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Política
22/06/2005 - 06h00
Sociedade exige nova roupagem para governo Lula
 
 

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, afirmou dia 17 que a sociedade brasileira exige do presidente Lula uma nova roupagem para o governo e os rumos de sua administração. "O governo exauriu a sua capacidade de administrar a situação que está colocada. Portanto, a única saída que ele tem para mudar a face de seu governo é por meio de uma ampla reforma ministerial, uma reforma que ele já tentou fazer e não conseguiu", afirmou Busato, acrescentando que desde o início de sua gestão a OAB vem alertando o governo para a necessidade urgente de uma reforma política.

O pedido de mudança urgente no Executivo foi feito por Roberto Busato em entrevista concedida à Radio Gaúcha. Na ocasião, o presidente da OAB afirmou que as denúncias feitas pelo deputado Roberto Jefferson, que culminaram no pedido de demissão de José Dirceu da Casa Civil, servem para se passar a limpo uma situação que todos acreditavam estar superada desde a CPI dos Anões, a CPI do Orçamento; "Tínhamos a esperança de ter solidificado, já naquela ocasião, a ética no Congresso Nacional".

Com relação ao pedido de demissão de José Dirceu, que agora retornará á Câmara, o presidente da OAB foi taxativo ao afirmar que o ministro deveria ter deixado o cargo desde a crise sobre o envolvimento do ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, com a máfia dos bingos. "Ele (José Dirceu) deixou o governo sangrando por muito tempo", afirmou Busato. "Desde então o governo não conseguiu recuperar plenamente a sua capacidade de demonstrar à nação o princípio ético que norteia a administração pública e deu no que deu".

Busato acredita que as investigações das denúncias feitas por Roberto Jefferson - de pagamento de mensalão de R$ 30 mil a deputados da base aliada - estão apenas começando e muito ainda tem de ser apurado. "Só esperamos que, ao final deste processo, saiamos com a tranqüilidade de que os fatos foram amplamente investigados e os que os culpados foram devidamente punidos dentro deste julgamento político que deverá ser procedido por meio de uma CPI".

Veja a íntegra da entrevista concedida pelo presidente nacional da OAB, Roberto Busato:

P - Como o senhor recebeu as últimas notícias da política brasileira, inclusive a saída de José Dirceu do cargo de chefe da Casa Civil?

R - Com preocupação, mas, ao mesmo tempo com naturalidade principalmente no tocante à saída do ministro da Casa Civil, José Dirceu. A sua saída do governo foi uma notícia esperada, já se sabia que o enredo posto há muito tempo. Entendo até que o ministro sai tarde, já devia ter saído, a bem do governo Lula, desde a crise envolvendo o seu ex-assessor, Waldomiro Diniz. Isso nós já vínhamos dizendo desde àquela época. Quando o próprio José Dirceu se classificou de incompetente por ocasião da crise envolvendo Waldomiro Diniz deveria ter, imediatamente, saído do governo. Ele deixou o governo sangrando por muito tempo. Desde então o governo não conseguiu recuperar plenamente a sua capacidade de demonstrar à nação o princípio ético que norteia a administração pública e deu no que deu. Houve o discurso inflamado do deputado Roberto Jefferson, que acusou frontalmente a dignidade, o caráter e a moralidade de um ministro que tinha a cara do governo, e acabou, definitivamente, sepultando a trajetória de José Dirceu dentro do governo brasileiro.

P - O presidente Lula avaliou que o gesto de José Dirceu, de pedir demissão, vai facilitar a disposição de alguns outros ministros do PT entregarem os seus cargos. O senhor tem alguma informação sobre isso?

R - Evidentemente que o presidente Lula tem que dar uma roupagem nova para o seu governo. O governo exauriu a sua capacidade de administrar a situação que está colocada. Portanto, a única saída que ele tem para mudar a face de seu governo é por meio de uma ampla reforma ministerial, uma reforma que ele já tentou fazer e não conseguiu. Eu acredito que muitas outras modificações deverão ocorrer no governo visando essa sustentação moral e ética perante o povo brasileiro.

P - O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou a convocação de dez parlamentares para prestarem depoimentos sobre as denúncias de pagamento de mesada para representantes da base aliada. Em tese, como o senhor vê isso?

R - A metralhadora giratória do deputado Roberto Jefferson atingiu uma série de parlamentares e eu entendo que essas denúncias devem ser profundamente investigadas e analisadas. Muitos nomes foram citados e esses nomes têm, de um lado, a obrigação de se explicar e, de outro, de promover as suas defesas em função dos ataques sofridos naquela ocasião. Acredito que as investigações estão apenas começando. Muita coisa tem que ser apurada, depurada. Só esperamos que, ao final deste processo, saiamos com a tranqüilidade de que os fatos foram amplamente investigados e os que os culpados foram devidamente punidos dentro deste julgamento político que deverá ser procedido por meio de uma CPI.

P - E a figura de Roberto Jefferson? Ele apareceu no governo Collor e renasce agora. Como o senhor interpreta esse cidadão?

R - Ele é um fruto desse modo esquisito que o PT adotou para governar a nação. Nós já vínhamos reclamando muito disso. Vínhamos reclamando de há muito dessas declarações infelizes do próprio presidente da República. Roberto Jefferson era uma pessoa que estava estigmatizada perante o povo brasileiro desde os episódios envolvendo a gestão do presidente Fernando Collor, embora seja detentor de legítimos mandados parlamentares há mais de 20 anos. Após o episódio envolvendo o ex-presidente Fernando Collor, Roberto Jefferson se transformou em um ícone de uma política danosa no aspecto ético e foi justamente na figura de Roberto Jefferson que o presidente Lula lançou um dos pilares da sua sustentação política. Disse inclusive o presidente que daria um cheque em branco para esse tipo de deputado e esse deputado encontra, então, legitimidade para ir ao Congresso Nacional, numa audiência de práticas de corrupção dentro da administração pública, e se torna o grande algoz do governo, o grande denunciante do governo, empunhando uma bandeira de moralidade. Esse é um grande paradoxo que o povo brasileiro pode verificar. Roberto Jefferson serve, neste momento, para novamente passarmos a limpo uma situação que acreditávamos que havíamos superado desde a famosa e triste CPI dos Anões, a CPI do Orçamento. Tínhamos a esperança de ter solidificado, já naquela ocasião, a ética no Congresso Nacional. Tal não ocorreu e tal deve ocorrer por ocasião desse momento político que vivemos.

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