Silvana Lima fatura o título do WQS 4 estrelas dos Estados Unidos. Vitória na Califórnia leva a campeã brasileira para o sétimo lugar no ranking
Diante do maior público dos 15 anos de história do Body Glove Surfbout em San Clemente, a atual campeã brasileira Silvana Lima foi quebrando recordes a cada apresentação nas ótimas ondas de mais de 2 metros de altura em Lowers Trestles, até faturar o título do 4 estrelas dos Estados Unidos com outro show de surfe na grande final. Com a vitória na Califórnia, a cearense assumiu a sétima posição no WQS e entrou na briga direta pelas vagas que vão completar a elite mundial do WCT Feminino no ano que vem. Na decisão do título, Silvana registrou incríveis 18,34 pontos de 20 possíveis para derrotar três australianas, inclusive as líderes do ranking, Serena Brooke (vice-campeã) e Jessi Miley-Dyer (quarta colocada), respectivamente. Na categoria masculina, a torcida norte-americana também saiu frustrada de Trestles pela vitória do sul-africano David Weare, com o australiano Adrian Buchan ainda superando os californianos Pat O’Connell (terceiro lugar) e Rob Machado (quarto). Buchan assumiu a segunda posição no ranking que continua liderado pelo norte-americano Gabe Kling, com Weare agora em quarto lugar. 5 ESTRELAS NA BAHIA - As próximas etapas importantes da divisão de acesso masculina são o 6 estrelas "prime" das Ilhas Maldivas, de 06 a 12 de junho, e o 5 estrelas Billabong Costa do Sauípe Pro, que vai estrear no calendário mundial na semana seguinte, entre os dias 13 e 19 na Bahia. Já pelo WQS Feminino, tem uma etapa de nível 5 estrelas na África do Sul, de 04 a 09 de julho, uma de 6 estrelas em Huntington Beach, novamente na Califórnia, de 25 a 30 de julho, além de outro 5 estrelas na Inglaterra, de 01 a 07 de agosto. ÚNICO 10 - Essas provas certamente modificarão bastante a atual classificação do WQS. Como não competiu nessas duas provas seguidas de nível 4 estrelas, o bicampeão mundial Neco Padaratz despencou da segunda para a 15ª posição no ranking que garante quinze vagas no WCT do ano que vem. No Body Glove Surfbout dos EUA, o brasileiro mais bem colocado foi o carioca Marcelo Trekinho, que acabou barrado na primeira quarta-de-final pelos norte-americanos Tim Curran e Rob Machado e terminou em nono lugar. Curran, inclusive, tirou a única nota 10 da competição nessa bateria, mas não passou das semifinais. BARRANDO FAVORITAS - Já no feminino, a cearense Silvana Lima deu um show em cada apresentação, sempre ampliando seus próprios recordes toda vez que entrava no mar. Nas quartas-de-final, somou 16,84 pontos para despachar a número 3 do ranking, Serena Brooke (AUS), além da última norte-americana na competição e defensora do título do Body Glove Surfbout, Julia Christian. QUEBRANDO RECORDES - Nas semifinais, arrancou uma nota 9,5 para de novo ampliar o recorde de maior pontuação para 17,83 pontos na vitória sobre a vice-líder do WQS, Jessi Miley-Dyer, que passou em segundo lugar para a grande final. Na bateria decisiva encontrou mais duas australianas e também derrotou a número 1 do WQS, Rebecca Woods, deixando todas precisando de mais de dez pontos para alcançá-la, o que no surfe é como vencer de goleada. VITÓRIA DE GOLEADA - A brasileira garantiu sua segunda vitória no WQS logo nos primeiros 10 minutos da final. Recebeu nota 8,67 em sua segunda onda e 9,67 pontos na terceira para totalizar 18,34 pontos, marca que só não superou os 18,43 pontos registrados pelo californiano Rob Machado nas triagens masculinas. Rebecca Woods terminou em segundo lugar com 14,67 pontos, Laurina McGrath ficou em terceiro com 11,94 pontos e Jessi Miley-Dyer acabou em quarto com 10,50 pontos. Pelo título, Silvana Lima faturou o prêmio máximo de 3.500 dólares e marcou 1.500 pontos que a levaram para o sétimo lugar no WQS com apenas três provas disputadas, contra cinco da líder e quatro das outras cinco atletas que também estão à sua frente. TRÊS TÍTULOS CONSECUTIVOS - Esta foi a terceira vitória consecutiva da cearense. A primeira foi na primeira etapa do Circuito Petrobras de Surfe Feminino na Praia de Itamambuca, em Ubatuba (SP). A segunda veio na abertura do SuperSurf 2005 na Praia do Rosa, em Imbituba (SC), de onde seguiu direto para os Estados Unidos. Pelo WQS, esse é o segundo título da atual campeã brasileira. O primeiro foi em sua primeira viagem internacional em 2003 na França, quando tinha apenas 18 anos de idade. Em Lacanau, ela e a sua conterrânea Tita Tavares festejaram uma dobradinha verde-amarela no alto do pódio. O mais novo fenômeno do surfe brasileiro feminino é a única surfista do mundo a arriscar aéreos nas baterias. Neste ano, Silvana Lima foi contratada pela Billabong, marca australiana que também patrocina a hexacampeã mundial Layne Beachley, além de várias estrelas do WCT masculino e feminino. Com este importante suporte, em breve certamente estará brilhando na elite do surfe mundial. RANKING WQS 2005 - após 11 etapas 01- Gabe Kling (EUA) - 4.481 pontos 02- Adrian Buchan (AUS) - 4.248 03- Shaun Cansdell (AUS) - 3.807 04- David Weare (AFR) - 3.635 05- Jesse Merle-Jones (HAV) - 3.603 06- Eneko Acero (ESP) - 3.593 07- Roy Powers (HAV) - 3.453 08- Russell Winter (ING) - 3.381 09- Bobby Martinez (EUA) - 3.345 10- Adam Robertson (AUS) - 3.104 11- Pancho Sullivan (HAV) - 3.048 12- Eric Rebiere (FRA) - 2.984 13- Ben Dunn (AUS) - 2.981 14- Leigh Sedley (AUS) - 2.950 15- Neco Padaratz (BRA) - 2.908 16- Jonathan Gonzalez (CNY) - 2.898 WQS FEMININO 2005 - após 6 etapas 01- Rebecca Woods (AUS) - 5.601 pontos 02- Jessi Miley-Dyer (AUS) - 5.248 03- Serena Brooke (AUS) - 4.598 04- Caroline Sarran (FRA) - 3.953 05- Megan Abubo (HAV) - 3.888 06- Laurina McGrath (AUS) - 3.790 07- Silvana Lima (BRA) - 3.638 08- Yvonne Byron (AUS) - 3.566 09- Pauline Menczer (AUS) - 3.510 10- Melanie Redman-Carr (AUS) - 3.338 11- Jacqueline Silva (BRA) - 3.095
|