilha sonora: Morris Picciotto / Produção: Odeon Companhia Teatral / Produção Executiva: Roberto Monteiro / Realização: MESA 2 Produções e Débora Falabella. Noites Brancas em Caraguatatuba Apresentações: 18, 19 e 20 de Março de 2005 , sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 18h Local: Teatro Governador Mario Covas (Av. Goiás, 187- Indaiá - às margens do Rio Santo Antônio) Lotação: 600 lugares Duração: 70 minutos Preço: R$ 20,00 (inteira) - R$ 10,00 (meia) Central de vendas e informações: (12) 3881-2623 - de terça a domingo, das 11h às 19h Bilheteria: aberta de terça e domingo das 14h às 20h, ou até o início do espetáculo, pagamento em cheque ou dinheiro Classificação etária: Livre Patrocinador: Bandeirante Energia
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