O Brasil vai ganhar um laboratório de pesquisa para a realização de exames de monitoramento das atividades relacionadas ao consumo de tabaco. Ele vai ser construído na cidade do Rio de Janeiro, e tem a proposta de ser referência para a América Latina. Segundo o Diretor da Agência Internacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Franklin Rubinstein, a elaboração do projeto do laboratório, que ficará sob responsabilidade da Anvisa e do Instituto Nacional de Câncer (INCA), deve começar ainda este ano. Só para esta primeira já foram destinados recursos da ordem de R$1,5 milhão. Ele disse o novo laboratório vai testar cigarros, cigarrilhas e charutos para comprovar as composições informadas pelas indústrias de tabaco. Hoje, esses testes são feitos em laboratórios internacionais a um custo muito alto. Franklin Rubinstein também informou que atualmente a certificadora internacional ISO é que estabelece os padrões para esta indústria, os quais são contestados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), "já que o Brasil só está representado na ISO pela a indústria tabagista, sem contar com a participação de governo e de órgãos de defesa do consumidor". Segundo a Coordenadora de Prevenção do INCA, Gulnar Azevedo, a maior parte da verba para o laboratório poderá vir da liberação do dinheiro depositado em juízo por indústrias de tabaco, que obtiveram uma liminar na justiça ao contestarem a legalidade da cobrança pela Anvisa das taxas de cadastramento e recadastramento anuais. A diretora do departamento "Por um mundo livre do tabaco" da OMS, Vera Luiza da Costa Silva, informou que o Brasil será um seis países do mundo, junto com a Índia e a Costa do Marfim, que devem construir um laboratório deste porte, conforme foi recomendado pela OMS.
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