Dá para ficar de braços cruzados quando mais de 600 jovens são assassinados anualmente?
Dia 13/05 às 19 horas, na Escola Municipal Pe. Anchieta, a Comunidade Santos Mártires do Jardim Ângela, Zona Sul de São Paulo, estará lançando o seu livro Projeto RAC - Reconstruindo o Adolescente em Comunidade. O livro, lançado pela Editora Cortez, uma das mais importantes editoras na área educacional, contou com o patrocínio da Telefônica. Nele, a equipe do Projeto narra todo o esforço da comunidade para impedir a continuidade da extrema violência que ceifava anualmente a vida de mais de 600 jovens. Hoje, o Jardim Ângela é um ponto de referência e de estudo no que se refere a projetos bem sucedidos de inclusão de jovens em situação de risco. Quarta-feira, numa reunião que fizemos com jovens na Fundart - Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba, um adolescente disse: "Essa situação de crianças drogadas, cheirando pó, armadas, dando tiro para cima e para baixo já está ficando normal." Dá para aceitar essa situação como normal? Como disse o escritor Ferréz no Ipiranguinha: "Eu gostaria que o Ipiranguinha não se tornasse um bairro como o meu (Capão Redondo). Quase todos os meus colegas estão mortos e se estou vivo ainda é porque acreditei que a leitura podia fazer diferença em minha vida. Depois que publiquei Capão Pecado, comecei a ter um espaço que nunca tive. Pude visitar os espaços de Paris descritos no livro Madame Bovary, de Flaubert, e muitos lugares do Brasil. Por isso, é preciso que a gente não abandone o sonho". A palestra é o fruto de um trabalho integrado entre a Secretaria de Educação do Município, a Coordenadoria da Mulher e a Fundart. Também conta com o patrocínio do Ubatuba Palace Hotel, do Restaurante Ismael e do Hipermercado da Carne.
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor em Ubatuba (SP).
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