Competição começa com show dos gêmeos Hobgood na primeira fase
Depois de uma semana de adiamentos consecutivos, o Rip Curl Pro finalmente foi iniciado nesta terça-feira não em seu palco principal, Bells Beach, que não apresentou suas longas direitas para a comemoração do 33º aniversário do campeonato mais antigo do Circuito Mundial de Surfe Profissional. A segunda etapa do ASP Foster’s World Championship Tour 2005 começou em Phillip Island com um show dos irmãos Hobgood na primeira fase disputada em boas ondas de 1 a 1,5 metro de altura em Woolamai Beach. Damien Hobgood recebeu a maior nota - 9,50 - e totalizou imbatíveis 18,50 pontos de 20 possíveis no segundo confronto do dia. Já o seu irmão, C. J., registrou 17,67 pontos e ocupava o segundo lugar na lista de recordes até o australiano Bede Durbidge somar 17,73 pontos na vitória sobre o potiguar Marcelo Nunes. Os oito brasileiros caíram para a repescagem, que foi iniciada ainda na terça-feira. Três já competiram e em baterias definidas por décimos de diferença o catarinense Jean da Silva e o paulista Renan Rocha acabaram eliminados, mas o paranaense Peterson Rosa conquistou a primeira vitória no Rip Curl Pro 2005. Peterson enfrentou um dos estreantes do WCT 2005 na quinta e penúltima bateria da longa terça-feira de disputas acirradas em Woolamai Beach. O australiano Kirk Flintoff começou bem com nota 7,17, enquanto o tricampeão brasileiro só pegou ondas bem fracas no início. Mas, quando faltavam 8 minutos para o término Peterson achou uma que abriu uma boa parede para manobras e entrou na briga com uma nota 7,5. Flintoff respondeu com um 6,47 e o resultado acabou definido na última série que entrou no minuto final da bateria. Os dois pegaram ondas e na da frente o australiano recebeu outra nota 7,17 para abrir 6,84 pontos de vantagem, só que Peterson tira nota 7,03 na de trás para vencer por 14,53 x 14,34 pontos. "Nós, brasileiros, continuamos tentando e uma hora dá certo. Nós treinamos bastante e sempre tentamos fazer nosso melhor e hoje foi mais um dia duro para nós. Até deveríamos fazer melhor nestas praias com ondas parecidas com as do Brasil. Achei muito acertada a decisão do Rip Curl Pro em trazer o campeonato para cá, mas mesmo assim não conseguimos nenhuma vitória na primeira fase. Só que nós certamente vamos continuar batendo na porta para tentar representar bem nosso país no Circuito Mundial", disse Peterson Rosa, que já está escalado como cabeça-de-chave da sexta bateria na terceira rodada, mas ainda aguarda seu adversário que sairá após das baterias restantes da repescagem. CONFRONTO DE GERAÇÕES - O jovem catarinense Jean da Silva, 20 anos, que conquistou a vaga de convidado nas triagens junto com Ben Dunn, quase despacha o veterano Luke Egan, de 35 anos de idade. Os dois começaram com ondas parecidas e Jean foi um pouquinho melhor, recebendo nota 5,67 contra 5,33 do australiano. Egan deu o troco na segunda apresentação de ambos, tirando nota 5,57 contra 4,33 do brasileiro. Quando faltavam 7 minutos para o término, Jean acha uma boa onda e não desperdiça, recebendo 7,17 pontos dos juízes para abrir 7,27 pontos de vantagem. Mas, usando toda sua experiência, Egan aguarda pacientemente e nos últimos segundos arranca uma nota 7,43 dos juízes para fechar o placar em 13,00 x 12,84 pontos. Ao contrário de Jean, o paulista Renan Rocha não chegou a liderar a bateria contra o também experiente Sunny Garcia, mas quase conquista a vitória em sua última onda. Os dois começaram com exatos 6,5 pontos e o havaiano assumiu a ponta com uma nota 7,17 em sua segunda e última apresentação na bateria de poucas ondas surfadas. Renan precisava superar essa segunda nota de Garcia e chegou perto ao receber nota 6,83 em sua última onda, com o resultado terminando em 13,67 x 13,33 pontos. REPESCAGEM - A repescagem continua nesta quarta-feira na Austrália, ou terça-feira à noite pelo horário de Brasília, com as baterias restantes da repescagem, que será encerrada com dois confrontos entre Brasil x África do Sul. Na penúltima bateria, o catarinense Neco Padaratz pega o perigoso estreante Travis Logie e na última o potiguar Marcelo Nunes enfrenta o experiente Greg Emslie. Antes, o carioca Raoni Monteiro terá um duro desafio contra o vice-campeão da primeira etapa na Gold Coast, o californiano Chris Ward, na décima bateria e na 12ª o cabo-friense Victor Ribas pega o irmão do tricampeão mundial, o havaiano Bruce Irons, enquanto o pernambucano enfrenta o californiano Taylor Knox no 14º confronto da repescagem. PRIMEIRA FASE - Os brasileiros não conseguiram nenhuma vitória na primeira fase, mas Neco Padaratz e Victor Ribas chegaram bem perto dela. Neco liderou sua bateria até os segundos finais, quando o baixinho australiano Michael Lowe arrancou uma nota 7,70 para superar o bicampeão mundial do WQS com um pontinho de diferença: 15,27 x 14,27 pontos. O catarinense tinha tirado notas 7,17 e 7,10 em suas duas primeiras ondas, mas Lowe entrou na briga com uma nota 7,57 em sua segunda apresentação para depois virar na terceira e última onda que pegou na bateria. O californiano Tim Curran terminou em último lugar. Já Victor Ribas foi o brasileiro que recebeu a maior nota no primeiro dia, um 8,67 em sua primeira onda boa surfada em Woolamai Beach. Só que o australiano Darren O’Rafferty começou forte com notas 8,00 e 7,17 e liderou toda a disputa. Vitinho ainda chegou bem próximo da vitória por duas vezes. Na primeira, precisava de 6,16 pontos e recebeu nota 5,67 dos juízes. Depois, Rafferty ainda ampliou a vantagem em sua última onda - nota 7,43 - e Ribas fechou a bateria com uma nota 6,17, quando precisava de 6,76 pontos para reverter o placar. O resultado final ficou em 15,43 pontos para Rafferty, 14,84 pontos para Victor Ribas e o ex-campeão mundial Mark Occhilupo acabou em último com 10,50 pontos. Se Vitinho tirou a maior nota entre os brasileiros, o que registrou a maior pontuação foi o potiguar Marcelo Nunes, que participou da bateria mais disputada da terça-feira em Phillip Island. Ele começou bem com notas 7,5 e 7,67 em suas duas primeiras ondas, porém seus adversários foram ainda melhores. O norte-americano Cory Lopez recebeu nota 7,67 em sua primeira apresentação e 8,33 pontos na segunda. Já o jovem australiano Bede Durbidge, um dos estreantes do WCT 2005, dominou a bateria a partir da sua segunda onda, quando arrancou um 9 dos juízes. Em perfeita sintonia com as séries que entravam em Woolamai Beach, Durbidge foi sacramentando a vitória com notas 7,17, 7,57 e 8,73 seguidas para fechar o placar com a segunda maior pontuação da primeira rodada: 17,73 pontos. Lopez ficou em segundo com 16,00 pontos e Nunes em terceiro com 15,17 pontos.
|