Favoritos ao título são eliminados do SuperSurf de Saquarema. Campeão brasileiro e líder do ranking são barrados no Maracanã do Surfe
| Nilton Santos |  | | | Onda nota 10 do carioca Pedro Henrique, quando derrotou o atual líder do ranking brasileiro, seu grande amigo Marcelo Trekinho. |
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Depois de três dias de espera, o Maracanã do Surfe abriu suas portas para a estréia dos cabeças-de-chave do SuperSurf 2005, com a Praia de Itaúna apresentando ondas gigantes de 2 a 3 metros de altura no sábado de Sol e calor em Saquarema. Morador na cidade da Região dos Lagos do Rio de Janeiro, o carioca Pedro Henrique arrancou a primeira nota 10 desta terceira etapa numa esquerda fantástica e derrotou o atual líder do ranking brasileiro, seu grande amigo Marcelo Trekinho. Na disputa seguinte, o também carioca Leonardo Trigo despachou o defensor do título do SuperSurf de Saquarema e atual campeão brasileiro Renato Galvão. Com isso, Trigo eliminou os dois ubatubenses que já haviam sido campeões na Praia de Itaúna, pois tinha superado o Costinha nas pequenas ondas da sexta-feira. "Irado, Saquarema sempre abençoando a gente com estas ondas, não tem nem o que falar", disse Leonardo Trigo, que derrubou o campeão brasileiro com o placar de 11,07 x 9,13 pontos. "Estou amarradaço por ganhar do Renato Galvão, campeão brasileiro, muito bom e tomara que agora alguém resolva me apoiar né", pediu Léo Trigo, que não tem patrocínio e está participando do SuperSurf de Saquarema em substituição aos surfistas que não puderam competir nesta terceira etapa da temporada. PRIMEIRA NOTA 10 - Ele seguiu para enfrentar o também carioca Pedro Henrique nas oitavas-de-final, que tinha acabado de eliminar o atual líder do ranking brasileiro, seu grande amigo Marcelo Trekinho, com a primeira nota 10 nas poderosas esquerdas da Praia de Itaúna, que finalmente comprovou sua fama de "Maracanã" do surfe nacional no sábado. "Poxa, essa é a segunda nota 10 que eu recebo e a segunda que eu tiro aqui em Saquá. Adoro este lugar e acho que nunca mais saio daqui", vibrou Pedrinho, que há 6 anos mudou do Rio de Janeiro para Saquarema, que comentou sobre a onda que lhe rendeu uma nota 10 unânime dos cinco juízes. "Cara, eu vi que a onda ia dar uma armada boa, mas não sabia que ia ficar tão em pé e segurar o tempo certo para mandar as manobras. Mas, ela segurou e eu fui surfando bem à vontade e a onda foi maravilhosa, deu até um tubo e tudo mais, foi show", contou Pedro Henrique, que só lamentou ter que eliminar seu amigo. "É chato, mas se ele vencesse eu também ia ficar amarradão, pois torço por ele também. A gente entrou no mar para pegar as melhores ondas possíveis e eu estou precisando de pontos mais do que ele, pois eu não pude competir na primeira etapa e ele está lá na frente do ranking. Os dois saíram no lucro, só que eu continuo na etapa e espero seguir bem mais longe ainda", deseja Pedrinho. Com a eliminação do carioca Marcelo Trekinho, o baiano Flávio Costa assumiu a ponta do ranking brasileiro com a vitória sobre o cearense Heitor Alves duas baterias depois. "Há muito tempo não dava umas ondas tão boas assim. Estava precisando mesmo subir o mar para que a gente pudesse mostrar tudo o que treinamos e Saquarema provou mesmo que é o Maracanã do surfe, mandando altas ondas para a gente hoje, só que não estou preocupado com ranking não. Deus tem me abençoado bastante e só estou aqui seguindo o caminho que Ele tem traçado para mim", falou Flávio Costa. Com a subida do mar, os recordes do SuperSurf de Saquarema começaram a aumentar com a estréia dos principais cabeças-de-chave da temporada. O experiente paulista Wagner Pupo arrancou uma nota 9,57 para despachar a sensação Ricardo Ferreira, que vinha embalado com duas belas vitórias nas pequenas ondas da sexta-feira. "Quando eu cheguei aqui na praia hoje tomei até um susto, mas um susto de felicidade por saber que tinha onda. Aquela minha segunda onda foi muito boa, eu consegui acertar as manobras e tirei esse notão. O mar está de sonho para qualquer surfista, está maravilhoso lá dentro e espero que continue assim", falou Wagner Pupo, que avançou para completar uma bateria da "velha guarda" contra o carioca Pedro Muller, pois os dois disputam o Circuito Brasileiro de Surfe Profissional desde a sua criação em 1987. Outra disputa muito emocionante foi a que o catarinense Guga Arruda conseguiu superar o carioca Yuri Sodré nos segundos finais, quando pegou uma última onda que lhe rendeu nota 9,27 e ele precisava de 9,17 pontos para confirmar a vitória. Yuri vinha de um excelente resultado na África do Sul, onde conquistou a vice-liderança no ranking mundial do WQS e ele defendia a quinta posição no brasileiro no SuperSurf de Saquarema, onde foi semifinalista no ano passado. "Poxa, essa onda lavou a alma geral. A onda alucinante, grande, com velocidade e eu tive que arriscar tudo. Entrei na bateria com uma prancha menor, porque meus amigos disseram que eu tinha caído com uma prancha muito grande na primeira bateria que disputei hoje de manhãzinha (quando derrotou o gaúcho Rodrigo Dornelles). A pequena ficou mais radical, mas ao mesmo tempo eu cai em várias ondas, mas na última deu tudo certo, ela segurou e consegui o high-score que eu precisava para vencer", contou Guga Arruda, que ainda disputaria uma terceira bateria no sábado de séries pesadas de mais de 2,5 metros de altura na Praia de Itaúna, contra o paraibano Jano Belo nas oitavas-de-final. O SUPERSURF 2005 é organizado pela Editora Abril e ABRASP (Associação Brasileira de Surf Profissional) e tem como patrocinadores a Volkswagen, a TIM e as Sandálias Havaianas, além do apoio da Rip Coast-Renner, Gatorade, Revista Fluir e Waves/Terra. Esta terceira etapa também tem apoio da Prefeitura Municipal de Saquarema, Rádio Cidade FM e da Associação de Surf de Saquarema.
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