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Gastronomia
14/01/2018 - 05h50
A ótima culinária portuguesa
Ricardo Ferreira
 

“Lisboa bondosa, caminhando airosa e de braços abertos ao encontro do futuro, desenhado pelos novos intérpretes e atores da sua musicalidade e teatralidade. Cidade-Mãe, do seu ventre brotam os novos seres que habitam os bairros, as ruelas, becos, quintais com muitos aís do amanhecer, embriagado pelas noites longas, vividas e sentidas, passo a passo, nessa boêmia que o destino data e marca como se fosse proprietário e dono de tudo. Não é!!! Quem decide quase sempre é a Cidade-Mãe, generosa e caridosa, nossa presente e mui amada Lisboa” (excerto do livro “O Grande Banquete – Eles e Elas e os Risos do Fado”, de Ricardo Ferreira).

Portugal está na moda, já é moda em vários segmentos, mas o que chama a atenção dos cidadãos de outros países que o visitam para além da sua historia, cultura e monumentos é a sua afamada, notabilizada e deliciosa gastronomia.

Muitas são as matérias sobre a gastronomia portuguesa, dizendo que “a culinária portuguesa é um dos mais bem guardados segredos culinários da Europa”. Acho que sim. Que sensação tão boa para quem é português como eu (e não só) e aprecia a ótima culinária Lusitana.

Para quem não sabe, só existe um país na Europa onde se come mais peixe do que em Portugal, esse país é a Islândia. De acordo com imprensa e segundo o renomado Ferran Adrià Acosta, catalão e espanhol, chef do famoso Restaurante El Bulli em Roses, na Costa Brava, Catalunha, o melhor peixe do mundo vem da costa portuguesa. Há excelentes mercados, onde se compra toda a variedade de peixe, do saboroso robalo ao magnífico cherne, e os ímpares restaurantes espalhados por esse lindo Portugal, onde se pode degustar um singular peixe grelhado: Restaurante da Adraga ou Azenhas do Mar, em Sintra; Ribamar, em Sesimbra; São Roque, em Lagos; Restinga, no Alvor; Furnas, na Ericeira; ou a Doca das Cavacas, na Madeira Funchal.

As pessoas são seduzidas pelos pastéis de bacalhau com feijão frade, ou com o bacalhau à Brás, ou à lagareiro, ou com broa, ou à Zé-do-Pipo ou de qualquer maneira. O que interessa é provar e saborear as variadas formas e maneiras de preparar o bacalhau. Receitas não faltam e são dos tempos dos nossos ancestrais.

O azeite é sem dúvida o alicerce da cozinha. Seja o azeite da Beira Interior, do Alentejo ou de Trás-os-Montes, fica simplesmente maravilhoso por cima do bacalhau, de uma sopa, de um caldo verde, ou de uma fatia de pão caseiro e saloio saindo do forno a lenha.

A culinária portuguesa pode ser mais pesada no Norte do país e mediterrânica e leve no Sul, mas uma coisa une todos os portugueses: o cozido à portuguesa. Existem vários tipos de cozido: o do Alentejo, com borrego; o do Algarve, com grão e hortelã; o da Madeira, com batata doce; ou o das Furnas, cozido debaixo do chão, unicamente surpreendente.

Os deliciosos queijos portugueses... por que é que os queijos portugueses não são mais divulgados e noticiados pelo mundo? É um enigma digno de esclarecimento. Tantos e maravilhosos queijos: Queijo da Serra, Queijo de Azeitão de Palmela, Queijo de Nisa do Alto Alentejo, Queijo Amarelo da Beira Baixa, Queijo da Ilha de São Jorge, ou tantos outros. Podemos acompanhá-los com vinho do porto, vinho tinto, vinho branco (para quem gosta) ou marmelada.

Outra interrogação: se o risotto e a paella são famosos mundialmente, por que é que o arroz de marisco português não é conhecido internacionalmente? A bem dizer, ninguém consegue contestar nem rebater aquele maravilhoso arroz malandrinho, nem o delicioso sabor a alho, coentros e tomate, muito menos os sucosos pedaços de santola, camarão grande, lavagante e amêijoas. Não esquecer o meu predileto arroz de polvo, o deslumbrante arroz de pato, o fantástico arroz de cabidela ou o tão sonhado arroz doce que lembra as tardes de domingo em família.

Mais uma correção e constatação: Portugal tem o mais saboroso e suculento porco da Europa. O presunto de porco preto alentejano é tão bom ou melhor do que o presunto italiano ou espanhol.

Em Portugal cada região tem um prato típico que é exclusivo e delicioso. Quem não adoraria provar as Lulas do Correia, em Vila do Bispo; a Sopa de Cação do Porto Santana, em Alcácer do Sal; o Ensopado de Enguias, do Telheiro, em Aveiro; ou a Perdiz do Solar Bragançano, em Bragança?

O adjetivo “espantoso” pode ser usado para qualificar a multiplicidade de vinhos que tem um país tão pequeno como Portugal. Desde o vinho verde, passando pelo famoso vinho do Porto, destacando, os vinhos do Alentejo, do Dão, da Bairrada, do Douro (região de vinho demarcada mais antiga do mundo), até ao vinho de Carcavelos. Como sempre disse: “vinho com alma, só o português”.

Quem não se delicia com o Leitão da Bairrada, da Meta dos Leitões, na Mealhada, ou da Casa Vidal, em Aguada de Cima? Só de pensar naquele leitão com a pele estaladiça, o molho picante, as batatas fritas fininhas e o fantástico vinho frisante da Casa Sarmentinho, fico com água na boca.

Não podemos esquecer as festas dos Santos Populares (Santo Antonio e São João) durante o mês de Junho e as deslumbrantes sardinhas gordas e suculentas assadas na rua.

Dos caracóis às caracoletas, da excelente lampreia aos maravilhosos percebes, passando pelas línguas de bacalhau ou pelo pudim Abade. Os exóticos petiscos portugueses impressionam a tudo e a todos.

A doceria portuguesa é muito variada e deliciosa, por isso mesmo quem visita o pais (de Luís Vaz de Camões, o poeta da epopeia dos descobrimentos), descobre para além dos afamados e imperdíveis pastéis de nata, outros deliciosos bolos portugueses, como o bolo de figo, amêndoa e alfarroba do Algarve (uma delicia), o bolo de mel da Madeira, os pastéis de Tentúgal, o toucinho do céu, as barrigas de freira ou os meus preferidos, os Dom Rodrigos (obrigatório provar), originários da cidade de Lagos na região do Algarve, feitos à base de fios de ovos, enriquecidos com canela e amêndoas, enrolados em papel de cristal e embrulhados em papel de prata de várias cores.

Delícias portuguesas com toda a certeza. Aqui ficam algumas pequenas e saborosas sugestões. Aproveitem e deliciem-se quando forem a Portugal.


Nota do Editor: Ricardo Ferreira é escritor, consultor empresarial e palestrante. Nascido em Angola e criado em Portugal, mora desde 1994 em Salvador, Bahia. É autor da trilogia literária “O Grande Banquete” (composta pelos livros “A Transformação e o Templo”, “Viagens à Nossa Volta” e “Eles e Elas e os Risos do Fado”), em que faz viagens pela cultura e história dos três países que o formaram como cidadão e ser humano, em narrativas que transitam pelo limite entre a realidade e a ficção. Defensor da lusofonia, atua com o intuito de estreitar, a nível comercial, cultural e social, os laços entre Angola, Portugal e Brasil.

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