De onde viemos? Para que estamos aqui? Para onde vamos? A próxima grande dúvida existencial ainda está em discussão entre os filósofos. Mas sigo a linha de Douglas Adams: depois desse papo todo, a grande pergunta será “Onde vamos almoçar hoje?” No nosso dia a dia profissional, sinto que também as discussões em torno da era digital nunca pareceram tão antigas e presentes. Quando olhamos para a nossa rotina, as conclusões são muito similares: nos falta tempo; o consumidor mudou; existe uma infinidade de meios para que possamos estabelecer relações; excesso de dados que não sabemos como utilizar, as empresas e as agências precisam se reinventar; as verbas diminuíram e o staff está cada vez mais caro e menos comprometido. E os resultados estão cada vez mais difíceis de ser alcançados. E foi com a reflexão sobre tudo isso ao mesmo tempo que a nossa experiência começou no primeiro MasterClass do Hyper Island ministrado no Brasil: 35 executivos compartilhando e concluindo o primeiro dia com um mix de alívio, por estarmos todos na mesma página. E de desespero, exatamente pelo mesmo motivo. Nada como voltarmos para nossa tribo e compartilhar nossas histórias. Nos dias que se sucederam, discutimos juntos como transformar os nossos negócios e ajudar o mercado a atuar dentro dessa nova realidade. E aqui vão algumas dicas que podem ser aplicadas na sua empresa: – Tenha um propósito claro. Não confunda propósito com missão e visão que estão em um quadro no seu escritório. Propósito vai muito além disso e deve ser vivido dentro da sua empresa. – Esteja aberto: honestidade, transparência e autenticidade são características mandatórias para a sua empresa. Não acreditamos no que vemos. Nós vemos aquilo em que acreditamos. – Não tenha medo de falhar: pesquisas mostram que 70% das empresas que buscam transformação falham. – Seja colaborativo e proativo: busque o “sim”. Em vez de criticar e dizer não (porque é mais fácil), tente construir e melhorar as ideias que são apresentadas. – Aprenda fazendo: descubra o que você não sabe e esteja aberto a negociar e explorar o novo. – Foque seu tempo em seu ciclo de influência em vez de focar seu tempo em seu ciclo de preocupação. – Descubra o job to be done: necessidades humanas devem ser entendidas para que possamos supri-las. – Pense como alguns meninos em uma garagem no Silicon Valley: mesmo que não acredite no que eles desenvolvem, a forma como atuam é um exemplo a ser seguido. – Seja um ponto de luz na sua empresa para que ela se transforme no que ela precisa ser. Assuma a responsabilidade sobre a sua vida, a sua equipe e sobre os resultados que espera. Na minha tradução, o grande mal a ser combatido não é um fator externo, mas vem de dentro: tem que ter vontade para fazer acontecer. Sabe aquele aplicativo que ocupa nosso tempo e esconde nossas crises existenciais? Ele também acabou com o tempo para traduzirmos nossos ímpetos em ações. Aquele desejo irrefreável de entender por que estamos aqui e nosso propósito como comunicadores. A disposição para fazer do tempo – seu e dos outros – um momento memorável. “Como você se comporta hoje? Como você explora os talentos e as oportunidades à sua volta?” (*) Se você tiver gana pela vida (isso inclui seu trabalho), ela se tornará uma oportunidade única de mudar o mundo, de contribuir de alguma forma para aqueles que você ama ou que seguirão seus passos. Discurse. Viaje. Se vire. A vida é agora. Já! Tem uma expressão bem popular que, a meu ver, resume bem a questão: sem tesão não tem solução. Ao ter consciência do seu propósito no mundo, fica mais fácil ajudar os seus consumidores a fazê-lo também. E os resultados virão. E todos poderão passar para a próxima pergunta – parar o blá-blá-blá e decidir sobre o almoço, que eu estou faminta. (*) Mochileiro das Galáxias Nota do Editor: Marcia Esteves é Chief Digital Officer da Grey Brasil.
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