A catarinense Jacqueline Silva salvou a pátria no feminino, o paulista Adriano de Souza, o Mineirinho, também estreou com vitória e o paraibano Jano Belo foi o outro brasileiro que conseguiu avançar nas difíceis condições do mar da quinta-feira em Huntington Beach, na Orange County, Estados Unidos. As ondas não passavam de meio metro de altura e a situação ficou tão crítica que os organizadores do Honda US Open of Surfing decidiram adiar a realização da quarta fase masculina para esta sexta-feira. A expectativa é de que entre um novo swell na costa californiana para as disputas decisivas das duas provas com nível 6 estrelas que serão encerradas neste final de semana no maior palco do surfe norte-americano. Nove brasileiros estão entre os 48 melhores surfistas da categoria masculina e Jacqueline Silva agora é a única representante do Brasil entre as 24 que restaram na feminina.

A catarinense participou do segundo confronto do dia e teve sorte em achar melhores ondas do que as três australianas que enfrentou em sua primeira apresentação em Huntington Beach. Nicola Atherton ganhou a disputa pela segunda vaga de Kim Wooldridge e Carly Smith. Com a vitória, Jacque Silva agora vai abrir a terceira fase feminina do US Open of Surfing e terá que chegar cedo na praia nesta sexta-feira, para correr a primeira bateria do dia contra a havaiana Carissa Moore, a francesa Emmanuelle Joly-Thomas e a australiana Jessi Miley-Dyer.

A cearense Silvana Lima estreou na sétima bateria e faltou uma ondinha para que a campeã brasileira conseguisse se classificar. Ela defendia a quinta colocação no ranking do WQS, mas acabou barrada pela australiana Lyndsay Noyes na vitória da top do WCT, Melanie Bartels, do Havaí. A paulista Cláudia Gonçalves também não achou as ondas na nona bateria e terminou em último lugar na disputa em que a havaiana Rochelle Ballard e a australiana Sheridan Shields avançaram para a terceira fase.

Silvana Lima terminou em 25º lugar no US Open of Surfing, recebeu 350 dólares de prêmio e marcou 800 pontos no ranking do WQS, enquanto Cláudia Gonçalves ficou na 37ª colocação, levando 250 dólares e 500 pontos. Como consolo pela derrota, Claudinha viu o namorado Adriano de Souza estrear com uma bela vitória na primeira bateria masculina da quinta-feira na Orange County.

ATRÁS DA LIDERANÇA - Mineirinho é muito conhecido nos Estados Unidos e já foi campeão da categoria Pro Junior nas mesmas ondas de Huntington Beach. Ele superou até o top do WCT, Troy Brooks, com o australiano ganhando a batalha pelo segundo lugar do sul-africano Warwick Wright e do japonês Teppei Tajima. Com os 779 pontos que já garantiu com a classificação, Adriano de Souza ultrapassou o carioca Yuri Sodré e agora começa a defender a vice-liderança do WQS 2005 na Califórnia. No seu próximo confronto enfrentará o número 4 do ranking, Daniel Redman, da África do Sul, o vigésimo, Jarrad Howse, da Austrália, além da grande surpresa norte-americana, Eric Geiselman.

LÍDER X INVICTO - Duas baterias depois, o paraibano Jano Belo, ainda desconhecido no cenário internacional, entrou no mar com três australianos e voltou a apresentar seu repertório de batidas verticais e rasgadas executadas com muita pressão para garantir sua classificação. Ele perdeu a invencibilidade para o atual líder do ranking, Adrian Buchan, mas despachou Luke Stedman e Yadin Nicol da competição. Jano agora terá outra parada duríssima pela frente, pois vai ter que encarar dois tops do WCT, o ex-campeão mundial C. J. Hobgood e Kalani Robb, além do australiano Glenn Hall, que está na briga direta pelas 15 vagas para a divisão de elite do esporte, ocupando no momento a nona colocação no ranking do WQS.

Com o vice-campeonato conquistado no 6 estrelas da África do Sul, o alagoano Marcondes Rocha chegou nos Estados Unidos em 13º lugar na classificação geral das 17 etapas já realizadas. Mas, ele acabou sendo mais uma vítima da falta de ondas em Huntington Beach e terminou eliminado pelos australianos Adam Robertson e pelo próprio Glenn Hall, que passou em primeiro lugar. Depois, só teve mais uma bateria e a comissão técnica decidiu transferir a quarta fase para esta sexta-feira, pois as condições do mar já não ofereciam as mínimas condições para a prática do esporte.

BARRADOS NO ROUNDE 3 - Com a derrota, Marcondes então ficou em 49º lugar no US Open of Surfing, junto com o paulista Renan Rocha e os cariocas Marcelo Trekinho e Pedro Henrique, com cada um recebendo 900 dólares e 679 pontos. Também eliminados na terceira fase, mas só que na última colocação nas suas baterias, o carioca Raoni Monteiro e o paulista Heitor Pereira dividiram a 73ª posição na prova com outros 22 surfistas e cada um levou a premiação mínima de 800 dólares e 479 pontos.

Apesar das seis baixas, o Brasil apresentou um saldo altamente positivo, pois nove continuam na briga pelo título, que vale um prêmio de 15.000 dólares e importantes 2.500 pontos na corrida pelas quinze vagas para o WCT de 2006. Três brasileiros acabaram escalados juntos na quinta bateria, com o pernambucano Paulo Moura, o potiguar Marcelo Nunes e o cearense Dunga Neto tendo que disputar só duas vagas com o norte-americano Shea Lopez.

Já o atual vice-líder do ranking, o Mineirinho do Guarujá Adriano de Souza, o terceiro colocado Yuri Sodré, o também carioca Leonardo Neves, o baiano Armando Daltro, o paulista Odirlei Coutinho e o paraibano Jano Belo, estão sozinhos contra três surfistas de outros países nas suas baterias.