O dia primeiro de maio já é celebrado por alguns países desde 1889. No Brasil desde 1925, devido a um decreto sancionado pelo presidente da república Artur Bernardes. Desde então, a data é comemorada de diversas formas. Em 1940, o presidente Getúlio Vargas anunciou o novo salário mínimo. Um ano depois, a data serviu para marcar a criação da Justiça do Trabalho. E, em pleno século XXI, o que podemos comemorar? No Brasil, de acordo com o Sebrae, são cerca de cinco milhões de microempreendedores individuais (MEIs). Aqui em Santa Catarina, esse número é de 157 mil. O indicador por si já é positivo, pois mostra a formalização dos empreendedores. Porém, há outro dado importante por trás desse algarismo: 45% dos microempreendedores individuais são mulheres. Registros da BluSol, instituição de microcrédito voltada a empreendedores de micro e pequenos negócios, também vão ao encontro desses dados. Em 2014 elas foram responsáveis por 57,80% dos empréstimos, contra 47% em 2005. No programa Juro Zero, da Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável, elas também são a maioria, com 51% dos 35 mil empréstimos concedidos. Com o sucesso dos pequenos negócios, comandados por homens ou mulheres, todos saem ganhando, seja no comércio com a economia aquecida; a comunidade com a inclusão de mais trabalhadores e os próprios empreendedores. Formalizados, além da tranquilidade de atuar regularmente, eles têm assegurados os direitos trabalhistas, benefício previdenciário, licença-maternidade, auxílio-doença, seguro por acidente de trabalho, acesso a financiamento, entre outros. Então, se tivermos que nos lembrar de algo positivo no Dia do Trabalhador, mesmo diante da crise econômico-financeira que o país vive, que seja o crescimento da formalização dos empreendedores. E, claro, o avanço das mulheres a frente dos negócios. Empreender cada vez mais é um desafio diário de todos nós, trabalhadores ou empresários, pois este é o caminho mais curto e duradouro para melhorar a produtividade e, consequentemente, as condições de trabalho, e isto só é possível com a qualificação profissional. Concomitantemente, cabe ao governo criar um ambiente cada vez melhor, na busca de uma legislação menos rígida que priorize o ganho de competitividade e a geração de empregos. Nota do Editor: Ido José Steiner, economista e presidente da BluSol.
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