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Educação
12/09/2018 - 05h53
Atividades práticas ajudam a fixar o conteúdo
 
 
Benefícios incluem a formação do pensamento crítico, da autonomia e o incentivo ao debate, à união e à cooperação

Na missão de experimentar a terceira Lei de Newton e como forma de absorver melhor o conteúdo de Física, professores do Colégio Positivo, em Curitiba (PR), decidiram levar os estudantes do Ensino Médio para fora da sala de aula e promoveram um festival de foguetes no gramado da Universidade Positivo (UP). A atividade comprova a teoria que diz que toda ação corresponde a uma reação, com a mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário. Mais de 300 estudantes da primeira série do Ensino Médio foram desafiados a construírem seus próprios foguetes, utilizando materiais recicláveis, como garrafas PET, e lançando no pátio do colégio. A atividade incentiva os estudantes a aplicar conceitos da Física na solução de problemas e estimula a curiosidade e o uso do raciocínio lógico, além de promover o espírito de cooperação e a interação entre os alunos.

De acordo com o professor de Física, Paulo Hansen, colocar em prática os conteúdos teóricos significa extrapolar o rendimento. “Imaginar, visualizar, dar consciência para aquilo que está somente ouvindo, vendo e torná-lo palpável, num primeiro momento, parece ser uma coisa difícil. Mas quando é possível experimentar e vivenciar, aí sim o ganho para o estudante é gigantesco”, afirma. "No ensino da Física, a alternativa de relacionar o teórico ao prático traz uma maior compreensão dos conceitos e também prepara os alunos para novos desafios, estudos e competências que serão fundamentais para resolução de problemas para a vida profissional”, assinala Hansen. Ele também utiliza outras aulas práticas, como uma caça ao tesouro para explicar vetores.

Outra atividade prática, programada para o último bimestre, é a competição de Objetos Flutuadores Não Identificados (OFNIs), para testar o Princípio de Arquimedes e outras leis da Física. Os estudantes são desafiados a projetar e construir uma canoa de garrafas PET para participar da competição que premia, no boletim, a equipe que conseguir atravessar mais rápido a piscina do colégio, sem cair na água e ainda apresentando os cálculos corretos. A estrutura das canoas é construída com base no princípio da hidrostática (pressão hidrostática, densidade e força empuxo) e no conteúdo ensinado durante o ano.

O professor de Física do Colégio Positivo, Fabiano Freitas, explica que o princípio do empuxo é usado em todas as embarcações, como barcos e navios e também em balões, tripulados ou não. "Para tirar do papel um projeto como esse é preciso, além das leis da Física, cooperação e trabalho em equipe”, reforça o professor. Ele vê as aulas ao ar livre como um excelente recurso para que o aluno compreenda o que está acontecendo ao seu redor "Aprender a teoria é experimentar conceitos de Física que estão relacionados no dia a dia. Nós somos Física pura, não tem como contestar isso. Levar o aluno a compreender noções de óptica, ondulatória, mecânica, experimentando, não tem preço”, garante Freitas.

Desmistificando a Matemática

A professora Marilda de Souza, que ensina Matemática no Colégio Positivo Júnior, acredita que por meio de atividades que fujam do padrão convencional é possível desmistificar a disciplina e conquistar a atenção e o envolvimento dos alunos. Em suas aulas são comuns abordagens inusitadas como a aula “Mergulho na matemática”, realizada na piscina do colégio, em que são trabalhadas questões de medidas, como comprimento, área e espaço. Outra aula que faz sucesso com os alunos é a “Matemática e Pizza”: a professora reúne a turma - em horário de contraturno - numa pizzaria. Lá, são abordadas todas as questões ligadas à atividade do estabelecimento, como custos, consumo, frações e porcentagens, fazendo os estudantes exercitarem os cálculos.

Para Marilda, é essencial para a disciplina de Matemática que o aluno vivencie o conteúdo, porque por meio da experimentação de conteúdos matemáticos, na prática, “o estudante pode fundamentar, evidenciar e provar que aquilo realmente funciona”, assinala. A intenção de levar o aprendizado para fora da sala de aula é tornar os alunos investigadores, protagonistas do trabalho, afirma a professora. “Essa linha de ensinar matemática é necessária, fundamental. Os alunos criam, elaboram e associam conceitos matemáticos teóricos na prática, atrelando a ideia de investigação com sentimento, emoção, envolvimento. A descoberta é essencial. E eles aprendem”, finaliza.

Na opinião da professora, a matemática é uma disciplina visual. “Cognitivamente, nosso cérebro precisa que vivenciemos e experimentemos situações para que ele consiga desenvolver sinapses do aprendizado”. Sendo assim, a partir do momento em que o aluno experimenta, na prática, alguns conteúdos matemáticos, faz observações e vivencia, tem mais facilidade de aprender e entender o processo. Para Marilda, hoje, o ensino de matemática é totalmente diferente, no qual os alunos são participantes ativos de descobertas. “Quem vive a história tem uma experiência muito mais forte do que aquele que vê ou ouve”, explica.

A professora do Colégio Positivo acentua que existem muitas formas de usar a brincadeira para ensinar e, por meio delas, o professor, sabendo fazer as perguntas certas durante a atividade, consegue resultados gratificantes e de uma forma mais prazerosa. “Tudo o que une emoção - fator primordial para o aprendizado -, envolvimento, que faz mexer com os sentimentos, torna a absorção do conhecimento mais concreta e efetiva”. Ela citou como exemplo a brincadeira de cabo de guerra como maneira de transmitir conceitos de álgebra. “Ao fim dessa atividade, uma aluna me disse, certa vez: 'agora sim eu me sinto pertencente à matemática'. Isso nos mostra que estamos no caminho certo”.

Benefícios para o aprendizado

Segundo a diretora pedagógica da Editora Positivo, Acedriana Vicente Vogel, o conteúdo do material didático levado para fora da sala de aula por meio de experiências práticas, tem inúmeros benefícios. Ela cita alguns:

1. As aulas práticas desenvolvem o pensamento crítico, incentivando o estudante a não aceitar uma informação sem refletir sobre ela para, dessa forma, percebê-la como verdadeira, a partir de argumentos e comprovações.

2. Auxilia no processo de desenvolvimento da autonomia dos alunos, reduzindo o papel do professor como centro do conhecimento.

3. Faz com que os estudantes absorvam a disciplina por meio da observação e da lógica, sem necessidade de recorrer à "decoreba" para se sair bem nas avaliações.

4. As aulas práticas representam excelentes oportunidades para que a turma se integre, já que essas atividades geralmente envolvem trabalho em equipe e discussões saudáveis que incentivam o debate, a união e a cooperação.

5. Essas atividades conectam o conteúdo didático com a realidade. Colocando a mão na massa, eles percebem a maneira como o conteúdo dos livros e apostilas está relacionado com o mundo e com o seu próprio cotidiano, passando a entender melhor o assunto - e de forma mais intuitiva.

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