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SEÇÃO
Economia e Negócios
03/09/2013 - 18h01
Refém da Selic
Fabio Arruda Mortara
 

Nos últimos meses, a cada reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, tem sido preocupante constatar que o governo, em decorrência de equívocos na política econômica, vai se tornando refém da Selic como mecanismo de controle da inflação. De fato, no presente cenário, parece não haver outro recurso para conter a alta generalizada dos preços senão o aumento da taxa básica de juros, por mais prejudicial que a medida possa ser para outros indicadores, em especial o crescimento do PIB.

Ao insistir em erros como não reduzir os gastos públicos, segurar indefinidamente os reajustes da gasolina e outros combustíveis, que deverão ter aumento abrupto até o final do ano, e atuar timidamente no resgate da competitividade da indústria, mitigando a entrada de dólares das exportações de manufaturados, o governo tornou-se dependente dos juros. Não lhe resta outro mecanismo, a não ser o aumento da taxa básica, para conter o dragão da maldade da inflação. É um amargo remédio para tratar as feridas abertas pelos vários tiros no pé que a política econômica vem disparando.

Para se conter a inflação, o mais urgente seria resgatar a competitividade da indústria, pois a forte pressão sobre os preços resulta de demanda aquecida. Estamos pagando em dólar por boa parte dos manufaturados que compramos no varejo, que são importados. Nosso consumo segue aquecido, mas cada vez mais abastecido por produtos fabricados no exterior. Os ônus do Custo Brasil, impostos exagerados, burocracia e distorções como o crescimento dos salários descolado da produtividade continuam inviabilizando nossa indústria na competição com empresas concorrentes de países nos quais os custos para produzir são menores.

O ideal, neste momento, seria um choque de competitividade, o que incluiria carrear recursos do custeio para investimentos públicos produtivos, aumentar o superávit primário e desonerar de modo equilibrado toda a produção industrial, com estímulos para todos os segmentos e não apenas alguns. Para isso, é necessário ampliar a desoneração da folha de pagamentos e a redução de impostos para mais setores industriais, em especial aqueles cujos produtos têm peso significativo no orçamento das famílias e na composição do IPCA.

Exemplos são os livros e embalagens de alimentos e medicamentos, que são essenciais. Chegamos ao cúmulo de assistir a centenas de toneladas de livros brasileiros sendo impressos na China. Estamos falando de produtos impressos que poderiam muito bem ser supridos pelo parque gráfico nacional, constituído por 20 mil empresas que empregam cerca de 230 mil trabalhadores.

Com uma estratégia mais eficaz para resgatar a competitividade, economia de recursos e melhor gestão fiscal, seriam criadas condições para que a Selic estivesse em patamares bem mais baixos. No entanto, ao negligenciar medidas dessa natureza, há tempos reclamadas pela sociedade, o governo precisa recorrer à velha fórmula do juro alto para impedir o mal maior da inflação.


Nota do Editor: Fabio Arruda Mortara, empresário, é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (ABIGRAF Nacional) e do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (SINDIGRAF).

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