É até compreensível que o PT esteja desorientado com o dilúvio de denúncias de extrema gravidade que atinge as suas principais lideranças. Mas não se pode assistir, passivamente, ao festival de mentiras enfileiradas no último programa de TV do PT estadual, transmitido na segunda-feira, dia 13. A mentira deslavada é um desserviço à democracia e um insulto à cidadania. Em respeito aos cidadãos de São Paulo, o PSDB presta alguns esclarecimentos.

O programa de TV do PT disse: "Depois de muito tempo sem sair do papel, as obras da Linha 2 do Metrô de São Paulo agora estão andando graças ao governo Lula, que liberou recursos do BNDES. A mesma coisa acontece aqui no Rodoanel. Durante muito tempo, o PSDB prometeu a obra, mas o governo FHC não liberava dinheiro. Foi preciso Lula assumir a presidência para garantir os setecentos e quarenta milhões de reais, que agora vão fazer a obra andar."

Aos fatos:

A extensão da Linha 2 (Verde) do Metrô, no valor de R$ 954 milhões, está sendo realizada exclusivamente com recursos do Governo de São Paulo. As obras foram iniciadas no dia 31 de março de 2004 e deverão estar finalizadas em dezembro de 2006. Nenhum centavo de dinheiro federal ou do BNDES foi aplicado na obra. O BNDES, sem nenhuma explicação técnica plausível, adia indefinidamente a assinatura de contrato de financiamento no valor de R$ 390 milhões, em atitude hostil com a população de São Paulo.

O Rodoanel, da mesma forma, não recebeu um centavo sequer do Governo Federal por iniciativa do Governo Lula. O Trecho Oeste, já construído, recebeu R$ 891,5 milhões de investimentos do Governo do Estado e R$ 397,5 milhões da União, sendo R$ 372,2 milhões no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Os R$ 25,3 milhões desembolsados no Governo Lula (1,9% do investimento) referem-se a restos a pagar de 2002, último ano do Governo Fernando Henrique. No início deste ano, tardiamente, o Governo Lula anunciou a disposição de liberar R$ 700 milhões para as obras do Trecho Sul, porém apenas R$ 34,2 milhões estão inscritos no Orçamento Geral da União deste ano. O Governo do Estado, ao contrário, já inscreveu no Orçamento de 2005 o valor de R$ 244 milhões para o início das obras.

Em sua total falta de compromisso com a verdade, o programa do PT diz, ainda, que teriam sido fechadas 140 escolas estaduais, e que R$ 4 bilhões deixaram de ser investidos na educação.

Aos fatos:

Entre 2001 e junho 2005, foram construídas 513 novas escolas estaduais; foram ampliadas 489 escolas já existentes e foram fechadas 55 escolas, geralmente por falta de demanda na região. Todas as escolas de lata foram substituídas por instalações dignas para alunos e professores. As novas escolas e as ampliações acrescentaram 6.481 salas de aula à rede estadual, o que equivale a 680.505 vagas novas.

Quanto aos investimentos, o PT de São Paulo deveria estar preocupado é com a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite ao Governo Lula gastar menos do que os 25% das receitas em educação, como manda a Constituição Federal. Em São Paulo, não há desvinculação, e os recursos aplicados em educação, em 2004, chegaram a nada menos do que 30,47% das receitas, totalizando R$ 12,2 bilhões. É com essa prioridade que a educação de São Paulo melhora em todas as avaliações realizadas, inclusive o SAEB do Governo Federal.

Cabe, por fim, lamentar que o debate político seja tão rebaixado pelo PT. Se o PT pouco faz pelos cidadãos que governa, deveria ao menos respeitar o trabalho realizado por outras administrações.

Nota do Editor: Antônio Carlos Pannunzio é Presidente do Diretório Estadual do PSDB-SP e Edson Aparecido é Presidente do Diretório Municipal do PSDB-SP.