| Aaron Chang |  | | | Guilherme Herdy vence a primeira bateria nas ondas mais temidas do mundo. |
|
Depois de quase uma semana de espera, os melhores surfistas do mundo finalmente começaram a estrear na terceira etapa do ASP Foster’s World Championship Tour (WCT). As ondas ainda não eram as famosas mais temidas do mundo e as séries não passavam de 1,5 metro de altura, com as condições piorando tanto na maré cheia que os organizadores decidiram suspender a competição no sexto confronto do dia, quando os três competidores ficaram metade da bateria sem pegar nenhuma onda. Mas, alguns surfistas já arrancaram os primeiros high-scores (notas altas) do campeonato mais aguardado do ano e o primeiro deles foi o niteroiense Guilherme Herdy, que venceu a disputa 100% brasileira que inaugurou o Billabong Pro Teahupoo 2004 no Tahiti. Com a saída do vice-líder do ranking Joel Parkinson, que voltou para a Austrália para acompanhar o nascimento do seu primeiro filho, as baterias da primeira fase classificatória tiveram que ser refeitas e Herdy ganhou condição de cabeça-de-chave, sendo escalado junto com o paranaense Peterson Rosa e o baiano Armando Daltro na primeira bateria. A competição deve ser reiniciada às 8 horas desta quinta-feira no Tahiti, 3 da tarde pelo horário de Brasília, com transmissão on-line de imagens, as notas de cada onda surfada pelos competidores e locução especial em português de Roberto Perdigão no www.aspworldtour.com. "Estou muito feliz por ter vencido a primeira bateria do campeonato, depois de tanto tempo esperando para competir aqui", disse Guilherme Herdy, que há dois anos viveu um drama no Tahiti, estourando os tímpanos ao cair numa onda e depois ficando com a perna presa numa caverna na rasa bancada de corais de Teahupoo. "Desde que eu feri meus ouvidos aqui, venho trabalhando minha mente para poder enfrentar estes tubos novamente. O acidente me balançou bastante, mas consegui readquirir confiança para enfrentar esta onda de novo e estou feliz por conseguir estrear com uma vitória", contou Herdy, que registrou os primeiros recordes do Billabong Pro Teahupoo 2004 - nota 8,67 e 15,50 pontos - para ganhar o confronto 100% brasileiro da primeira fase. Armando Daltro totalizou 10,33 pontos em suas duas melhores ondas e Peterson Rosa marcou 9,83 pontos. O cabo-friense Victor Ribas, que estava escalado na primeira bateria, foi o cabeça-de-chave da disputa seguinte e por uma pequena diferença também acabou sendo mandado para a repescagem. O norte-americano C. J. Hobgood arrancou uma nota 7,5 em sua segunda onda e Vitinho ainda assumiu a ponta com uma nota 6,0 em sua quinta apresentação. A vantagem era bem pequena - 3,33 pontos - e o campeão mundial de 2001 fracassou em duas tentativas, mas na terceira seu esforço foi recompensado pelos juizes, que lhe deram uma nota 3,80 e a vitória por 11,30 x 10,83 pontos. O australiano Luke Hitchings terminou em último. A Austrália ainda sofreu mais quatro baixas nos dois confrontos seguintes. O norte-americano Tim Curran pegou o primeiro grande tubo do campeonato para bater todos os recordes do brasileiro Guilherme Herdy. Aumentou o de maior nota para 9,40 e o de pontuação para 16,07 de 20 possíveis para superar facilmente os australianos Darren O’Rafferty e Mick Fanning. Na seqüência, o havaiano Bruce Irons, irmão mais jovem do bicampeão mundial Andy Irons, também realizou uma grande apresentação para despachar Jake Paterson e Lee Winkler. Ele igualou os 15,50 pontos registrados por Guilherme Herdy na bateria inaugural do Billabong Pro Teahupoo 2004 e também confirmou o seu nome na terceira rodada da competição. Já o veterano Mark Occhilupo salvou a pátria aussie no primeiro dia, mas só conseguiu garantir a vitória em sua última onda surfada nos segundos finais da disputa que era liderada por outro australiano, Toby Martin. As séries já demoravam bastante para entrar em Teahupoo e poucas ondas foram surfadas, com o placar final ficando em 10,96 pontos para o campeão da primeira edição de uma etapa do WCT no Tahiti, em 1999, contra 10,86 de Martin e 9,00 pontos do sul-africano Greg Emslie. A sexta disputa por classificação direta para a terceira fase do Billabong Pro Teahupoo ainda entrou no mar, porém, atendendo as regras do circuito mundial, ela acabou sendo cancelada porque os três competidores - Taylor Knox (EUA), Kieren Perrow (AUS) e Alain Riou (TAH) - não pegaram nenhuma onda na primeira metade da bateria. Os organizadores ainda aguardaram um pouco para ver se as condições melhorariam, mas logo depois decidiram suspender a competição e anunciaram uma nova chamada para as 8 horas desta quinta-feira no Tahiti. Mais quatro brasileiros ainda não estrearam e o primeiro a competir será o catarinense Neco Padaratz, que tenta curar um grande trauma vivido em 2000 nas ondas de Teahupoo, quando quase morreu afogado ao ficar com a perna presa nos corais. No ano passado, ele desistiu de viajar horas antes do embarque e divulgou uma carta confessando o medo de voltar a enfrentar a onda mais temida do mundo. Ele está escalado na nona bateria, contra os australianos Taj Burrow e Shane Powell. Depois dele, o carioca Raoni Monteiro disputa a 11ª bateria e o pernambucano Paulo Moura e o potiguar Marcelo Nunes estão juntos na 12ª. Billabong Pro Teahupoo - baterias restantes da primeira fase 06- Taylor Knox (EUA),Kieren Perrow (AUS) e Alain Riou (TAH) 07- Michael Lowe (AUS), Richard Lovett (AUS) e Shaun Cansdell (AUS) 08- Andy Irons (HAV), Nathan Hedge (AUS) e Heimata Carroll (TAH) 09- Taj Burrow (AUS), Neco Padaratz (BRA) e Shane Powell (AUS) 10- Kelly Slater (EUA), Michael Campbell (AUS) e Hita Terinatoofa (TAH) 11- Dean Morrison (AUS), Raoni Monteiro (BRA) e Trent Munro (AUS) 12- Paulo Moura (BRA), Marcelo Nunes (BRA) e Troy Brooks (AUS) 13- Daniel Wills (AUS), Phillip MacDonald (AUS) e Eric Rebiere (FRA) 14- Luke Egan (AUS), Damien Hobgood (EUA) e Sunny Garcia (HAV) 15- Tom Whitaker (AUS), Kalani Robb (HAV) e Cory Lopez (EUA) 16- Pat O’Connell (EUA), Beau Emerton (AUS) e Nathan Webster (AUS)
|