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19/12/2013 - 18h13
O carbono nosso de cada dia
Aron Zylberman
 

Foi publicado em setembro novo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, em português). As evidências científicas de que o nosso planeta está aquecendo são irrefutáveis, como também não há dúvidas de que esse aquecimento é antropocêntrico. Sempre haverá céticos de boa e de má fé. Para aqueles que têm dúvida sobre a existência dos céticos de má fé recomendo a leitura do livro “Merchants of Doubt: How a Handful of Scientists Obscured the Truth on Issues from Tobacco Smoke to Global Warming”, de Naomi Oreskes e Erik M. M. Conway.

Falemos dos nossos edifícios e sua relação com o aquecimento. Todo o capital construído tem muito a ver com o aquecimento global. Todos os materiais que entram na construção de qualquer edificação colaboram para a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Não podemos nunca subestimar os gases emitidos no transporte de tudo o que é reunido em um canteiro de obras. Isso inclui todos os materiais e todas as pessoas que trabalham nele.

Mas vamos dar um passo atrás. Antes de chegarmos ao canteiro, onde os processos construtivos poderão ter um peso maior ou menor na emissão de GEE, precisamos pensar nos projetos e nas suas implicações na escolha dos materiais e dos processos construtivos. E, muito importante, na operação futura do edifício. Quanto de água e energia será consumido nessa operação em toda sua vida útil? Quanto será gasto na manutenção, que poderá ser muito facilitada e barateada se fizer parte dos parâmetros que definirão o projeto? E, finalmente, como será o seu descomissionamento e demolição? Quanto, de todos aqueles materiais que foram utilizados na construção do edifício, será aproveitado para uma construção futura?

Sei que essas preocupações ainda estão muito distantes de boa parte dos atores do nosso setor, mas afirmo que isso não continuará por muito tempo. Em face de pressões regulatórias, derivadas de acordos internacionais que serão finalmente assinados nos próximos anos (desejavelmente até 2015), todos os países signatários terão de alterar a sua legislação para se adaptar a esses novos tempos de baixa emissão de GEE. Provavelmente, muitos dos leitores deste artigo, vão discordar das minhas afirmações, mas infelizmente eu acredito que tudo acontecerá, talvez não tão cedo, como seria prudente se pensássemos na saúde do planeta e no futuro da nossa civilização, mas ainda nesta década, se formos minimamente racionais.

E o que fazer enquanto aguardamos essa nova legislação que obrigará o setor a fazer mudanças tecnológicas importantes? Vejo uma saída interessante que o mercado já conhece: a certificação dos edifícios. A certificação LEED já está consolidada no segmento dos edifícios corporativos triple A. O Brasil é um dos países com maior número de edifícios certificados pelo Green Building Council e começa, de uma forma bastante sólida, a certificação de edifícios residenciais.

Algumas incorporadoras já lançaram edifícios com a certificação AQUA, que parece estar se consolidando no mercado brasileiro como a mais adequada para a nossa realidade. Aparentemente, é um passo muito discreto na luta contra o aquecimento global, mas é muito melhor do que a omissão. Por outro lado, estou convencido que o mercado comprador começa a despertar para esse tema, premiando empresas comprometidas com o futuro das cidades onde vivemos.

É claro que a maior parte dos compradores de apartamentos ainda não dá valor para a certificação e essa situação só será alterada com informação clara e abundante sobre as vantagens econômicas de um imóvel “sustentável”. Não acredito que campanhas com motivação moral façam muito efeito, mas creio que se as pessoas souberem que comprando um imóvel sustentável gastarão menos na sua operação e manutenção e terão, provavelmente, um maior preço em uma eventual revenda, levarão isso em conta na sua decisão de compra.

Cabe a entidades de classe do setor promover campanhas educacionais para todos os seus públicos, contribuindo para a construção de ambientes mais sustentáveis para clientes atuais e futuros. Dentro desta proposta, o Secovi-SP vem cumprindo o seu papel, lançando, periodicamente, publicações com o intuito de disseminar entre seus associados boas práticas de sustentabilidade nas edificações e no desenvolvimento urbano das nossas cidades.


Nota do Editor: Aron Zylberman é Diretor Executivo do Instituto Cyrela e membro da vice-presidência de Sustentabilidade do Secovi-SP.

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