Categoria feminina inaugura o Billabong Pro Teahupoo 2005 no Tahiti. Brasileiras não passam do primeiro dia nas ondas mais temidas do mundo.
| Karen Wilson |  | | | A havaiana Keala Kennelly no Billabong Pro Tahiti. |
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Com um tubo fantástico surfado no último minuto, a peruana Sofia Mulanovich conseguiu superar a jovem australiana Sheridan Shields para continuar defendendo seu título de campeã do último Billabong Pro Teahupoo no Tahiti. A categoria feminina inaugurou o maior desafio do Circuito Mundial de Surfe Profissional no primeiro dia do prazo de realização da competição, que vai até o dia 17 de maio. O swell (ondulação) gigante que entrou em Tairapu Ouest no domingo continua baixando a cada dia, mas séries pesadas de 1,5 a 2 metros de altura quebrando sobre uma rasa bancada de corais ainda eram condições muito perigosas para as meninas. As mais corajosas seguiram em frente e já estão nas quartas-de-final, como a atual campeã mundial Sofia Mulanovich, mas as brasileiras não passaram do primeiro dia de disputas nas ondas mais temidas do ASP Foster’s World Championship Tour (WCT). A previsão é encerrar a categoria feminina nesta sexta-feira, enquanto a estréia do masculino deve aguardar a entrada de um novo swell no domingo ou segunda-feira. Todas as emoções da etapa mais adrenalizante da temporada podem ser acompanhadas em vídeo ao vivo e locução especial em português de Roberto Perdigão pelo www.aspworldtour.com. "Essas ondas não são para mulheres, são muito perigosas, é coisa para macho", definiu Roberto Perdigão, durante a transmissão do Billabong Pro Teahupoo na quinta-feira. Realmente, apesar das ondas serem as menores da semana, poucas surfistas conseguiram esconder o temor de encarar o drop (entrada na onda) que não admite erros e pode causar graves ferimentos, devido à rasa bancada de corais a menos de 1 metro de profundidade. A situação fica bem pior na maré seca e foi nessa condição que o Brasil se despediu da competição, com Jacqueline Silva não pegando nenhuma onda no confronto contra a australiana Trudy Todd. Na verdade, a catarinense chegou nas oitavas-de-final com uma nota 2,5 recebida na repescagem, pois a havaiana Melanie Bartels não apareceu para competir no evento. ZERO NO PLACAR - Já a cearense Tita Tavares registrou dois zeros nas duas vezes que entrou no mar, ou seja, saiu do Tahiti ilesa, porém sem pegar nenhuma onda na quarta etapa do WCT Feminino de 2005. E a também brasileira Jacqueline Silva foi a outra única surfista que passou em branco duas vezes no campeonato, pois na primeira rodada também terminou com zero no placar contra as australianas Claire Bevilacqua e Serena Brooke, que marcaram 12,50 e 7,07 pontos, respectivamente. MELHORES APRESENTAÇÕES - Para se ter uma idéia da dificuldade encontrada pelas surfistas em suas primeiras apresentações, 12,50 pontos foi a maior soma das duas maiores notas registrada na rodada inicial do Billabong Pro Teahupoo. A também australiana Rebecca Woods ampliou esta marca para 15,50 pontos na última bateria da repescagem, quando Tita Tavares acabou eliminada da competição. Depois, já pelas oitavas-de-final, a havaiana Keala Kennelly alcançou o topo da lista de recorde de maior pontuação ao totalizar 15,67 pontos de 20 possíveis para despachar a australiana Samantha Cornish. Quando as ondas estavam gigantes no início da semana, Kennelly escreveu um feito inédito no Tahiti ao se tornar a primeira mulher a pegar onda de Town-in (rebocada por jet-ski) em Teahupoo. Agora, o próximo desafio da havaiana é tentar impedir que Sofia Mulanovich conquiste o bicampeonato no Billabong Pro Teahupoo e dispare na liderança do ranking. A atual campeã mundial não começou bem na primeira fase e perdia para Sheridan Shields nas oitavas-de-final até o último minuto, quando conseguiu completar um tubo espetacular para arrancar uma nota 9,23 dos juízes e garantir a vitória por 14,90 x 10,83 pontos. A apresentação da peruana só não foi melhor do que a nota 9,5 que a havaiana Rochelle Ballard ganhou na primeira oitava-de-final. QUARTAS-DE-FINAL - Ballard vai disputar a primeira vaga nas semifinais contra a australiana Chelsea Georgeson. A segunda quarta-de-final será entre a peruana Sofia Mulanovich e a havaiana Keala Kennelly. Na terceira, a sul-africana Heather Clark, que superou a hexacampeã mundial Layne Beachley por décimos de diferença (9,66 x 9,36 pontos), pega a também australiana Melanie Redman-Carr. E na quarta, a algoz de Jacqueline Silva, Trudy Todd, tem um confronto australiano contra Rebecca Woods, que barrou a vice-líder do ranking 2005, a havaiana Megan Abubo, na última bateria realizada na quinta-feira em Teahupoo. Segundos após o anúncio do término da competição, os surfistas invadiram os tubos para treinar no final da tarde chuvosa no Tahiti. Mas, eles só devem começar a estrear no Billabong Pro Teahupoo no domingo ou segunda-feira, dias indicados pelas previsões para a entrada de um novo swell no Tahiti. O prazo da terceira etapa masculina do WCT 2005 vai até o dia 17 e ainda tem bastante tempo para tentar realizar o evento mais aguardado da temporada nas maiores ondas possíveis, para assim fazer valer o título de "Maior Desafio do Circuito Mundial de Surfe Profissional". Billabong Pro - Quartas-de-final 1)- Chelsea Georgeson (AUS) x Rochelle Ballard (HAV) 2)- Sofia Mulanovich (PERU) x Keala Kennelly (HAV) 3)- Melanie Redman-Carr (AUS) x Heather Clark (AFR) 4)- Trudy Todd (AUS) x Rebecca Woods (AUS) Colocações das surfistas já eliminadas 09- Megan Abubo (HAV) - $ 2.750 / 360 pontos 09- Layne Beachley (AUS) - $ 2.750 / 360 09- Serena Brooke (AUS) - $ 2.750 / 360 09- Jacqueline Silva (BRA) - $ 2.750 / 360 09- Samantha Cornish (AUS) - $ 2.750 / 360 09- Claire Bevilacqua (AUS) - $ 2.750 / 360 09- Laurina McGrath (AUS) - $ 2.750 / 360 09- Sheridan Shields (AUS) - $ 2.750 / 360 17- Melanie Bartels (HAV) - $ 2.250 / 180 17- Tita Tavares (BRA) - $ 2.250 / 180
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