Não há dúvida de que os paulistas admiram e reconhecem a USP como o grande celeiro de docentes, estudantes e funcionários bem preparados para conjuntamente formar novas gerações, nas mais diversas áreas de atuação. É indiscutível que as sementes do comprometimento com a excelência das atividades acadêmicas vêm sendo cultivadas por meio do trabalho árduo e continuo de sucessivas gerações de uspianos. A USP vem trabalhando incessantemente pelo aumento da inclusão social. Reconhecemos ser esta uma questão da educação em geral e da superior em particular, apresentando-se de modo agudo para as instituições públicas. A exclusão social extrapola a capacidade que as universidades têm, para, sozinhas, enfrentá-la. Mas, não há dúvida de que a elas cabe assumir com lucidez e empenho a bandeira da inclusão social, a partir da esfera de suas atribuições específicas. Por essa razão, as soluções para se responder aos anseios sociais são necessariamente múltiplas e, portanto, devem ser construídas de forma coletiva e não intempestiva. No nosso âmbito já iniciamos as seguintes ações: (i) Intensificação do projeto Embaixadores da USP, que realiza o contato da USP com as escolas públicas. As visitas têm o objetivo de mostrar a relevância do caráter público e gratuito das três universidades estaduais paulistas. Em 2013, 2.556 embaixadores alunos, docentes e funcionários da USP visitaram 1.716 escolas e falaram com milhares de alunos. (ii) Expansão da rede de Cursos Preparatórios da USP para ingresso na Universidade, como o recentemente criado que já atende cerca de 1.000 alunos. (iii) Acréscimo de bonificação atrelada ao desempenho dos candidatos no processo de seleção para ingresso na Universidade e a criação de um bônus destinado ao grupo de alunos de escolas públicas autodeclarados negros, pardos e indígenas. (iv) Atuação direta na melhoria do ensino que antecede o ingresso na universidade. É essencial relembrar que a USP mantém 42 cursos de licenciatura, dedicados à formação de professores para o ensino fundamental e médio em todas as áreas do conhecimento. Inclusão e permanência de estudantes são assuntos inseparáveis. É nosso compromisso manter um forte programa de permanência estudantil que abrange não somente a disponibilização de apoio como moradia e alimentação, de atendimento hospitalar, além de intensificar um conjunto de programas de bolsas de estudos para promover o maior desenvolvimento acadêmico e científico dos alunos. O compromisso com a maior inclusão social certamente irá requerer a ampliação dos recursos destinados aos programas de permanência estudantil. Requererá também a ampliação de programas como o recém-criado Tutoria Acadêmico-Científica, destinado a alunos de renda familiar mensal comprovada no valor de até 05 (cinco) salários mínimos. Ainda para modernizar os cursos, é necessário dar continuidade ao processo de flexibilização dos cursos, com a inclusão de maior número de disciplinas optativas em todas áreas do conhecimento, já iniciado em 2012. Esta estratégia clama por investir em novas tecnologias educacionais e a distância que ajudam no enfrentamento de questões profissionais complexas como o meio ambiente, a moradia, a saúde pública, a educação, entre tantas outras questões sociais relevantes. É dever da USP preparar quadros para enfrentá-los. Esse investimento na diversidade com excelência exige que as atividades de ensino e seus resultados sejam constantemente avaliados pelas Unidades. É preciso um trabalho sério, árduo e comprometido, que vem sendo desenvolvido por nossa comunidade universitária que precisa receber o suporte necessário para ter continuidade e ser fortalecido, sempre de forma democrática e transparente, olhando com prioridade as atividades-fim de ensino, pesquisa, cultura e extensão. Nota do Editor: Telma Zorn, professora titular do departamento de Biologia Celular e Tecidual do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
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