Os vants (Veículos Aéreos Não Tribulados) ganharam popularidade pelas belas imagens que captam em festas de casamento, aniversários e viagens. O instrumento também é amplamente utilizado na teledramaturgia e no jornalismo brasileiro. O que muita gente ainda não sabe é que os drones, como também são conhecidos esses veículos, poderão ser responsáveis por um mercado que deve movimentar milhões de reais nos próximos anos no país. O uso de vants vem ganhando novas aplicações, além das popularmente já conhecidas. Eles podem agilizar processos, reduzir custos, ampliar oportunidades de negócios e contribuir para o desenvolvimento tecnológico. No Brasil, uma das mais importantes iniciativas de aplicação civil dessas aeronaves começou a ganhar força a partir do ano 2000, com o Projeto Arara (Aeronave de Reconhecimento Autônoma e Remotamente Assistida), desenvolvido em parceria do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (UCMC-SP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A proposta foi aplicar essas aeronaves em pesquisas de agricultura de precisão. A Santos Lab também faz parte dessa história, com a produção do Carcará I, um vant especialmente produzido para o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), que está completando 10 anos em 2016. Nesse período, desenvolvendo novos produtos, com inovações tecnológicas, que colocaram nossas aeronaves não tripuladas em patamares internacionais. Nos próximos anos, o mercado brasileiro de drones deve passar por grandes transformações, principalmente com a regulamentação prevista pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). As empresas terão maior segurança jurídica na aplicação dessas ferramentas voadoras, impulsionando as cadeias desse setor. As oportunidades devem surgir em várias frentes, como a produção de softwares – embarcados ou utilizados como instrumento de análise de imagens – no setor ambiental, agropecuário, de mineração, entre outas aplicações, como também na produção de modernos produtos. Na agricultura, por exemplo, os drones vem ganhando cada vez mais espaço e podem ser uma ferramenta poderosa para melhorar a produtividade do campo. Hoje, esses equipamentos podem fazer levantamento aéreo de extensas áreas cultivadas, identificando pragas e pontos de quebra de produção. A partir desses dados coletados por câmeras especialmente produzidas para esse procedimento, softwares analisam essas imagens e oferecem um perfil detalhado para o agricultor. De posse dessas informações, ele poderá agir de maneira cirúrgica na sua cultura, evitando desperdícios com a pulverização e tratando do problema no seu foco. O desenvolvimento do mercado de drones certamente propiciará ainda outras oportunidades no mercado brasileiro. A criação de novas profissões, até então desconhecidas, devem surgir com a alavancagem desse setor. Uma delas, a de piloto de vants, já chama a atenção de centenas de interessados em toda a parte do país, criando oportunidade de trabalho para muitos brasileiros. Cursos específicos na área de Engenharia, por exemplo, também devem ser criados de olho nesse setor. Com certeza, a expertise nacional vai contribuir que nossos vants alcancem voos muito altos. Nota do Editor: Gabriel Klabin, presidente da Santos Lab.
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