O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, classificou dia 12 o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de frustrante e insuficiente para amenizar a crise. Ao contrário, "tornou-se mais um componente dela". Busato criticou o fato de Lula dizer que se considera "inocente e traído" mas não revelar por quem nem por quê. Para ele, não basta um simples pedido de desculpas, pois a sociedade continua perplexa. Segue declaração do presidente nacional da OAB, Roberto Busato: "O pronunciamento do presidente da República frustrou, mais uma vez, a expectativa do País, que acompanha, perplexa, o agravamento da crise político-institucional, iniciada há dois meses. O presidente se disse traído, mas não disse por quem, nem por quê. Não citou nomes, nem muito menos indicou providências, que é o que lhe cabe fazer, por força do cargo que ocupa. Não basta um pedido de desculpas à sociedade, que soou paradoxal, na medida em que, ao mesmo tempo em que o fez, se disse inocente e traído. O chefe da Nação é a referência da sociedade. É quem lhe indica o rumo a seguir. As acusações se agravam. Como se não bastassem as revelações do publicitário Duda Mendonça à CPI dos Correios, há a entrevista do presidente do PL, Waldemar da Costa Neto, afirmando que o presidente tinha conhecimento de todos os procedimentos irregulares na cúpula de seu partido. A fala do presidente não amenizou a crise. Tornou-se mais um componente dela. A sociedade procurou auxiliar o Presidente com medidas propositivas, mas infelizmente desconsideradas, o que demonstrou a sua falta de aptidão para conduzir a Nação ao restabelecimento da normalidade".
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