Algumas inovações que surgem no mercado não necessariamente têm a ver com tecnologia ou melhorias, muitas delas são apenas novos conceitos que envolvem as próprias mercadorias. O caso de um supermercado virtual americano tem chamado atenção por sua inovação. O negócio se chama Brandless, que em português significa “sem marca”. Em uma época onde a marca é imprescindível para o desenvolvimento de uma empresa, este comércio eletrônico tem inovado e lucrado muito com o diferente. No site é possível comprar de tudo, desde alimentos a produtos de higiene e beleza, porém, nenhum dos itens à venda possui qualquer logo no rótulo, tornando-o mais barato. Em tempos de crise essa ação seria uma inovação e tanto no Brasil, mesmo o nosso país não investindo em novidades. Contudo, a própria marca Brandless é uma patente registrada. O sucesso dos produtos se dá justamente na afirmação de que não é uma marca tradicional. Mas não é uma plataforma única, no Japão, uma empresa chamada Muji tem uma linha de vendas parecida com a Brandless. O que nos faz pensar, como as empresas lucram tanto com essas mercadorias? O produto oferecido não se modifica, não é inovador, não é diferente, porém passa a apresentar uma falsa ideia de que não possui marca alguma, mesmo possuindo. Isto é interessante, uma estratégia de marketing ousada, que apresenta o tradicional, mas ao mesmo tempo oferece um contraponto. Mas nós, consumidores, não nos enganemos, até mesmo por trás de uma marca “sem marca” existe uma empresa lucrando. O Brasil, segundo pesquisas midiáticas, é um dos cinco países mais consumistas do mundo. Será que a nossa economia deixaria uma inovação tão barata e usual competir no nosso mercado? Nota do Editor: Valdomiro Soares é presidente do Grupo Marpa - Marcas, Patentes & Gestão Tributária.
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