Depois de anos de estudo, finalmente chega o grande dia da formatura. Alegria, expectativa e ansiedade tomam conta do jovem que sonhou com o momento de ser independente e construir uma carreira de sucesso. No entanto, ter o diploma nas mãos não é garantia imediata de emprego. Com o mercado de trabalho cada vez mais concorrido, é preciso “construir” o caminho profissional. E o desafio começa na busca da primeira colocação. Afinal, durante a vida acadêmica ninguém ensina uma questão importante: como buscar o primeiro emprego?

A psicóloga, palestrante e diretora executiva de Recursos Humanos Gisele Meter desenvolveu 10 passos para orientar os jovens recém-formados a iniciar a carreira. “Estes conselhos não me foram dados, mas aprendidos pela experiência. Creio que se tivesse seguido algumas dessas recomendações no início de minha carreira, muitos caminhos teriam sido mais tranquilos”, diz.

O primeiro passo, segundo Gisele, é definir o próprio conceito do que seja sucesso. “Todos têm uma definição que parece comum para a grande maioria, mas se pensarmos mais sobre o assunto, vemos que o que é sucesso para uma pessoa pode não ser para outra.” Alguns acreditam que é ter retorno financeiro; outros, que é ser reconhecido e outros, ainda, que é fazer o que gosta. “Ter claro qual é a motivação para o sucesso, ajuda a manter o foco”, orienta.

Aprender a fazer networking (rede de contatos) é o segundo passo sugerido pela psicóloga. “Este é um fator essencial para quem quer se destacar. Fazer networking é até fácil, porém, o grande segredo está em manter o relacionamento de forma que possa agregar valor a sua carreira”. Ela enfatiza que nem sempre esse relacionamento está ligado a questões financeiras, pois pode-se aprender muito com um contato, estabelecer parcerias ou mesmo conhecer outros profissionais por meio de um networking bem feito. “O que sugiro é que, ao receber um cartão ou trocar e-mails, não demore a retornar, dando início à conversa, fortalecendo, assim, a sua rede.”

O próximo passo sugerido pela especialista em gestão de pessoas diz respeito ao autoconhecimento. “Não se deve ser exigente demais consigo mesmo”, aconselha Gisele Meter. Devemos estar atentos às procrastinações, adiamentos e busca por resultados cada vez mais eficazes. No entanto, a questão é quando isso foge ao controle. “Exigir-se em demasia, pode provocar uma série de obstáculos na vida profissional, causando insegurança, frustração e até mesmo problemas de saúde como a Síndrome de Burnout, também chamada de síndrome do esgotamento profissional”.

O quarto conselho da consultora é bem simples: pergunte! “Perguntar é uma grande ferramenta para crescer profissionalmente de forma adequada, pois nos direciona exatamente para o alvo certo, poupa tempo e reduz a angústia de ficar quebrando a cabeça em algo que não sabe”, argumenta. E acrescenta: “Ninguém vai achá-lo idiota por perguntar, porém, há grandes chances de parecê-lo caso não tire suas dúvidas”.

Eleger um mentor é o quinto passo sugerido por Gisele. “O mentor é aquela pessoa que nos ajuda a desenvolver o potencial e impacta positivamente em nossas escolhas. Ao mesmo tempo, sabe ser firme quando necessário”, define. No entanto, este é único passo que não depende exclusivamente do profissional. “Não se pode pedir que alguém seja nosso mentor, isso acontece naturalmente, mas é preciso estar atento para identificá-lo.”

Ler conteúdos interessantes, não apenas relacionados à carreira, mas sobre os mais diversos assuntos, é o sexto passo sugerido pela psicóloga. “Ler um livro de ficção ou poesia, por exemplo, pode despertar um grande potencial criativo e também ampliar o conhecimento acerca de diversos temas”, exemplifica.

A sétima orientação está relacionada à sensibilidade. “Deve-se identificar oportunidades. Saber ‘ler’ o ambiente, estar atento a sua volta, focado e alerta aos sinais do mercado e buscar chances favoráveis”.

Para quem deseja o melhor profissionalmente, estudar deve ser um trabalho contínuo e, neste caso, o oitavo passo. “Formar-se não implica automaticamente em abandonar os estudos, muito pelo contrário”, diz. Ela lembra que num mundo onde o conhecimento evolui muito rapidamente, manter-se atualizado é condição fundamental para quem deseja crescer profissionalmente.

Aceitar desafios é o nono indicado da psicóloga, destacando que este conselho está diretamente relacionado à autoconfiança. “Estar confiante na medida certa instiga e demanda maior empenho e dedicação, aumentando a expertise de cada um”, afirma. Mas, é preciso saber quais desafios valem mesmo a pena.

Finalmente, mas não menos importante, a consultora aponta como décimo passo, aprender a lidar com a ansiedade. “A ansiedade fecha canais de comunicação e percepção, impedindo o avanço no tempo adequado. Por isso, é necessário saber qual é o ‘timing’ de cada situação e entender que nem tudo ocorre no tempo que desejamos”.