O Índice do Custo de Vida (ICV) avaliado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) em São Paulo acusou elevação provocada principalmente pelo aumento das tarifas de ônibus. O aumento de 17,65% no preço da tarifa de ônibus na capital paulista puxou a inflação, em março, para 0,81% contra 0,32% em fevereiro. O aumento foi concentrado no item de transportes coletivos, o que fez a inflação do mês pesar mais para as famílias de baixa renda. Os número do Dieese foram divulgados na quinta-feira (7).

O aumento das tarifas de transporte contribuiu sozinho com 0,43 ponto percentual do índice total. Também subiram os produtos de alimentação (0,75%) e habitação (0,37%). O único segmento a apresentar redução de preços foi vestuário (-0,17).

O levantamento indica que a alta de preços pesou mais no bolso das famílias com menor poder aquisitivo, renda média de R$ 377,49, com a taxa inflacionária atingindo 1,10%. Famílias com renda média de R$ 934,17 também sofreram com a elevação de 1%. Para as famílias mais ricas, renda média de R$ 2.792,90, a inflação foi mais baixa, 0,66%, em razão do menor peso dos transportes coletivos.

No primeiro trimestre do ano, a inflação acumula taxa de 2,06%, maior do que o mesmo período no ano passado, de 1,75%. Nos últimos 12 meses, entre abril de 2004 e março de 2005, o IVC chega a 8,03%, a maior taxa anual desde dezembro de 2003, quando a inflação ficou em 9,56%.