A clínica de Lesão Medular da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) revela que 43,5% de seus pacientes sofreram lesões medulares traumáticas em razão de acidentes por armas de fogo.

Os dados estatísticos dos últimos três anos também mostram que, deste universo, 83,5% dos pacientes são do sexo masculino (10,2% a mais que a última estatística) e 68,3% estão paraplégicos. Entre as causas traumáticas para as lesões, em segundo lugar estão os acidentes automobilísticos (30,5%); em terceiro a queda de altura (13%); e em quarto o mergulho em águas rasas (6,8%).

Cerca de 81,9% destes lesados medulares (paraplégicos e tetraplégicos) foram vítimas de algum tipo de acidente (trauma). O restante corresponde às lesões não-traumáticas, provocadas por algum tipo de doença. Entre o universo pesquisado, 62,7% vive em São Paulo e Grande São Paulo, 31,6% no interior do estado e o restante em outros estados.

Rodrigo Miranda da Silva (9) faz parte dessas estatísticas. Aos 4 anos ele foi vítima de troca de tiros entre policiais e assaltantes, na Zona Leste, em frente ao comércio do pai. Hoje, freqüenta a AACD duas vezes por semana, onde faz Reabilitação Desportiva, sendo um dos destaques no basquete. "Foram 79 dias na UTI e um mês na enfermaria, mas com muita fé e esperança conseguimos superar. Apesar de ser paraplégico, o Rodrigo é muito arteiro, adora brincar com as crianças na rua", revela o pai, Sebastião Miranda da Silva.

Campanha - Em 2003 cerca de 120 mil armas de brinquedo foram recolhidas durante a Campanha de Desarmamento Infantil organizada por uma editora e que contou com o apoio do governo do Estado de São Paulo. Aproximadamente 1 milhão de alunos de 1.022 escolas estaduais da capital paulista trocaram as armas de brinquedo por revistas infantis.