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Educação
15/05/2005 - 06h38
Abaixo as notas baixas!
 
 
Escolas usam a criatividade para motivar alunos

Dificuldade de organização, baixo rendimento escolar, falta de concentração, pouco prazer para estudar. Alunos com dificuldade de aprendizagem são comuns em todas as escolas e, na maioria das vezes, fatores de ordem emocional, como baixa auto-estima, timidez e complicações familiares, são os responsáveis por esta situação. Mas o que fazer para motivá-los? Algumas instituições de ensino de São Paulo usaram a criatividade e até o trabalho voluntário para reverter este quadro e vêm conseguindo ótimos resultados.

No Colégio I. L. Peretz, na Vila Mariana, os estudantes de 8 a 12 anos que passam por um problema emocional contam com a ajuda de tutores. O programa chamado Perach, criado há quatro anos, convida ex-alunos do colégio, que já estão na faculdade, para atuarem como uma espécie de irmãos mais velhos, seja como um amigo, um guia ou conselheiro. O trabalho é voluntário. Durante um ano, os jovens tutores repassam suas vivências saudáveis aos pequenos aprendizes, enquanto recebem capacitação especializada e acompanhamento contínuo de pedagogos, psicólogos e psicopedagogos.

De acordo com o coordenador do projeto, o psicólogo Bruno Weinberg, o sucesso do Perach superou as expectativas. "Nós falamos para o aluno que ele vai ganhar um amigo mais velho pra brincar. Geralmente é algo tão legal que acontece na vida desta criança que ela sai fortalecida pra superar dificuldades, melhora sua auto-estima, além de garantir um melhor desempenho escolar" comenta.

Já a Escola da Vila, com unidades no Butantã e Morumbi, inovou ao criar, no ano 2000, o projeto Tutoria. Nele, alunos do 2º e 3º anos do ensino médio são tutores de alunos do ensino fundamental, de 5ª a 8ª série, aqueles que apresentam alguma dificuldade na escola. O trabalho consiste em ir à casa do tutorado de 3 a 5 vezes por semana para ajudá-lo em diversas frentes: realização da tarefa, organização da agenda, do tempo, do estojo, enfim, tudo que possa contribuir para melhorar o desempenho desse aluno que apresenta pouca autonomia para fazer o trabalho escolar e que, também, não pode ter uma ajuda mais efetiva da família. "Observamos que funciona bem alunos maiores ajudarem aos menores. A qualidade do relacionamento entre os jovens permite que o trabalho se desenvolva de uma maneira mais tranqüila. Ao contrário do que pode eventualmente acontecer quando os pais estão em ação no auxílio à lição de casa, por exemplo", explica Clice Haddad, orientadora educacional da Escola da Vila e coordenadora do projeto. "O tutor deve, ainda, criar um vínculo afetivo com o aluno para que a relação de trabalho seja garantida", completa.

No Colégio Magister, a solução foi encontrada dentro da própria sala-de-aula. Desde o ano passado, a escola criou o Grupo de Estudos para alunos da 5ª à 8ª série. Uma vez por semana, os colegas de sala se ajudam após a hora de aula. "Eles dividem com outros alunos o que têm de melhor, se um é bom em matemática, ensina matemática, o outro, que é bom em português, ensina português e assim vai", explica a orientadora educacional do Fundamental 2, Alessandra Ramos. Ela conta que a iniciativa criou uma mobilização dentro de sala de aula, onde um passa a ajudar o outro e o resultado vêm surpreendendo. "Além de criar um clima de união e cooperação, o rendimento escolar dos alunos que tinham dificuldades de aprendizagem melhorou muito", comemora.

Dificuldade de aprendizagem pode ter causa clínica

Em alguns casos, as dificuldades de aprendizagem têm outras causas que não as emocionais, quando isto acontece só o apoio extra na escola não é suficiente. Segundo a psicopedagoga Sílvia Amaral, do CAD - Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento, especializado no tratamento de crianças com transtorno de comportamento e aprendizagem, cabe à instituição de ensino ter um olhar individualizado para perceber as necessidades de cada aluno. "Orientamos as escolas a sempre tentarem resolver o problema dentro da própria escola. Quando detectada uma dificuldade de um aluno, é importante conversar com a família para saber o que pode estar levando o estudante a se comportar daquela maneira. Não adianta só mandar um bilhete para a mãe pedindo para o filho estudar mais", alerta.

Sílvia explica que quando há um distúrbio maior é necessário que a criança seja avaliada por uma equipe multidisciplinar que fará um diagnóstico e poderá orientar a escola e a família sobre a melhor maneira de estimular o seu desenvolvimento. "O mais importante é a tolerância, a compreensão e o acolhimento por parte dos profissionais que lidam com a criança na escola e da família" recomenda. Entre os problemas clínicos mais comuns estão os transtornos do déficit de atenção, hiperatividade e dislexia.

O Magister é uma das escolas que valorizam o acompanhamento individual do desempenho do aluno. A psicopedagoga e orientadora educacional do Fundamental 2, Alessandra Ramos, está sempre alerta. Quando observa dificuldades específicas que só o grupo de estudos não irá ajudar, conversa com os pais do aluno.

Em alguns casos, quando os pais autorizam, ela contacta profissionais especializados em distúrbios de aprendizagem para que seja feita uma avaliação detalhada e a partir daí, pais, escola e especialistas passam a trabalhar em equipe. O resultado de tanta dedicação aparece na melhora da auto-estima do estudante e também no boletim escolar - que registra notas muito mais altas. "Às vezes o aluno é taxado negativamente por outros ou ele mesmo se coloca em condição inferior porque não consegue acompanhar o desempenho da classe. Quando é diagnosticado o problema é um alívio pra ele. A partir daí, ele passa a tentar superar as dificuldades, passa a acreditar nele mesmo. A melhora é surpreendente", finaliza.

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