Ronald Kraag

Ilhabela perdeu na madrugada da terça-feira (1º/12) um dos seus filhos mais ilustres, o caiçara Benedito Amaral, popularmente conhecido por “Seu Amaral”, vítima de câncer. O velório foi realizado no Cemitério Municipal de Ilhabela, na Rua Antônio Lisboa Alves, 200, no Centro. O enterro transcorreu as 17h da terça.

Nascido em 7 de setembro de 1926, no bairro da Cocaia, ou antigo Morro do Espinho, Benedito Amaral era casado com Maria Terezinha Amaral, com quem teve seis filhos, sendo três filhos e três mulheres, 12 netos, três netos e 8 bisnetos.

Amante da terra natal, antes de chegar à profissão de carpinteiro trabalhou em diversas atividades, de bagaceiro nos engenhos de cana, passando pela construção da primeira balsa que fazia a travessia do Canal entre São Sebastião e Ilhabela até a construção das seis pontes que fazem a ligação do norte ao sul de Ilhabela, nos bairros de Borrifos, São Pedro, Taubaté, Barra Velha, Itaguassú e Santa Teresa.

Benedito Amaral também ajudou a reformar a escola da comunidade tradicional da Ilha dos Búzios, construiu a capelinha de Nossa Senhora Aparecida, na Cocaia, foi encarregado na prefeitura na gestão do prefeito Eurípedes Ferreira da Silva e prestou serviços ao Yacht Clube de Ilhabela. Um dos seus maiores feitos foi servir a Força Aérea Brasileira por cinco anos, entre 1948 e 1953, onde foi considerado um dos melhores soldados da época.

Aos 89 anos, Benedito mantinha na memória fatos marcantes de sua história, que se misturavam com a trajetória do arquipélago, em riqueza cultural tão fortes que não são possíveis traduzir em palavras. O exemplo de vida desse caiçara enchia de orgulho o coração não só da família, mas de toda gente da ilha, sejam os nascidos ou quem escolheu Ilhabela para viver. Em setembro deste ano, Benedito Amaral foi agraciado com o Título de Gratidão Caiçara, outorgado pela Câmara Municipal, por iniciativa do sobrinho Cleison Ataulo Gomes (PRB).