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SEÇÃO
Educação
16/03/2015 - 16h04
Reescrevendo a Educação
Ronan Delfim Machado
 
Conceitos do mundo corporativo podem dar boas lições ao ensino

Os últimos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), incluindo 529.373 candidatos com nota zero em redação, revelam não apenas que o ensino no país vive uma profunda crise estrutural e de identidade, como também necessita passar por um amplo processo de reconstrução.

Igualmente assustadores são os dados de pesquisa sobre aprendizagem, divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o levantamento, que contou com a participação de 34 países, nossos alunos são os campeões de mau comportamento em sala de aula.

Para se ter uma ideia da dimensão do problema, 20% dos professores brasileiros gastam tempo considerável tentando manter a ordem na classe, porcentagem que sobe para 33%, em média, ao se considerarem as perdas na instrução acarretadas por este quadro.

Em parte, isto se dá por motivos que incluem aulas maçantes para as expectativas da chamada Geração Z, que tem entre suas principais características uma verdadeira dependência da internet e toda a forma de gadgets tecnológicos.

Transposto para o mercado de trabalho, este perfil tem revelado gênios precoces, é verdade. Porém, é muito mais significativo e frequente o número de reclamações dos empregadores quanto à dificuldade dos jovens de hoje em manter o foco, ir além do imediatismo e realmente se comprometer com a empresa.

A reversão deste quadro deve começar a partir de atividades que tenham como objetivo desenvolver a accountability, termo em inglês sem tradução exata para a língua portuguesa, mas que se aproxima de responsabilidade e prestação de contas. É a habilidade que leva, por exemplo, alguém a apagar as luzes ao ser o último a sair de um local, sabendo que esse pequeno e anônimo gesto pode ter grande significado.

A ideia é trazer para os adolescentes de hoje um trabalho voltado ao desenvolvimento desta atitude, conforme já vem sendo feito em áreas de gestão pública e no mundo corporativo.

Incentivar o brasileiro a pensar assim desde cedo requer planejamento e esforço semelhantes aos que levaram para as salas de aula os temas meio ambiente, empreendedorismo e economia doméstica, cujos efeitos já se percebem na prática.

O Enem, ao propor questões de leitura, interpretação de texto e raciocínio, também aborda problemas do dia a dia, e com isso estabelece uma proposta correlata à filosofia da accountability, incentivando o aluno a ler mais, aprender idiomas e ser proativo em sua formação intelectual.

Em última análise, cultivar esse conceito alcança a reconstrução do próprio caráter nacional, em contraponto à cultura individualista do brasileiro, claramente percebida nos rumorosos casos de corrupção que têm jorrado por todos os lados.

Afinal, o accountability faz as pessoas se sentirem parte da comunidade, passando a dar melhores exemplos e a entender, inclusive, que o dinheiro público deve ser tratado com os devidos respeito e responsabilidade.


Nota do Editor: Ronan Delfim Machado é terapeuta ocupacional, educador especializado em psicologia da educação e desenvolvimento humano.

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