Etapa inicial será nos dias 29 a 31 de julho na Praia de Camburi, em São Sebastião, e a novidade é a inclusão da categoria feminina no mundial. Billabong Pro Teen e Billabong Girls valem vagas para o Mundial profissional sub 20
O Brasil quer manter a hegemonia no Billabong World Junior Champs, o WCT para surfistas com até 20 anos de idade, criado pela Association of Surfing Professionals (ASP), entidade que comanda o surf mundial. Os brasileiros faturaram três dos seis títulos disputados até hoje, incluindo os dois últimos na Austrália, com os fenômenos Adriano de Souza, o Mineirinho, e Pablo Paulino. Este ano, as vagas da América do Sul serão novamente disputadas no Billabong Pro Teen Series 2005, que terá duas etapas no Brasil, prometendo disputas acirradas como foram em todos os anos desde que o Mundial foi criado em 1998. A primeira delas marcada para 29 a 31 deste mês na Praia de Camburi, em São Sebastião, litoral norte de SP, palco da etapa decisiva do ano passado. A competição, com 5 mil dólares de premiação, é aberta a surfistas de todo o continente com até 20 anos de idade e também define o campeão sul-americano da categoria. Para o Mundial, serão quatro vagas em jogo, na soma das duas etapas (a final está marcada para outubro em Santa Catarina). Eles se juntarão ao melhor brasileiro sub 20 no ranking WQS deste ano, a exemplo do que aconteceu com o catarinense Jean da Silva no ano passado. Os sete brasileiros que disputaram o Mundial na Austrália, inclusive os campeões Pablo Paulino e Adriano de Souza, continuam com idades para participar do evento. "As vagas regionais foram reduzidas de seis para cinco atletas, com um surfista vindo diretamente do ranking WQS e quatro dos qualificatórios locais. Uma oitava região, chamada ASP Internacional, está sendo introduzida para reconhecer nações emergentes e para fornecer a entrada direta para esses países, dentro de regiões que não têm o acesso razoável às séries qualificatórias", explicou o presidente da ASP Internacional, Wayne Rabbit Bartholomew. DISPUTA FEMININA TAMBÉM É DESTAQUE - Outra grande novidade é a criação do Mundial Feminino, que será disputado simultaneamente com o masculino em janeiro de 2006, na Austrália. "Após diversas discussões longas com a Billabong e, de acordo com o corpo de diretores da ASP, diversas melhorias estão sendo implementadas no surf júnior. Uma delas é o campeonato mundial júnior para mulheres. Serão duas surfistas por região, uma convidada do evento e uma da ASP, totalizando 16 competidoras", ressaltou Bartholomew. No Brasil, as seletivas femininas serão realizadas com as masculinas. O Billabong Junior Girls Series 2005 terá 2 mil dólares de premiação por etapa. Vale destacar que em 2003 a Billabong Brasil foi pioneira no segmento, realizando a disputa pro júnior para definir a campeã nacional, título conquistado pela paranaense Bruna Schmitz. "Na ocasião, já estávamos pensando no crescimento da categoria, saindo na frente e foi um sucesso", lembrou o diretor-técnico do Billabong Pro Teen, desde a sua criação, Daniel Friedmann. INSCRIÇÕES SÓ ATÉ O DIA 25 - Os surfistas que vão participar do Billabong Pro Teen Series e do Billabong Junior Girls Series podem se inscrever até o dia 25 na sede da ASP South America, à Praça Bento Silvério, 121, sala 6, na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Mais informações pelo telefone (0**48) 232-1009. As taxas são de 75 dólares para a disputa masculina e 35 para a feminina. O diretor-técnico dos campeonatos, Daniel Friedmann, avisa que não serão aceitas inscrições na praia. Mundial tem grande importância para o futuro profissional dos novos talentos O Mundial - Billabong World Junior Champs - será disputado novamente de 1º a 8 de janeiro, em North Narrabeen, Sydney, na Austrália, palco das três últimas disputas e onde Mineirinho e Pablo Paulino festejaram com a bandeira do Brasil. Estarão reunidos os 48 melhores da categoria masculina e as 16 selecionadas da feminina. O prêmio entre os homens foi aumentado para 48 mil dólares, enquanto que para as mulheres será de 12 mil. Além de entrar para a história do surf internacional, o