5 informações-chave para turbinar aprendizado de inglês e melhorar índices de proficiência dos brasileiros
Aprender inglês ainda é um desafio para brasileiros. Uma recente pesquisa divulgada neste mês de novembro na quinta edição do Índice de Proficiência em Inglês, realizada pelo Instituto EF Education First, mostra o Brasil em 41º lugar no ranking mundial quando o assunto é dominar o idioma. No mundo dos negócios, 52% dos executivos em cargos de alta e média gerência têm apenas nível básico de inglês. Mas por que brasileiros têm desempenho tão baixo? Para a professora Sônia Peixer Souza, da Seda College (www.sedacollege.com), na Irlanda, um dos motivos é a metodologia de ensino no país e, depois, a falta de incentivos e de conscientização da importância da comunicação por meio de um segundo idioma. O Brasil está atrasado, principalmente, na conversação - o speaking precisa ser melhorado. “A Seda College recebe estudantes de até 40 nacionalidades diferentes, mas o destaque ainda é de brasileiros preocupados em aprender mais rápido e de forma eficiente. Só que muitos erros que cometiam no seu país, continuam cometendo no intercâmbio - como a falta de dedicação à língua além das aulas. Isso atrasa muito o processo de aprendizagem mesmo para quem decidiu estudar fora”, explica ela. Com a proposta de orientar estudantes a acelerarem o aprendizado e contribuírem para elevar os índices do Brasil em relação à língua inglesa, a equipe da Seda College ressaltou pontos de atenção na hora de estudar o idioma, tanto para quem está no intercâmbio, quanto para os que decidiram aprender em casa. Inglês não se aprende só com gramática Focar principalmente em gramática é um dos erros das escolas públicas e até de muitos cursos particulares de inglês no Brasil. “Eu diria que gramática é o forte dos brasileiros, porque é o que mais aprendem nas escolas. Nos testes de nivelamento, muito estudantes alcançam nível pré-intermediário no intercâmbio, mas quando fazem a prova oral, e precisam estabelecer comunicação através da fala, percebemos o quanto o Brasil está atrasado”, avalia Sônia. A gramática é uma parte muito importante do aprendizado, mas é preciso ter um equilíbrio entre todas as habilidades com a língua - saber falar, ouvir, ler, escrever e, principalmente, compreender as mensagens. Aprenda a usar preposições Existem inúmeras regras para justificar o uso de cada preposição na língua inglesa. São tantas que até mesmo nativos têm dificuldades de justificar o porquê do uso de uma determinada preposição ao invés de outra - que para brasileiros faria mais sentido. A preposição to e for, por exemplo, causam muita confusão, pois sempre existe exceção à regra. De maneira geral, pode-se dizer que a preposição to está ligada à ideia de direção ou movimento, muitas vezes equivalente à preposição a ou para no português. Enquanto for está relacionada à ideia de benefício, substituição, intenção ou predestinação, como o por ou para. “A dica é ouvir bastante as pessoas falarem, assistir a filmes e séries de qualidade e, treinando a habilidade de ouvir, o estudante ganha confiança e aprende a usar as preposições naturalmente. É importante saber que inglês aprende-se aos poucos, não existe segredo para aprender tudo de uma única vez”, reforça a professora. Não carregue seu sotaque para o inglês No português, a maioria das palavras termina em vogal e, mesmo quando terminada em consoante, a letra deixa de ser pronunciada em muitas regiões do país (como acontece com a letra r). É importante lembrar que, no inglês, fonética tem regras diferentes e o som das letras mudam. Jamais deve-se colocar o som de vogal no fim de uma palavra terminada em consoante (como Facebook, work etc.) - isso pode comprometer a transmissão da mensagem em uma conversa. A sílaba tônica também deve ser foco de atenção, pois pode mudar a palavra (no inglês, verbos e substantivos podem ser diferenciados simplesmente pela sílaba tônica). Ao estudar inglês, esteja aberto ao novo e fique atento aos falsos cognatos - palavras com grafia parecida e sentido completamente diferente (como pretend, que significa fingir e não pretender). Aposte na imersão cultural para aprender o idioma Explorar uma língua por meio da cultura é a melhor forma de aprender - essa é uma das vantagens do intercâmbio. Quando se observa a aplicação de palavras no dia a dia, o jeito como ela é pronunciada pelos nativos, a entonação e o contexto em que são usadas compreende-se facilmente porque são escolhidas em cada situação. A observação e exposição ao idioma contribuem para que o cérebro faça essas associações. Isso também é possível para quem decide estudar sem sair para um temporada no exterior, mas é preciso ler em inglês, assistir a filmes, participar de fóruns e atividades que promovam o contato constante com o idioma com pessoas de diferentes nacionalidades. Use as aulas apenas como complemento No Brasil, os estudantes dedicam-se cerca de duas horas na semana ao inglês e não buscam outras formas de ter contato com o idioma. Por mais que isso aconteça duas vezes na semana, não é suficiente para um aprendizado eficiente ou rápido. Já os intercambistas, embora possam estar mais expostos ao inglês, insistem em se comunicar em sua língua nativa com outros brasileiros no exterior. Mesmo no intercâmbio, com 15 horas semanais de curso, a sala de aula representa apenas 20% do aprendizado. “Como as relações acontecem de forma mais fácil com conterrâneos, acabam indo a festas brasileiras com brasileiros, almoçando comida brasileira, falando português e fazendo tudo o que faziam no Brasil. A maioria não vive a cultura local, não pratica o idioma como deveria. E esquece que o segredo para um bom aprendizado é aplicar o que se aprende de forma imediata e constante”, analisa Sônia. As aulas devem ser complemento para tirar dúvidas e ter acesso a novos tópicos de estudo, mas não podem ser a única fonte de aprendizado.
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