Australiano quebra todos os recordes do evento e derrota Andy Irons na grande final
| Karen Wilson |  | | | O campeão Trent Munro do Rip Curl Pro, em Phillip Island na Austrália. |
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A quinta-feira ainda não tinha nem amanhecido na Austrália quando o Rip Curl Pro inaugurou o último dia da segunda etapa do ASP Foster’s World Championship Tour 2005 em Phillip Island. A primeira oitava-de-final entrou no mar às 6:30 horas e na sétima bateria do dia o australiano Trent Munro, 26 anos, já aumentou o recorde de pontuação do campeonato. Nas quartas-de-final, ele repetiu o feito registrando incríveis 19 pontos de 20 possíveis e na final derrotou o tricampeão mundial Andy Irons para merecidamente badalar o sino do troféu da vitória no Rip Curl Pro. Este foi seu segundo título em etapas do WCT. O primeiro foi conquistado no Brasil, em 2001 no Rio de Janeiro (RJ). Trent Munro aproveitou muito bem as pequenas ondas dos dois primeiros desafios que abriram a temporada na Austrália para assumir a liderança do ranking com um terceiro lugar na Gold Coast e a vitória agora, também em ondulações de 1 metro de altura em Woolamai Beach. Só que as próximas batalhas serão travadas no Tahiti e nas Ilhas Fiji, a partir de 05 de maio em condições bem diferentes, com ondas bem maiores. Com isso, Andy Irons já surge como forte candidato para mais um título mundial, que poderá ser o quarto consecutivo dele. Com o vice-campeonato no Rip Curl Pro, o havaiano assumiu a terceira posição na classificação geral com 1.764 pontos, contra 2.076 pontos do novo líder Trent Munro. Em segundo lugar está o também australiano Mick Fanning, que venceu a primeira etapa na Gold Coast e foi barrado pelo tricampeão mundial nas oitavas-de-final numa bateria de ondas fracas, com o placar mostrando isso: 14,50 x 12,34 pontos. Depois, derrubou dois norte-americanos para chegar mais uma vez na grande final do Rip Curl Pro. Primeiro atropelou Damien Hobgood por 17,77 x 13,50 pontos e numa semifinal eletrizante superou Cory Lopez com duas ondas excelentes - notas 9,63 e 9,33. Mesmo assim, o placar terminou definido por uma pequena diferença: 18,96 x 17,13 pontos. Apesar de pequenas, as ondas em Woolamai Beach apresentavam ótima formação, com algumas abrindo longas paredes para a aplicação de várias manobras, inclusive os aéreos que sempre fazem o público vibrar na praia. Só que o dia era mesmo de Trent Munro, que surfou de maneira espetacular nas quatro baterias que competiu na sexta-feira. Foram três confrontos 100% australianos para chegar na grande final. Logo em sua primeira apresentação, quebrou o recorde de 18,63 pontos do norte-americano Cory Lopez somando notas 9,5 e 9,2 na vitória sobre o algoz de Kelly Slater, o jovem estreante Bede Durbidge, nas oitavas-de-final. Mas, isso era só começo e o melhor ainda estava por vir. O ESPETÁCULO DOS RECORDES - Nas quartas-de-final contra Taj Burrow, as ondas estavam bem melhores e mais constantes e Trent Munro deu um verdadeiro espetáculo, o melhor de todo o Rip Curl Pro 2005. Foram seis apresentações fantásticas durante os 25 minutos da bateria. Começou com uma nota 7,0, na segunda já arrancou um 9,17 e na terceira também quebrou o recorde de maior nota, recebendo 9,83 pontos para totalizar imbatíveis e incríveis 19 pontos de 20 possíveis. Só que o show continuou e ele ainda jogou fora um 8,30, um 7,33 e um 7,13. Nas semifinais, as séries maiores já demoravam mais para entrar em Woolamai Beach, mas Trent Munro continuou em perfeita sintonia com o mar e não desperdiçou as ondas que escolheu para derrotar Daniel Wills também com facilidades pelo placar de 17,23 x 14,67 pontos. Mesmo com as três grandes apresentações, todo o favoritismo ainda era do havaiano Andy Irons, que já tinha sentido a emoção de tocar o sino no Rip Curl Pro em 2002 e 