O crescente uso de automóveis pelas mulheres traz à tona o debate em torno dos riscos de eventuais acidentes envolvendo gestantes. O correto uso do cinto de segurança aliado à preferência por carros com air-bag são algumas das recomendações básicas feitas por ginecologistas e obstetras para evitar que lesões acidentais possam causar danos ao feto e à grávida.

Estimativas internacionais apontam que cerca de 30% das lesões ao feto causadas por acidentes de trânsito resultam em óbito materno. Boa parte dessas lesões são originadas pelo próprio impacto do cinto de segurança contra o abdômen.

Segundo o médico obstetra José Júlio de A. Tedesco, professor titular de Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa, o assento mais seguro para a mulher gestante, caso não seja ela a condutora do veículo, é o dianteiro direito, ou seja, o banco do passageiro dotado de cinto de segurança de três pontos.

"Ao contrário da crença reinante, os assentos traseiros, quando equipados somente com cinto abdominal, trazem maior risco à mulher grávida, por permitirem a flexão do tronco sobre as pernas", afirma Tedesco. Segundo ele, o impacto do cinto sobre a barriga da gestante pode levar ao descolamento da placenta em grande parte dos casos.

Questões relativas ao transporte automobilístico de mulheres grávidas serão debatidas na 19ª Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Santa Casa de São Paulo, evento voltado a profissionais de saúde que acontece entre os dias 2 e 4 de junho deste ano, no Centro de Convenções Rebouças.

Dicas às gestantes no trânsito:

· Usar sempre cinto de segurança de três pontos, mesmo que por pequenas distâncias.
· Utilizar o cinto abdominal colocado o mais baixo possível, sobre as coxas e nunca sobre o útero.
· O cinto diagonal deve ser ajustado conforme a posição do assento e ser colocado entre as mamas e lateralmente ao útero.
· Escolher sempre o assento dianteiro direito se o veículo não estiver equipado com cintos de três pontos nos assentos traseiros.
· Não usar nenhum elemento entre o cinto e o corpo, como protetores almofadados ou toalhas. Esses materiais podem permitir o deslizamento do corpo da gestante quando o cinto de segurança trava.
· Nunca usar cinto com folga em relação ao corpo.