campeão e vice do Billabong World Junior Champs ganham como bônus a oportunidade de participarem em rounds avançados (144) de todos os maiores WQS do Mundo - 5 e 6 estrelas - e Super Series, encurtando o caminho rumo à qualificação para o WCT. "Sem dúvida alguma, o ASP Junior World Championship é de suma importância para direcionar os novos talentos do surf mundial rumo ao WCT. Se fizermos uma breve retrospectiva das primeiras edições, veremos que elas foram vencidas pelo atual tricampeão do WCT, Andy Irons, e pelo australiano Joel Parkinson, o que mostra claramente que este é, sem dúvida alguma, o melhor caminho e a melhor iniciação que estes jovens talentos podem ter para consolidar uma carreira profissional brilhante", argumentou o diretor da ASP South America, Roberto Perdigão. Criado em 1998 pela ASP, o evento tem como objetivo estabelecer uma estrutura para os novos talentos, preparando para o início da carreira no Circuito Mundial. Uma mentalidade voltada para o planejamento da carreira e uma oportunidade de crescer em nível técnico e até físico. Isto porque cada vez mais cedo os surfistas estão deixando de ser amadores. A chegada no profissionalismo acaba, na maioria das vezes, sendo uma colisão com a falta de preparo psicológico, financeira e até física. Nomes de grande destaque - como o tricampeão mundial do WCT, o havaiano Andy Irons - já passaram pelo Pro Junior. Ele foi o 1º campeão, confirmando que a iniciativa da ASP gera resultados. No Brasil, também é possível ter esse parâmetro da fomentação de novos talentos. Dos seis brasileiros classificados e que disputaram o Mundial, cinco disputam ou já integraram a elite mundial do WCT - Paulo Moura, Marcelo Nunes, Yuri Sodré, Raoni Monteiro e Bernardo Pigmeu. Para chegarem ao Mundial, os surfistas disputam as seletivas regionais. No total, serão 26 etapas em várias partes do Mundo, 11 delas patrocinadas pela Billabong, que também realiza a grande final, desde a criação da disputa do título sub 20. Além disso, a marca é a patrocinadora de três disputas do WCT masculino e outras na feminina, com destaque para a competição de Teahuppo, no Tahiti. No Brasil, passou a realizar, com sucesso o WQS Billabong Costa do Sauípe, na Bahia. No time de atletas, conta com estrelas como Andy Irons, Joel Parkinson, Taj Burrow, Luke Egan, Mark Occhilupo, Shane Dorian, Mike Parsons, Tiago Pires, Shaun Cansdell, Vetea David e Keala Kenelly. Entre os brasileiros, destaques para os campeões mundiais pro junior Pedro Henrique e Pablo Paulino, o ex-integrante do WCT, Danilo Costa, e a campeão do Super Surf, Silvana Lima. Também estão na equipe Elisa Costa, Marina Werneck, Ricardo Wendhausen, e a nova geração - Filipe Toledo, Fabrício Caraça, Wladimir Perez, Nathan Brandi, Geórgia Paschoal e Gisele Garcia, que têm orientação do team manager Zé Paulo. ABERTURA NA CASA DA BILLABONG - A sede da etapa inicial do Billabong Pro Teen Series e Billabong Junior Girls Series este ano foi o palco da decisão das vagas para o Mundial em 2004. A Praia de Camburi também é a "casa" da Billabong, que montou no local um centro de treinamento completo para atender aos seus atletas. No ano passado, a etapa na Praia de Camburi foi um sucesso e coroou o talento de Hizunomê Bettero. O talento paulista de Ubatuba venceu a disputa e terminou o ranking brasileiro e sul-americano com o vice-campeão, atrás de Pablo Paulino, que posteriormente também levou o título máximo. Foram 112 atletas de 10 estados brigando para competir na Austrália. Além dos classificados, a etapa teve como destaques o Michel Roque, que viajou 48 horas de ônibus, de Fortaleza até São Sebastião, e trocou uma prancha de surf por hospedagem; e o pequeno Filipe Toledo, de apenas 9 anos de idade, o mais novo no evento. Já no Mundial na Austrália, Pablo Paulino, atleta Billabong e um dos mais radicais no momento - especialista em aéreos, não deu chances aos rivais. Antes mesmo da final, ele deu um show somando 18,93 pontos de 20 possíveis nas quartas-de-final. Depois, na final, superou com facilidade o havaiano Dustin Cuizon, para sair carregado pelos brasileiros Jean da Silva e Amani Valentin.
|