Os brasileiros seguem firme em busca de um terceiro título consecutivo no 6 estrelas do Japão. Nas ondas irregulares de 1,5 metro de altura da sexta-feira em Akabane Beach, apenas o potiguar Marcelo Nunes, finalista nas duas edições desta etapa em Tahara, foi o único que não conseguiu se classificar. Mas, entre os dezesseis melhores surfistas do Billabong presents Yumeya Tahara Pro a maioria é do Brasil, que tem sete atletas contra seis australianos, dois norte-americanos e um havaiano. Com tanta gente era inevitável que eles acabassem se cruzando e dois brasileiros foram escalados juntos em duas baterias, mesmo número de confrontos 100% australianos nas oitavas-de-final. Campeão dessa prova em 2003, Raoni Monteiro irá enfrentar o também carioca Marcelo Trekinho, dono da melhor apresentação brasileira na sexta-feira no Japão.

O outro confronto brasileiro será entre outro carioca, o bicampeão brasileiro Leonardo Neves, e o potiguar Danilo Costa, terceiro colocado em Tahara no ano passado. Léo Neves foi o primeiro a conquistar classificação para as oitavas-de-final. Ele disputou a primeira bateria do dia e tirou o último japonês da competição, Mineto Ushikoshi, para passar atrás do norte-americano Bobby Martinez, que em fevereiro venceu o Hang Loose Pro Contest nos tubos da Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha (PE).

DOBRADINHAS - Na segunda bateria, o natalense Danilo Costa tirou notas 7,5 e 7,0 e venceu a disputa, com o pernambucano Paulo Moura confirmando uma dobradinha verde-amarela sobre o norte-americano Ben Bourgeois. Na quarta, o paranaense Jihad Kohdr quebrou a invencibilidade do atual líder do WQS 2005, Adriano de Souza, mas os dois garantiram outra dobradinha vitoriosa sobre o australiano Nathan Webster.

Duas baterias depois o potiguar Marcelo Nunes entrou para enfrentar dois australianos numa das piores horas do mar, quando as ondas apresentavam-se bastante irregulares com as ondas fechando rapidamente. Vice-campeão em 2003 e quarto colocado na final do ano passado, Nunes não teve sorte na escolha das ondas, enquanto Adrian Buchan de tanto insistir achou uma que abriu até a beira, não desperdiçou a chance e com uma nota 8,17 garantiu a vitória, com Shaun Cansdell avançando em segundo lugar.

O MELHOR BRASILEIRO - Para compensar, na disputa seguinte o carioca Marcelo Trekinho realizou a melhor apresentação brasileira do dia. Mesmo assim, o australiano Glenn Hall largou na frente com uma nota 8,67 e liderou praticamente toda a bateria. Só que Trekinho igualou a nota 8,67 e a vitória foi confirmada com a segunda melhor onda de cada atleta. A do brasileiro foi um pouco melhor - 6,4 - e o placar terminou em 15,07 x 14,84 pontos. O português Tiago Pires não acompanhou o mesmo ritmo e despediu-se da competição em 17º lugar junto com Marcelo Nunes, com cada um recebendo 1.200 dólares e 1.125 pontos.

Na última bateria do dia, em mais um confronto bem acirrado, o havaiano Roy Powers conseguiu superar o carioca Raoni Monteiro por uma pequena diferença: 12,10 x 11,70 pontos. Mas, Raoni continua na busca por um segundo título no Billabong presents Yumeya Tahara Pro, pois o norte-americano Brett Simpson só marcou 4,17 pontos e acabou eliminado. Mas, com o segundo lugar Raoni agora terá que enfrentar o também carioca Marcelo Trekinho na segunda disputa 100% verde-amarela das oitavas-de-final.

OITAVAS-DE-FINAL:

1: Paulo Moura (PE) x Bobby Martinez (EUA)
2: Leonardo Neves (RJ) x Danilo Costa (RN)
3: Adriano de Souza (SP) x Chris Davidson (AUS)
4: Jihad Kohdr (PR) x Nathaniel Curran (EUA)
5: Shaun Cansdell (AUS) x Jarrad Howse (AUS)
6: Adrian Buchan (AUS) x Luke Hitchings (AUS)
7: Raoni Monteiro (RJ) x Marcelo Trekinho (RJ)
8: Glenn Hall (AUS) x Roy Powers (HAV)