Yvonne Byron ganha de Layne Beachley a final australiana do Bico Classic
O paranaense Peterson Rosa e o paulista Adriano "Mineirinho" de Souza foram os maiores destaques do Brasil no sábado de ondas ainda pequenas em se tratando de um evento classificado como "prime" pela ASP. As séries em Margaret River não passavam de 1 metro de altura, mas isso não impediu que os melhores surfistas do mundo realizassem grandes apresentações nas difíceis condições do mar. Além de Peterson e Mineirinho, o campeão e vice do Salomon Masters no ano passado, o catarinense Neco Padaratz e o carioca Raoni Monteiro, respectivamente, e também o baiano Armando Daltro e o carioca Pedro Henrique avançaram para o domingo decisivo da primeira etapa com nível 6 estrelas do World Qualifying Series 2005. Já o Bico Classic foi encerrado no sábado, com Yvonne Byron derrotando a hexacampeã mundial Layne Beachley na final australiana em Surfers Point. Há 5 anos, Yvonne ainda competia com o sobrenome Rogencamp e se afastou das competições quando estava grávida do primeiro dos dois filhos que teve neste período. Depois de todo este tempo dedicado a família, agora marca seu retorno de forma triunfal com a vitória sobre a maior surfista da história do Circuito Mundial Feminino. "Desde 1999, quando eu cheguei no WCT, que eu não tinha um resultado tão expressivo, apesar de alguns títulos conquistados aqui na Austrália no ano passado. Acho que agora, com esta vitória, devo acabar com as férias no circuito para voltar a viajar outra vez neste ano", contou Yvonne Byron, de 28 anos de idade, 4 a menos da favorita Layne Beachley. "Eu sabia que uma nota 8 não era muito quando você tem uma adversária como a Layne e até o último segundo não acreditava na vitória". Pelo título no Bico Classic, primeiro 6 estrelas do WQS 2005, Yvonne Byron recebeu 4.500 dólares e 2.750 pontos que a levaram para a quinta colocação no ranking que continua liderado pela também australiana Jessi Miley-Dyer, campeã da Copa Movistar Pro Peru em fevereiro no Peru. A catarinense Jacqueline Silva foi barrada na quarta fase e caiu para a sétima posição. E a cearense Silvana Lima, que parou na terceira rodada na Austrália, agora aparece em vigésimo lugar no WQS 2005. Já no masculino, o Salomon Masters deve apontar um novo líder na corrida pelas vagas que vão completar a elite mundial do WCT no ano que vem. Isso porque o norte-americano Bobby Martinez, que assumiu a ponta do ranking com os 2.000 pontos recebidos pela vitória no Hang Loose Pro Contest em Fernando de Noronha (PE), foi eliminado na segunda bateria da quarta fase no sábado de pequenas ondas em M-River. NOVO RECORDE NO PRIMEIRO CONFRONTO DO DIA - A competição masculina começou com o Brasil participando dos três primeiros confrontos do dia. No primeiro, ainda pela terceira rodada do Salomon Masters, o sul-africano Travis Logie deu um show e até jogou fora as notas 7,00 e 8,17 recebidas em suas primeiras ondas para quebrar o recorde de 18,00 pontos do norte-americano Damien Hobgood com as notas 9,5 e 9,0 que ganhou dos juizes em mais duas excelentes apresentações. O potiguar Marcelo Nunes passou em segundo lugar nessa, mas na última bateria da terceira fase o campeão mundial Pro Junior da ASP, Pablo Paulino, só pegou duas ondas e terminou em último na disputa que classificou os australianos Tom Whitaker e Ben Dunn. OS MELHORES BRASILEIROS - A quarta rodada começou em seguida e o paulista Adriano "Mineirinho" de Souza garantiu a vitória logo em suas primeiras ondas. Ele abriu a bateria com uma nota 9,33, recebeu 8,33 na segunda e ainda um 7,33 na terceira. Como são somadas apenas as duas melhores ondas, Mineirinho somou ótimos 17,66 pontos de 20 possíveis, todavia o carioca Bruno Santos acabou em último e o inglês Russell Winter ficou com a segunda vaga para a quinta fase. "Eu estou muito contente, porque esse evento vale muitos pontos e cada classificação é importante. Minha prancha está boa para essas condições e tive sorte de encontrar boas ondas na bateria", disse Adriano de Souza. Outro brasileiro que se destacou no sábado foi o paranaense Peterson Rosa, que quase quebra o recorde do Salomon Masters 2005 na nona bateria. Ele também começou muito bem com uma nota 9,77 e recebeu 8,57 pontos em sua terceira onda para registrar 18,34 pontos na vitória sobre Roy Powers (HAV), Daniel Ross (AUS) e Pablo Gutierrez (ESP). Já o catarinense Neco Padaratz e o carioca Raoni Monteiro, que defendem o topo do pódio em Margaret River, passaram com pequenas diferenças. NECO E RAONI PASSAM RASPANDO - O defensor do título disputou a quinta bateria e brigou bastante contra dois australianos para conquistar classificação para a quinta fase. Neco somou 14,17 pontos para superar os 13,63 pontos de Adam Robertson, ficando bem próximo dos 14,23 pontos de Kirk Flintoff. Na 11ª e penúltima bateria do dia, Raoni competiu junto com o potiguar Marcelo Nunes, com os dois e o havaiano Frederick Patacchia ficando na casa dos 14 pontos. O australiano Ben Dunn venceu com 16,73 pontos, Raoni terminou em segundo com 14,74 pontos, contra incríveis 14,73 de Patacchia e 14,44 de Marcelo Nunes. Além de Neco e Raoni, o baiano Armando Daltro e o carioca Pedro Henrique também se classificaram com a segunda colocação nas suas baterias, só que com um pouco mais de folga dos adversários. O baixinho Pedro Henrique totalizou 15,07 pontos para despachar o ex-recordista do Salomon Masters, Damien Hobgood, e o australiano Jack Perry na disputa vencida pelo sul-africano Greg Emslie. E Daltro impediu uma dobradinha australiana ficando em segundo por décimos de diferença - 15,67 x 15,00 pontos - de Luke Stedman, com ambos eliminando Jake Paterson e o norte-americano Dane Reynolds. SUL-AFRICANOS COMANDAM O ESPETÁCULO NO SÁBADO - E o sábado terminou como começou, com os sul-africanos ignorando as ondas pequenas para darem mais um show em Margaret River. Travis Logie quebrou o recorde do campeonato no primeiro confronto do dia, mas no último quem comandou o espetáculo foi Royden Bryson, que desta vez venceu a disputa com incríveis notas 9,93 e 8,50. Com isso, superou os 18,34 pontos do brasileiro Peterson Rosa e seus 18,43 pontos se tornaram a segunda maior pontuação do Salomon Masters 2005, abaixo apenas dos 18,50 pontos de Travis Logie, que garantiu uma fantástica dobradinha sul-africana sobre dois australianos da elite mundial do WCT, Tom Whitaker e Chris Davidson.
|