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Política
18/04/2005 - 05h54
Regionalização une países da América Latina
Agência USP de Notícias
 
Mudanças nas funções das fronteiras e no emprego das Forças Armadas no continente sugerem uma maior regionalização e a possível formação de uma comunidade de segurança regional

Para o geógrafo Oscar Medeiros Filho, autor de Cenários geopolíticos e emprego das Forças Armadas na América do Sul - trabalho defendido na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP - os países do continente sul-americano devem estar cada vez mais próximos para resolverem problemas comuns, principalmente no que se refere ao crescimento do crime organizado e à devastação do ambiente.

O pesquisador também observa mudanças nas funções das fronteiras e conta que a regionalização e a manutenção da democracia na América do Sul foram (e continuam sendo) fenômenos complementares. "Assim como a queda das ditaduras militares aproximou as nações, a regionalização garantiu a democracia como forma de governo no continente."

"O atual cenário geopolítico é bastante diferente daquele que se observava há trinta anos", continua Medeiros, "e mostra-se propício à construção de uma comunidade regional de segurança". O geógrafo explica que, devido à presença de governos militares em países como Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, havia um cenário de contenção e desconfiança mútua na região.

As fronteiras eram sinônimo de separação, divisão. "Concentrar tropas nas áreas de contato entre as nações significava proteger o território de uma possível invasão do governo vizinho", conta. Uma frase célebre do general Golbery do Couto e Silva serve para ilustrar a idéia de contenção. "O general dizia que o Brasil precisava ’tamponar’ suas fronteiras, principalmente no contato com a Argentina."

Inimigos comuns

O trabalho de Medeiros também aponta para as diferenças que a maior proximidade entre os países da América do Sul provocou na ordem geopolítica regional. Se antes observavam-se vários pontos de conflito e divergências diplomáticas - por exemplo, entre Brasil e Argentina (pela hegemonia do continente) e Peru e Equador (por questões territoriais) -, hoje os governos desses países já trabalham em cooperação contra inimigos comuns.

"As fronteiras deixaram de ter um caráter de fortaleza para assumir cada vez mais o papel de um muro, em que se está construindo uma série de portões". O afrouxamento dos controles fronteiriços estreitou os laços entre as nações sul-americanas, mas também permitiu uma maior circulação de pessoas ligadas a atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e o contrabando. "Se os problemas agora são compartilhados, assim também devem ser as soluções", diz Medeiros.

Nesse contexto, Medeiros sublinha a mudança experimentada pelo emprego das Forças Armadas na América do Sul. Hoje, a defesa contra o Estado vizinho não constitui a principal preocupação militar na região. Em vez das questões clássicas de defesa, destacam-se temas ligados a questões de segurança compartilhada. Isso porque declarações de guerra entre os países da região tornaram-se atitudes improváveis e irracionais diante da resolução diplomática. Como exemplo, poderíamos citar a solução do incidente ocorrido entre os governos de Hugo Chávez e Álvaro Uribe, em fevereiro deste ano.

Compartilhamento militar

"Apesar de mostrar-se propício, um compartilhamento militar deve ser pensado com muita cautela", pondera Medeiros. Para ele, quanto mais uma nação se aproxima de outra, mais suas diferenças são evidenciadas. Por isso, é preferível que a formação de uma comunidade de segurança sul-americana aconteça naturalmente, conforme forem sendo observados fatos empíricos de confiança mútua entre os países.

"A regionalização, porém, deve ser intensificada cada vez mais. Se os países da América do Sul não internalizarem seus problemas e mostrarem que conseguem resolvê-los de forma autônoma, a região pode despertar atenções e ser alvo de intervenções da comunidade internacional", conclui.

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