Vendas de imóveis usados crescem 11,64% e locação tem alta de 32,89% em São Paulo
As vendas de imóveis usados cresceram 11,64% em Fevereiro no Estado de São Paulo em comparação com Janeiro, segundo mês de resultados positivos nesse mercado. A locação de imóveis residenciais também registrou alta em Fevereiro, uma expressiva expansão de 32,89% no número de casas e apartamentos alugados em relação a Janeiro. Os números foram apurados em pesquisa feita com 1.150 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP). A maioria das vendas foi feita com financiamento bancário, presente em 64,76% do total de contratos formalizados nas imobiliárias consultadas. Na locação, 62,2% dos imóveis alugados tiveram o fiador pessoa física como garantidor do pagamento do aluguel em caso de inadimplência dos inquilinos. “O dinamismo desses dois mercados não é nem pode ser tomado como indicativo de tendência, mas assinala um comportamento diferente em relação ao que se vê no mercado de imóveis novos, que registra queda de vendas no primeiro bimestre”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP. “No caso dos imóveis usados, especialmente, os preços menores que os dos novos fazem com que eles sejam opção de interesse crescente para muitas famílias que mantêm condições financeiras de comprar sua casa própria”, destaca Viana Neto. O presidente do CRECISP não arrisca previsões, mas argumenta que a manutenção do crédito bancário será decisiva para que as vendas se mantenham em alta. “O mercado não se sustenta sem o financiamento”, enfatiza. Igualmente decisivo será o comportamento dos preços. “Aumentar preços na conjuntura atual da Economia é condenar o imóvel à prateleira do esquecimento”, destaca Viana Neto. Neste primeiro bimestre, as indicações são de que os proprietários estão atentos a essa realidade. É que mesmo com o crescimento das vendas e da locação em Fevereiro, o índice Crecisp, que mede o comportamento dos preços e do aluguéis no Estado, registrou queda de 0,24% sobre Janeiro. No ano, o índice está positivo em 0,8%. Em 12 meses, a variação acumulada é negativa em 9,12%. Crescimento geral O crescimento das vendas em Fevereiro ocorreu em três das quatro regiões que compõem a pesquisa do CRECISP. Nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco, o aumento foi de 14,76%. Na Capital, a alta foi de 2,77%, e no Interior superou a marca de 40 (foi de 46,97%). Somente no Litoral houve queda, de 7,04% em relação a Janeiro. Ao contrário do mercado de venda de usados, o de locação de casas e apartamentos registrou crescimento em Fevereiro nas quatro regiões que compõem a pesquisa: 16,24% na Capital; 34,85% no Interior; 51,03% no Litoral; e mesmo percentual nas cidades da região do A, B, C, D mais Guarulhos e Osasco. Os usados preferidos Segundo apurou a pesquisa CRECISP, dos imóveis vendidos em Fevereiro no Estado, 54,99% eram casas e 45,01% eram apartamentos. Eles foram vendidos com descontos sobre os preços originais pedidos pelos proprietários de 6,57% nos bairros de periferia; de 6,39% nos bairros de regiões centrais; e de 6,93% nos bairros de áreas nobres. As casas e apartamentos de até R$ 300 mil foram os mais vendidos, com 59,02% do total de negócios efetivados nas imobiliárias consultadas. Na divisão das vendas por faixas de valor, continuou o predomínio dos imóveis de até R$ 4.000,00 o metro quadrado, que representaram 62,06% do total. Além dos financiamentos bancários, com 64,76% de participação no total de vendas, destacaram-se as vendas à vista, com 31,42%, e as financiadas diretamente pelos proprietários, com 3,40%. A participação dos consórcios foi de apenas 0,42% no número de unidades vendidas. Mais caros e mais baratos Os números apurados pela pesquisa do CRECISP mostram diferenças sensíveis de preços entre as regiões. Na área metropolitana, nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco, o imóvel usado mais barato vendido em Fevereiro foi um apartamento de 2 dormitórios em bairro da periferia, com R$ 2.068,97 o metro quadrado. E o mais caro, uma casa de 3 dormitórios em bairro de área nobre de Santo André, vendida por R$ 6.779,22 o metro quadrado. No grupo de cidades do Interior, os imóveis mais baratos encontrados foram casas de 2 dormitórios em bairros da periferia de Franca, vendidos por preços entre R$ 1.500,00 e R$ 2.142,86 o metro quadrado. Já o mais caro estava em Campinas: casa de 4 dormitórios em bairro da região central vendida por R$ 5.869,57 o metro quadrado. Na região do Litoral, estavam em Itanhaém os imóveis mais baratos – casas de dois dormitórios em bairros centrais vendidas por preços entre R$ 1.306,82 e R$ 2.857.14 o metro quadrado. Em Bertioga foi registrado o preço mais alto, de R$ 6.666,67 o metro quadrado por apartamento de quatro dormitórios em área nobre da cidade. Aluguel de até R$ 1.000,00 mantém predomínio em SP A pesquisa feita pelo CRECISP com 1.150 imobiliárias de 37 cidades mostrou que continuou intocado em Fevereiro no Estado de São Paulo o predomínio do aluguel de até R$ 1.000,00 mensais. Esses imóveis somaram 55,44% dos contratos, poucos menos que os 56,16% de Janeiro. As novas locações dividiram-se entre as casas, com 54,47%, e os apartamentos, com 46,53% unidades. Os descontos concedidos pelos proprietários desses imóveis foram de 11,41% sobre o aluguel inicialmente pedido em bairros de regiões centrais, de 10,98% em bairros de periferia e 8,05% em bairros de áreas nobres. Como é praxe no mercado de aluguel, os donos dos imóveis optaram preferencialmente pelo fiador para garantir o pagamento em caso de inadimplência – 62,2% usaram esta forma de fiança. Outros 14,62% escolheram o seguro de fiança e 16,77% o depósito de três meses do aluguel. Houve ainda 5,42% de contratos garantidos por caução e 0,33% por cessão fiduciária. Menores e maiores A pesquisa CRECISP constatou que os aluguéis residenciais no Estado em Fevereiro variaram de R$ 270,00 mensais a R$ 6.000,00. No primeiro caso, esse foi o aluguel médio básico de casa de 1 dormitório em bairros da periferia de Araçatuba. No segundo, foi o valor fechado pelo aluguel de casa de 4 dormitórios em bairro de área nobre de Santos. As imobiliárias pesquisadas receberam de volta 1.973 imóveis, o equivalente a 71,76% do total de novas locações de Fevereiro. A inadimplência nas imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP aumentou 32,85% em Fevereiro. Ela era de 2,93% dos contratos em vigor em Janeiro e passou a 3,89% em Fevereiro. A pesquisa CRECISP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.
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