2003, porém as duas vitórias haviam sido em Bells Beach, o palco principal do campeonato mais antigo do Circuito Mundial. A BATALHA FINAL - E o tricampeão mundial começou na frente em Phillip Island com uma nota 7,5 em sua primeira onda. O australiano parecia nervoso no início. Sua primeira onda valeu nota 6,17, depois caiu na segunda e só conseguiu 6,5 pontos na terceira. Enquanto isso, Andy Irons mantinha a ponta com um 5,5 em sua terceira apresentação. Na metade da bateria, entrou a primeira série boa da decisão e Munro destrói a onda da frente, ganha uma nota 8,57 dos juízes e entra na briga do título. O havaiano também veio bem logo atrás e tira 7,57 para empatar o placar em 15,07 pontos. Só 10 minutos depois entrou outra série e Munro erra a primeira manobra, mas pega outra onda e essa abre até a beira para o australiano arrancar uma nota 8 dos juízes e abrir 9 pontos de vantagem sobre o havaiano. O mar já não apresentava boas condições e Andy Irons não teve como tentar reverter o resultado de 16,57 x 15,07 pontos. AUSTRÁLIA NO TOPO - Os australianos mais uma vez fizeram a festa dentro de casa, com vitórias nas duas primeiras etapas da temporada para largar na frente na corrida pelo título mundial da temporada. Além de faturar o seu segundo prêmio máximo de 30.000 dólares no WCT (o primeiro título foi na etapa brasileira, em 2001 no Rio de Janeiro), Trent Munro passou a liderar o ranking do WCT pela primeira vez na sua carreira. Andy Irons levou 16.000 dólares pelo vice-campeonato e Cory Lopez e Daniel Wills ganharam 10.000 dólares com a terceira colocação no Rip Curl Pro 2005. BRASIL LONGE DOS LÍDERES - Enquanto os australianos comemoram, os brasileiros só puderam lamentar o fraco desempenho na Austrália nesse ano. Nas duas etapas, ninguém passou da terceira fase e apenas três deles conseguiram vencer pelo menos uma bateria na Gold Coast e também em Phillip Island, com o catarinense Neco Padaratz, o potiguar Marcelo Nunes e o cabo-friense Victor Ribas dividindo a 25ª posição no ranking do WCT 2005 com mais quatro surfistas de outros países. O paranaense Peterson Rosa só computou uma vitória e ocupa o 32º lugar. Já o pernambucano Paulo Moura, o carioca Raoni Monteiro e o paulista Renan Rocha, passaram em branco sem ganhar nenhum confronto no Quiksilver Pro e no Rip Curl Pro. Não só eles, mas outros sete competidores também aparecem empatados na 36ª e última colocação na classificação geral das duas etapas australianas. PRÓXIMOS DESAFIOS - O ASP Foster’s World Championship Tour 2005 parte agora para a segunda fase do percurso pelas ilhas do primeiro semestre. Do dia 05 a 17 de maio, o desafio será nas temidas ondas de Teahupoo, no Billabong Pro do Tahiti. Na seqüência, de 22 de maio a 03 de junho, já vem o Globe WCT Fiji móvel pelas ilhas de Namotu e Tavarua, em Fiji. E depois de um pequeno intervalo, de 23 de junho a 04 de julho tem a estréia do Rip Curl Search WCT, trazendo as longas esquerdas de Saint Leu e Reunion Island de volta ao calendário da divisão principal do Circuito Mundial de Surfe Profissional. Ranking WCT 2005 - após 2 etapas 01: Trent Munro (AUS) - 2.076 pontos 02: Mick Fanning (AUS) - 1.800 03: Andy Irons (HAV) - 1.764 04: Chris Ward (EUA) - 1.442 05: C. J. Hobgood (EUA) - 1.332 05: Damien Hobgood (EUA) - 1.332 05: Richard Lovett (AUS) - 1.332 08: Tom Whitaker (AUS) - 1.286 08: Daniel Wills (AUS) - 1.286 10: Joel Parkinson (AUS) - 1.200 10: Troy Brooks (AUS) - 1.200 12: Kelly Slater (EUA) - 1.142 12: Mark Occhilupo (AUS) - 1.142 12: Taj Burrow (AUS) - 1.142 12: Darren O’Rafferty (AUS) - 1.142 16: Cory Lopez (EUA) - 1.101 25: Neco Padaratz (SC) - 820 25: Marcelo Nunes (RN) - 820 25: Victor Ribas (RJ) - 820 32: Peterson Rosa (PR) - 635 36: Paulo Moura (PE) - 635 36: Raoni Monteiro (RJ) - 635 36: Renan Rocha (SP) - 635
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