Com a expectativa de ser, ela própria a grande condutora da questão econômica no país no segundo mandato, ao anunciar o trio que deverá ser responsável pela Fazenda, Planejamento e Banco Central no próximo mandato, a presidente Dilma Roussef optou por uma solução sem espantos: um conservador, quase liberal para a Fazenda, Joaquim Levy; um empreendedor para o Planejamento, Nelson Barbosa e manteve na condição de guardião, o atual presidente do BC, Alexandre Tombini. Com isso procura manter o equilíbrio entre desenvolvimento e segurança, apostando em figuras públicas com experiência e vivência nos setores público e privado: Levy, que ajudou FHC e Aécio (assim como Henrique Meirelles, de mesma origem, auxiliou Lula nos mandatos anteriores), apostando que “campanha é campanha, realidade é realidade” e para conduzi-la nada melhor que os liberais na economia e os utópicos no planejamento, tendo na figura do presidente do BC, o ponto de equilíbrio entre as duas correntes. Caberá certamente à presidente sempre a última palavra entre acelerar ou conter. E para isso, talvez ela reserve ao futuro ministro chefe da Casa Civil, Aloisio Mercadante, também economista, um papel de maior destaque na condução das questões político-partidárias que envolverão o próximo mandato. Saindo-se bem da futura tarefa, ele despontará certamente como o “pai” do PAC ou outra alegoria que for inventada para manter a aliança entre o PT e o PMDB por mais uma década de poder no pós Dilma. Nota do Editor: Adolpho Queiroz é cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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