Não há sucesso sem risco
Nunca se falou tanto sobre a importância da inovação. Não é à toa que, para competir no mercado, cada vez mais acirrado e competitivo, é extremamente necessário investir em inovação e identificação. É só por meio da inovação que as empresas brasileiras conseguirão criar produtos e soluções, melhorar seus processos, ampliar a produção e ainda abrir novos mercados e oportunidades. Mas, para falarmos de inovação, é importante saber e compreender o que é inovação. O conceito desta palavra está na própria legislação: segundo o artigo 17 § 1º da Lei nº 11.196, “considera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado”. Infelizmente, os investimentos das empresas nacionais na cultura da inovação ainda são muito tímidos. Para termos uma ideia, o Brasil ocupa atualmente a 48ª posição no Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, que analisa dados de 144 países. Os investimentos em inovação nas empresas continuam baixos devido à falta de informação, desconhecimento, insegurança jurídica e alta burocracia. Acontece que, para a maioria das pessoas, é bem mais fácil se ater ao conceito “não mexer em time que está ganhando”. Ou seja: elas preferem se ater ao conservadorismo do que investir em “algo que pode não dar certo”. Entretanto, quem tem uma visão empreendedora jamais pode pensar que as novidades pararam com a invenção da roda. Encontrar oportunidades é ótimo, mas melhor do que encontrar uma oportunidade é saber o momento certo de se investir nessa oportunidade. Nesse quesito, é importante ressaltar o trabalho dos Agentes Locais de Inovação – Alis, profissionais do Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, os quais fornecem informações, consultoria e acompanhamento às organizações de pequeno porte. De acordo com dados do próprio Sebrae, 49,4% dos micro e pequenos negócios brasileiros encerram suas atividades antes de completar dois anos de vida. Isso se deve à concorrência de mercado, que está cada vez mais exigente e totalmente baseada em qualidade, requisitos ambientais, sociais e, claro, a inovação, que deve acontecer com base na capacitação em gestão da inovação e apoio continuado e estratégicos de recursos público para Pesquisa e Desenvolvimento – P&D ou na ampliação da participação do setor privado no que diz respeito às informações contidas em banco de patentes. A Lei de Inovação – Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, ainda é recente, mas devemos estabelecer um processo de aprendizagem contínua tanto do lado das empresas quando das entidades de financiamento em inovação. Sem dúvida, faltam muitas informações sobre as possibilidades de como buscar recursos financeiros junto às agências de fomento mas, devemos sempre lembrar que, não há sucesso sem risco. A tarefa de inovar, seguramente, não é a das mais simples, mas todos nós precisamos estar dispostos a correr esses riscos para chegar a um resultado. Nota do Editor: Dra. Maria Isabel Montañes é advogada da Cone Sul Assessoria Empresarial, especialista em marcas e patentes há mais de 25 anos, membro da Associação Paulista dos Agentes da Propriedade Industrial – ASPI e da Associação Brasileira em Propriedade Intelectual – ABAPI.
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