Segundo pesquisa do IBGE realizada em abril de 2005 a taxa de desemprego no Brasil é de 10,8%, a maior desde setembro de 2004. O IBGE acrescenta ainda que no mesmo mês o desemprego atingiu 2,364 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas pesquisadas. Engordar esses números, sendo mais um desempregado sem fazer nada para mudar essa condição, não dá. É a hora de arregaçar as mangas e buscar uma nova oportunidade. O primeiro passo é distribuir currículos, visitar empresas, pedir ajuda a amigos e parentes, recorrer a agências de emprego e ficar angustiado esperando o telefone tocar. O tempo passa e ele toca. E toca uma, duas, três... várias vezes. Aparecem convocações para dinâmicas de grupos, testes escritos, entrevistas pessoais, mas a tão sonhada contratação não chega. Afinal, por que isso acontece? Onde está o problema? Segundo Wilson Mileris, consultor especializado em motivação, todo recomeço é difícil e o candidato não pode se desesperar. "Não adianta ficar angustiado e ansioso, pois o próprio entrevistador acaba percebendo essa ansiedade, e você pode perder oportunidades valiosas de se recolocar", afirma o consultor. Mileris lembra ainda que a angústia coloca o candidato no estado de excitação emocional, projetando um sentimento de ameaça já que ele contrapõe o futuro com a possibilidade de fracasso. "A ansiedade gera intranqüilidade alterando a afetividade do candidato e impede que o ele se mostre por inteiro", comenta. O mercado está cada dia mais exigente e a maioria das empresas procura profissionais que sejam dinâmicos, criativos e com um currículo recheado de competências. "Fazer acontecer, esses verbos definem bem o que o mercado busca. Insegurança ou comportamentos inadequados muitas vezes atrapalham o profissional na hora da entrevista e fazem com que ele seja descartado de uma vaga, que poderia ser sua", comenta Mileris. Outra necessidade que deve ser priorizada é a reciclagem. Um bom profissional não fica parado no tempo, portanto não adianta manter-se tranqüilo e seguro, se o currículo estiver ultrapassado. João Pedro Caiado, consultor em recursos humanos e especialista em serviços de headhunter e outplacement, diz que o correto é se manter atualizado com o mercado de trabalho e exercitar o hábito de procurar emprego sempre que necessário. Aprimorar o currículo também é importante. "Fazer cursos, assistir palestras e se especializar na área torna o profissional mais competitivo e mostra o quanto ele gosta e se interessa pelo que faz. Em uma seleção isso conta bastante", afirma Caiado. Segundo o consultor, iniciativa e flexibilidade também são atributos indispensáveis para a recolocação de trabalho. "As empresas buscam pessoas dinâmicas e que saibam resolver problemas ao invés de apenas apresentá-los", afirma. Os dois profissionais dão 5 dicas fundamentais para o sucesso em processos de seleção: - Mantenha a tranqüilidade; - Tente expor suas habilidades de forma clara; - Pesquise sobre a empresa. Assim você se mostrará interessado e conhecedor dos negócios da companhia; - Mostre-se com vontade e motivado a fazer parte da nova empresa; - Não minta na hora de atualizar o currículo. "Se o profissional estiver em conformidade com os itens acima e ainda assim não for aceito, tenho uma dica final: Não desanime nunca, mais cedo ou mais tarde você estará recolocado e nem vai se lembrar de todo o estresse que passou para conseguir um novo emprego. Lembre-se, isso também passará", conclui Mileris.
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