Desconto maior puxa aumento de venda de imóvel usado e locação em São Paulo
As férias de Julho parecem ter feito bem ao mercado de venda e locação imóveis usados residenciais no Estado de São Paulo. As vendas cresceram 10,25% em relação a Junho, e o número de imóveis alugados foi 10,64% maior, em 37 cidades pesquisadas, incluída a Capital, pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP). “As férias funcionam como um espaço de respiro que ajuda os interessados a decidir pela compra ou locação, mas essa boa performance foi alavancada mesmo pela ampliação dos descontos tanto na locação quanto na venda e pela redução dos preços, movimento que já dura três meses”, resume José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP. Em Julho, comparado a Junho, o índice do CRECISP que mede o comportamento geral dos preços dos imóveis usados residenciais, considerando aluguel e venda, apresentou queda de 2,58%. O desconto sobre os preços originais de venda aumentou em média 32,9% no caso dos imóveis situados em bairros de regiões centrais das cidades pesquisadas, passando de 6,96% em Junho para 9,25% em Julho. Nos imóveis de bairros de periferia, o desconto cresceu 26,7%, de 6,93% em Junho para 8,78% em Julho. Somente para os imóveis de bairros nobres, o desconto encolheu 23,05% - era de 10,37% em média em Junho e baixou para 7,98% em Julho. No mercado de locação, os descontos nos valores originalmente pedidos pelos proprietários para alugar casas e apartamentos aumentaram 10,66% em imóveis de bairros de periferia (de 10,32% em Junho para 11,42% em Julho) e 10,13% em regiões nobres das cidades pesquisadas (de 9,58% para 10,55% nessa mesma base comparativa) Em regiões centrais, a média de descontos baixou 4,23%, caindo de 11,81% em Junho para 11,31% em Julho. A recuperação das vendas de imóveis usados em Julho (haviam caído 13,65% em Junho) não foi suficiente para evitar que esse mercado fechasse os sete primeiros meses do ano no vermelho, com queda acumulada de 0,47%. Inversamente, o mercado de locação tem saldo positivo de 55,66%. “É natural que seja assim, considerada a dificuldade que é conseguir financiamento e ter renda suficiente para bancar as suas prestações nesse momento de recessão”, afirma Viana Neto. Imóveis mais alugados são os de até R$ 1 mil mensais Os imóveis mais alugados em Julho no Estado de São Paulo, com 56,14% do total de novos contratos assinados no mês, foram os de aluguel mensal de até R$ 1.000,00. A maioria desses contratos foi formalizada com garantia de pagamento em caso de inadimplência do inquilino pelos tradicionais fiadores (59,04%). As outras formas de fiança adotadas nas 1.100 imobiliárias que o Creci-SP pesquisou foram o seguro de fiança (presente em 15,94% dos contratos), o depósito de três meses do aluguel (16,4%), a caução de imóveis (6,59%), a locação sem garantia (1,04%) e a cessão fiduciária (0,96%). As 1.100 imobiliárias consultadas alugaram 53,84% do total de novos contratos em casas e 46,16% em apartamentos. Elas receberam de volta 2.169 imóveis de inquilinos que desistiram da locação, número que equivale a 90,53% do total de novos contratos. Crescimento e inadimplência A locação cresceu em Julho nas quatro regiões que compõem a pesquisa do CRECISP, na comparação com Junho: 12,93% na Capital; 5,99% no Interior; 14,57% nas cidades da região do A, B, C, D mais Guarulhos e Osasco, e 16,21% no Litoral. A inadimplência cresceu em Julho. O número de inquilinos com o pagamento do aluguel atrasado chegou a 5,05% do total de contratos em vigor, percentual 14,81% maior que os 4,41% de inadimplentes de Junho. Imóvel de até R$ 300 mil domina a venda de usados As casas e os apartamentos usados com preço final de até R$ 300 mil foram os mais vendidos em Julho no Estado de São Paulo. Eles representaram 58,58% do total das vendas feitas pelas 1.100 imobiliárias que o Creci-SP consultou em 37 cidades. Dos imóveis vendidos em Julho, 48,77% tiveram financiamento bancários, 43,6% foram vendidos à vista; 5,99% tiveram pagamento parcelado pelos proprietários; e 1,63% trocaram de dono por meio de consórcios. As vendas, que no geral cresceram 10,25% em Julho sobre Junho, tiveram desempenho semelhantes em três das quatro regiões que compõem a pesquisa do Creci. Houve crescimento no Litoral (+ 14,52%), no Interior (+ 18,04%) e nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (+ 18,36%). Na Capital, as vendas recuaram 12,28%. A pesquisa CRECI-SP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.
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