O seguro automóvel protege os motoristas contra uma série de imprevistos, evitando que os mesmos tenham prejuízos financeiros em virtude, por exemplo, de acidentes e roubos. No entanto, possuir um seguro não significa estar totalmente livre de determinadas intempéries. Um exemplo clássico são os acidentes causados em função de tumultos, que normalmente acontecem com maior incidência durante greves, manifestações, grandes celebrações e eventos.

Como estamos em meio à realização da Copa do Mundo, discutir esse assunto se torna ainda mais apropriado. Momentos antes dos jogos, o fluxo de veículos tende a aumentar, assim como, proporcionalmente, o número de acidentes. Nesse período de celebração do Campeonato, também há uma maior probabilidade da ocorrência de tumultos.

Risco excluído

De acordo com o Dicionário Houaiss, tumulto significa rebeldia, motim, levante, desordem, briga, pancadaria, manifestação agitada, alvoroço, confusão, entre outras expressões. Para o mercado segurador, o tumulto, independente de sua ordem, é considerado um risco não coberto pela maioria das apólices de seguro auto. Normalmente, ele é identificado como risco excluído, ou seja, caso o veículo seja danificado durante a ocorrência de um tumulto, o segurado não terá direito de acionar o seguro e receber uma indenização.

Fabiana Tanamachi, Gerente de Pós-Vendas da AD Corretora de Seguros, explica que existem fatores específicos que classificam os riscos que o condutor e o veículo estão sujeitos, e alguns deles não têm cobertura garantida pelas seguradoras. “As seguradoras criam bancos de dados sobre os riscos seguráveis que ocorrem em todas as partes do País. Riscos de colisão, incêndio, roubo ou furto de veículos, por exemplo, são riscos seguráveis. Eles ocorrem em quantidade expressiva e podem ser mensurados. Porém, quando não há possibilidade de mensuração dos riscos ou a estatística é prejudicada pela baixa ocorrência, é comum que a seguradora torne esses eventos como não seguráveis”, aponta.

Em períodos de maior ocorrência de tumultos, Tanamachi recomenda que os segurados se mantenham informados pela mídia sobre a organização de manifestações e evitem estar nos locais em que elas estão programadas, bem como estacionar em ruas que poderão ser utilizadas pelos manifestantes.

Esclareça todas as suas dúvidas na hora da contratação

O momento do contrato é ideal para esclarecer qualquer dúvida sobre o seguro do carro, pedir mais informações e fazer pesquisa de mercado. Esse processo ajudará você a se familiarizar com o serviço e evitará que algo possa comprometer uma futura indenização. Para não ter contratempos, Tanamachi alerta que o segurado precisa estar consciente sobre o que sua apólice irá exatamente cobrir na ocasião de um sinistro. “É necessário ficar atento às condições existentes na apólice, que é o documento que formaliza as coberturas atendidas por meio do seguro contratado. O que está na apólice é o que vale para qualquer tipo de indenização que o segurado vier a solicitar”, destaca.

Prevenção pode evitar o acionamento do seguro

Mesmo possuindo um seguro auto, é claro que ninguém quer ter o carro roubado. Para você não ficar na ‘mira dos ladrões’ durante os jogos da Copa, confira alguns cuidados essenciais:

– Procure pesquisar quais são os locais mais seguros para estacionar;

– Ao estacionar, observe se há pessoas suspeitas ao redor;

– Quando for sair com o carro, tenha sua chave em mãos e não demore para arrancar;

– Mesmo com o veículo estacionado, nunca atenda o celular com as portas ou vidros abertos;

– Conheça o trajeto de sua viagem e planeje sua rota antes de sair de casa;

– Nunca deixe objetos, sobretudo de valor, dentro do veículo. Eles podem despertar o interesse para furtos;

– Se possível, invista em itens de segurança como travas, alarmes e sistemas de monitoração.