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31/07/2014 - 12h00
Os novos rumos do feminismo
 
 

Enquanto o mundo pede de volta ‘suas meninas’, mais de 200 garotas sequestradas na Nigéria, e assiste a casos diários de violência contra a mulher, o Brasil ainda impressiona com dados alarmantes referentes ao tema. Até o ano passado o país ocupava no ranking mundial o sétimo lugar em número de homicídios de mulheres, segundo o Conselho Nacional de Justiça.

A cada dia, em média, mais de 2 mil mulheres denunciam que são vítimas de violência, que na maioria das vezes ocorre dentro da própria casa. O que preocupa ainda mais a vida em sociedade é a ideia de que as mulheres são vistas, muitas vezes, como as culpadas pela violência que sofrem, justificadas pela forma como se vestem, horários em que estão fora de casa, entre outros.

Especialista no tema, a pesquisadora Beatriz Beraldo acredita que vivemos em uma sociedade em que o machismo está presente desde os primeiros momentos de vida. “Nós já nascemos em uma cultura machista e patriarcal, então existe uma opinião silenciosa desde o momento que a mulher nasce. Citando exemplos, sempre ouvimos que a menina não pode ficar com a perna aberta e que quando nasce a ‘brincadeira’ é que ela vai dar muito trabalho para o pai. Enfim, parecem pequenos detalhes, mas são valores que prejudicam o desenvolvimento da pessoa. Mesmo com essa opinião enraizada, o que não pode acontecer é a recusa em se pensar novos valores”, comenta ela.

Marcha das Vadias

Algumas iniciativas surgiram ao longo dos anos para combater os altos índices de violência contra a mulher, assim como para apoiar a ideia de que a mulher não pode ser considerada a culpada pela agressão que sofre. A exemplo de uma dessas iniciativas está a Marcha das Vadias, que acontece anualmente desde 2011 em vários estados brasileiros. A manifestação em si, data em que simpatizantes vão à rua gritar por justiça, não é a única forma que a organização luta contra isso. Ao longo do ano são realizados diversos encontros, grupos de apoio as vítimas e até participação na vida política do país.

“Na visão desse trabalho, a marcha trouxe benefícios para a mulher, pois as pessoas que a organizam tem o cuidado de não esvaziarem o tema após a manifestação. Elas se encontram, criam debates, sugerem alternativas para resolver ou pelo menos diminuir o número de casos, um problema que afeta o mundo inteiro”, ressalta Beatriz.

A primeira marcha aconteceu em 2011, em Toronto, no Canadá, e a partir de então ganhou o mundo. As mulheres reivindicam o direito pela autonomia sobre seus próprios corpos e rechaçam a ideia de que a roupa ou seu comportamento sejam usados como motivos para justificar a violência. Esse ano a Marcha das Vadias aconteceu em São Paulo no dia 24 de maio.

Em pauta: violência contra a mulher

O tema não é novidade para a mídia ou programas de televisão. Em algumas novelas da Rede Globo o assunto é delicadamente abordado, inserindo no dia a dia da sociedade a preocupação em torno do tema. Recentemente foi enredo de uma personagem da novela das oito ‘Em Família’, que teve uma filha resultado de um abuso sexual.

Segundo a pesquisadora, há muita confusão em torno do conceito de feminismo, como se o termo representasse a luta de mulheres ‘histéricas’ que queimam sutiãs e não sabem o que realmente querem manifestar – estereótipos amplamente combatidos pelos grupos feministas. Mas a verdade é que o movimento feminista é muito mais sério e, como ela mesmo ressalta, não pode ser colocado no lugar oposto do machismo. “Por causa do machismo a mulher já foi proibida de votar, de frequentar certos ambientes, de participar da vida pública do país. Já o feminismo nunca excluiu os homens das funções sociais, ele quer é que a mulher seja vista como um ser igual”.

Redes sociais

A internet surge nesse cenário como uma grande aliada para comunicar, divulgar e tornar pública ideias, valores e movimentos. Hoje canais como o Facebook se tornam um espaço de articulação, um espaço online para que a união de grupos e de debate de opiniões. “É engraçado pensar em como a internet surgiu como um ambiente de controle, de compartilhamento de informações controladas entre pessoas específicas, mas se transformou em um espaço tão rico de movimentos e debates. A Marcha das Vadias, por exemplo, tem muito mais seguidores nas redes sociais do que na rua, quando acontecem as manifestações. Mas isso não é ruim, pois a movimentação política ficou muito mais efervescida com essa tecnologia. No Facebook, por exemplo, no momento em que você cria um grupo, automaticamente você já está criando um movimento, e isso é característica da nova juventude, que se inquieta com os problemas sociais”, comenta Beatriz.

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