A arte musical negra tem sido tema de muitos estudos por sua diversidade de ritmos e estilos e, nesse contexto, a voz do negro é o que mais nos fascina. Tradicionalmente, ela é reconhecida como ressoante, potente e grave, com grandes possibilidades melódicas sendo distinta das vozes nas demais raças.

Pesquisas nas áreas de acústica, ortodontia e dermatologia evidenciam importantes variações constitucionais existentes na raça negra, que podem justificar as diferenças.

Um dos trabalhos pioneiros sobre o tema foi o de Bernstein, em 1932, que identificou tom vocal mais grave em jovens negros na faixa etária entre 10 a 20 anos de idade, comparativamente a jovens brancos germânicos da mesma faixa etária.

Além da voz mais grave, outras características foram identificadas em estudos mais recentes, como: “Músculos laríngeos mais fortes e largos, com inserções firmes favorecendo a potência vocal. O cantor brasileiro Seu Jorge é um exemplo de graves brilhantes e potentes. Tal especificidade muscular facilita o alcance de notas agudas, a exemplo da emissão das cantoras Jamily e Vanessa Jackson com seus maravilhosos malabarismos vocais.”, explica Silvia Pinho, uma das mais conceituadas fonoaudiólogas do Brasil.

Amplas inflexões em direção aos agudos encontrados na voz do negro a tornam mais melodiosa. Ed Motta com toda ginga, drives e growlings ilustra muito bem isto.

Lábios espessos e evertidos, nariz alargado e narinas amplas e permeáveis, face longa, mandíbula levemente anteriorizada, discreta projeção dentária, tornam o tubo vocal e caixas de ressonantais mais amplas, permitindo o abaixamento das freqüências formantes e a produção de voz “cheia”. Um belíssimo exemplo disto é notado nas apresentações de Alexandre Pires.

A aspereza vocal, presente na voz do cantor Seal, tão agradável ao ouvido humano, é popularmente chamada de “areia” dentro do contexto musical. Este aspecto vocal é proveniente de discreta aperiodicidade na vibração das pregas vocais, que pode ocorrer por presença de fenda glótica posterior durante a fonação (variação anatômica comumente encontrada) e, diferenças na cobertura mucosa das mesmas.

Desde criança a voz já se distingue por tais características que podem ser observadas nos vídeos do talentoso cantor Jotta A quando iniciou sua e, do famoso cantor Michael Jackson em sua infância, cantando a música “Ben”.

“Por tudo isso, parabéns linda raça negra! Agradecemos por vocês existirem em nossas vidas, por nos encantarem, nos curvamos todos às suas lindas vozes.”, finaliza.

Exemplos de outras 10 vozes negras:

John Legend
Bob Marley
Thiaguinho
Péricles (Exaltasamba)
Tim Maia
Beyoncé
Tina Turner
Whitney Houston
Elza Soares
Alcione