O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento recomenda à população que evite o consumo de peixe cru, defumado ou mal-cozido, devido ao surto de infecção causado pelo consumo desses pescados em São Paulo. A difilobotríase é causada pelo parasita Diphyllobothrium spp, a tênia do peixe que se hospeda, geralmente, no salmão. O verme vive na musculatura do peixe, que ao ser consumido cru, fixa-se no intestino delgado do homem, onde pode viver por até dez anos e atingir 15 metros de comprimento. É o maior verme que pode parasitar o ser humano. Os sintomas da doença são desconforto e dor abdominal, gases e diarréia. Segundo o chefe da Divisão de Inspeção de Pescados e Derivados do Ministério, Lúcio Kikuchi, o principal suspeito de ser o transmissor da verminose é o salmão importado do Chile, fornecedor do peixe para o Brasil. Técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão recolhendo amostras de salmão para localizar o parasita. O ministério já notificou as autoridades chilenas para obter informações sobre as condições sanitárias da criação e exportação de salmão para o Brasil. De acordo com Lúcio Kikuchi, todo peixe que entra no Brasil recebe um certificado sanitário do país exportador como garantia de que ele não causa riscos à população. Mesmo assim, para conter a doença, é necessário congelar o peixe a -20°C por 7 dias ou a -30°C por 15 horas. "O consumidor pode ficar tranqüilo em relação ao consumo desses peixes, desde que sejam tomadas essas providências, ou seja, um cozimento eficiente do pescado, que ele seja bem frito, bem cozido ou bem assado, ou senão, antes de ser consumido cru ou mal-cozido, ele tenha sido congelado. Tomando todos esses cuidados, não há qualquer problema para a saúde do consumidor brasileiro". De março de 2004 a março de 2005 foram confirmados 28 casos da doença, sendo 18 só no primeiro trimestre deste ano. Apesar dos casos terem sido registrados em São Paulo, não está descartado o aparecimento de casos em outros estados. Na América do Sul, já foram confirmados casos no Chile, Peru e Argentina.
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