Todos os dias vemos nos telejornais notícias como: “Aumenta a crise no País”, “Sobe o número de inadimplência no mercado financeiro”. Assistimos a reportagens que fazem referência ao endividamento, nas quais é possível constatar que uma parte da população se preocupa com este assunto somente após estar endividada. O que nos leva a uma pergunta: por que uma grande fatia da população não pratica o planejamento financeiro? Conheço muitas pessoas que tem esse planejamento e em um momento como o atual não sentem a turbulência. O primeiro passo para planejar sua vida financeira é tentar identificar os motivos que o levam a se endividar. A partir do momento em que descobrimos isso, se torna mais fácil resolver. Está provado que vivemos em uma sociedade consumista e esse consumismo é incentivado pelas inúmeras propagandas a que somos expostos diariamente. A mídia coloca a pessoa na frente de uma loja para comprar o que não precisa, com dinheiro que não tem para mostrar para quem não está nem aí com essa pessoa. Por outro lado, temos o fato de o crédito no país ser muito acessível e isso alavanca o endividamento da população. Dia desses assisti a uma propaganda de televisão em que uma agência financeira tinha o seguinte slogan: “Damos crédito para quem não tem crédito”. Ou seja, mesmo com o nome nas associações comerciais, na lista negra do comércio a pessoa tem crédito. Estranho, não? Hoje em dia, se ao acordarmos de manhã e colocarmos a mão fora de casa, dois ou três cartões cairão sobre elas, sem que tenhamos solicitado. Hoje, é possível financiar carros em oitenta e quatro parcelas e comprar celulares em dez prestações. Comprar ficou muito fácil. Difícil é pagar. O problema se torna mais grave quando a pessoa incorpora o cartão de crédito à renda familiar. Na iminência de um feriado prolongado, por exemplo, o primeiro pensamento que se tem é uma escapada com a família para o litoral, na maioria das vezes, utilizando o saldo do cartão de crédito ou cheque especial, com juros altíssimos. As pessoas estão habituadas a pensar em gastar, passear e consumir, quando o correto seria agregar a estes pensamentos o planejamento financeiro. É preciso que as pessoas se conscientizem e iniciem um planejamento financeiro a partir de agora. E não é necessário muito para começar, basta pegar uma pequena reserva e guardá-la em uma poupança. Comece com R$ 50,00 por mês, depois R$ 100,00. Conheci inúmeras pessoas que elaboraram um planejamento financeiro e hoje vivem em plena harmonia financeira, com direito a viagens de férias. Tenho certeza de que o que falta na maioria das pessoas é a iniciativa. Pode ser doloroso, porém necessário e, quando você perceber, verá que entrou em um novo ciclo, um ciclo propício e de extrema importância para a sobrevivência do bem-estar familiar. Faça um acordo consigo mesmo: comece fazendo o necessário, depois o difícil e quando o menos esperar, estará fazendo o impossível. Nota do Editor: Wagner Luiz Villalva é professor do curso de Administração da Faculdade Anhanguera de Campinas – Unidade JBDunlop.
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