18/08/2025  12h50
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Economia e Negócios
21/11/2013 - 18h01
A privacidade como diferencial competitivo
Eder A. Pereira de Souza
 

Nesses últimos meses um dos assuntos mais comentados da mídia foi a espionagem executada pela NSA e pelo governo americano. Além de autoridades e políticos brasileiros, empresas como a Petrobras, tiveram seus dados monitorados e provavelmente analisados.

O ponto é que, apesar de toda repercussão que o fato gerou e está gerando, isso não é uma novidade para muitos e já foi apresentado até em livros de ficção, como Fortaleza Digital, de Dan Brown.

Espionagem eletrônica é uma técnica utilizada há anos, algo natural nesse meio, pois estamos presenciando uma migração maciça das informações que anteriormente estavam suportadas e acondicionadas em meios físicos, tais como papeis, gavetas, armários e para o suporte eletrônico, que agora, possibilita o acondicionamento dessas informações em banco de dados, sistemas de armazenamento de arquivos na nuvem, discos rígidos e removíveis, entre outros.

Essa migração, por um lado, trás reduções de custos e oportunidades para as pequenas e médias empresas, que atualmente não precisam investir em recursos computacionais e de telecomunicação como, por exemplo, servidores, links de dados etc., agora podem ter todos esses dispositivos disponibilizados através de serviços na nuvem.

Por outro lado, essa facilidade representa um grande risco para empresas que precisam preservar o sigilo de informações estratégicas e que poderiam comprometer seu diferencial no mercado atual ou até expor clientes e parceiros.

Existe um mercado e profissionais especializados em espionar e até roubar informações sensíveis, e apesar da repercussão referente à espionagem que a Petrobras sofreu, inúmeras outras empresas já sofreram esse tipo de ação, algo que está se tornando cada vez mais comum.

Em 2010, Neil MacDonald, vice-presidente da Gartner, havia dito que 75% das empresas estavam sendo espionadas, outro estudo feito pela Kroll, em 2010, revelava que 4 entre 10 empresas tiveram dados importantes roubados por crackers.

Com isso, apesar da dimensão na qual a NSA colocou a espionagem eletrônica, a técnica já vem sendo utilizada há anos, podendo trazer grandes prejuízos para as empresas, seja tornando pública informações confidenciais ou entregando essas informações a empresas concorrentes.

E a pergunta principal é: estamos preparados para esse novo tipo de espionagem?

As empresas estão se adaptando a esse novo cenário, onde as informações agora estão mais susceptíveis a ataques e podem ser mais facilmente copiadas e roubadas?

Como estamos protegendo as informações sensíveis da empresa?

Há a algum tempo visitei um potencial cliente e nessa ocasião ele havia dito que estava vivendo um momento muito importante, pois a empresa estava crescendo rapidamente devido a um produto desenvolvido para atender um determinado segmento do varejo, que só eles haviam investido e estavam colhendo os frutos desse investimento.

Nesse momento eu havia percebido que ele tinha um grande time de desenvolvimento e que todos utilizam notebooks para executar suas atividades.

Assim, não resisti em perguntar como ele protegia o seu produto principal e, para meu espanto, não existia qualquer controle ou proteção com esse objetivo.

Os desenvolvedores frequentemente trabalhavam home office e esse era até um diferencial da empresa, desta forma eles podiam levar nos notebooks o código fonte do produto. Não existia qualquer mecanismo de criptografia destinado a proteger as informações transportadas e era comum o uso de serviço de armazenamento de arquivos na nuvem destinados a permitir o transporte desses códigos.

A empresa também permitia o uso de sistemas de mensagem instantânea, redes sociais, e-mails particulares, tudo sem qualquer monitoramento eficiente.

A minha conclusão foi, realmente a empresa estava vivendo aquele momento virtuoso talvez por sorte e seu negócio poderia estar gravemente ameaçado, pois qualquer um poderia ter acesso a esses códigos e com um investimento muito menor colocar um produto concorrente, já que toda a pesquisa e desenvolvimento havia sido feito pela empresa.

Assim, precisamos responder as simples perguntas, mas realmente importantes, com a finalidade de sabermos se estamos realmente em risco.

Qual o impacto de um vazamento das informações sensíveis da empresa?

Como estou protegendo essas informações?

Com isso, tenho convicção que, se fizermos uma avaliação das empresas brasileiras, vamos perceber que a NSA não precisou de muito esforço para monitorar as autoridades e os crackers não estão tendo muita dificuldade em vazar informações sensíveis, comprometendo a competitividade e os diferenciais estratégicos dessas empresas.


Nota do Editor: Eder Alvares Pereira de Souza – Consultor Sênior em Segurança da Informação pela e-Safer. Profissional com aproximadamente 15 anos de experiência na área de Infraestrutura de TI e Segurança da Informação. Formado em Ciências da Computação pela FAC-FITO, pós-graduado em Segurança da Informação pelo IBTA, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV e Mestrando em Engenharia de Software no IPT/USP.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "ECONOMIA E NEGÓCIOS"Índice das publicações sobre "ECONOMIA E NEGÓCIOS"
30/12/2022 - 05h36 Para crescer é preciso investir
27/12/2022 - 07h35 Crise e escuridão
20/12/2022 - 06h18 A inovação que o Brasil precisa
11/12/2022 - 05h50 Como funciona o treinamento de franqueados?
06/12/2022 - 05h49 Aplicações financeiras
05/12/2022 - 05h54 Cresce procura por veículos elétricos no Brasil
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.