Dia 15 foi o Dia Internacional do Celíaco, que é o portador da doença celíaca, causada pela intolerância ao glúten, proteína encontrada no trigo, na cevada, na aveia e no centeio e seus derivados, como massas, bolos, pães, biscoitos e alguns doces. Campanhas de esclarecimento sobre essa doença alertam a população em vários estados.

Segundo a professora e pesquisadora da Universidade de Brasília, Lenora Gandolfi, a doença celíaca não tem cura, podendo levar o portador à morte, se não seguir o tratamento com rigor.

Pelo fato de os sintomas da doença serem variados - diarréia, perda de peso e vômitos - e estarem associados a outras doenças, Lenora Gandolfi afirma que muitas pessoas podem ser celíacas e não saber. Ela orienta que quanto mais rápido for o diagnóstico, maior é a chance do portador conviver com a doença sem maiores prejuízos. O atraso no diagnóstico e o não tratamento da doença, segundo ela, podem causar anemia, osteoporose, infertilidade e até câncer de intestino.

O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de sangue e os mais confiáveis são o teste de anti-endomísio e o teste de anti-transglutaminase e pelo exame direto da mucosa do intestino, por meio de endoscopia digestiva e biopsia.

A doença é grave se não for tratada, alerta a pesquisadora. "O único remédio desta doença é cortar o glúten da dieta para sempre", explicou Gandolfi, destacando a importância de o celíaco ler sempre a bula dos alimentos industrializados, para saber quais contêm glúten.

Ao excluir o glúten da alimentação, os sintomas da doença desaparecem, mas mesmo assim o celíaco deve ficar sempre atento à possibilidade de desenvolver doenças graves. Segundo a pesquisadora, a doença é genética e pode se manifestar em crianças, a partir do momento em que inicia uma alimentação que contenha glúten, ou, em alguns casos, somente na idade adulta, dependendo do grau de intolerância à proteína.

A presidente da Associação dos Celíacos do Brasil, Rosana Alcântara da Silva informa que no país cerca de 10 mil pessoas são celíacas. E que a maior incidência da doença ocorre na região Sul.