Karen Wilson      O brasileiro Diego Rosa no Rip Curl Pro Super Series, França.

Os brasileiros tiveram um bom início no primeiro evento com nível Super Series da história do WQS. O tradicional Rip Curl Pro Hossegor comemora sua 19ª edição promovendo o campeonato mais importante da divisão de acesso para o ASP World Championship Tour (WCT). Dos quinze que competiram na primeira fase, encerrada nesta terça-feira em ondas de 1 metro de altura em Lês Bourdaines, dez avançaram para enfrentar os cabeças-de-chave na segunda rodada, quando começa a ser distribuída a premiação recorde do WQS, de 150.000 dólares.

Dezessete brasileiros fazem parte da lista dos 48 surfistas que já entram com um mínimo de 800 dólares e 525 pontos garantidos na competição que dará ao campeão 20.000 dólares e 3.000 pontos que podem ser decisivos na classificação para a elite do surfe mundial. Apesar de três baixas, o catarinense Diego Rosa e o baiano Wilson Nora garantiram a primeira dobradinha verde-amarela para fechar a participação brasileira nas seis baterias restantes da primeira fase do Rip Curl Super Series que foram realizadas na terça-feira em Seignosse.

Como as condições do mar não estavam muito boas, os organizadores decidiram adiar a estréia dos cabeças-de-chave para quando as ondas apresentarem melhor formação, pois a 23ª etapa do WQS 2005 tem prazo até domingo para ser encerrada na França. As disputas podem ser acompanhadas em vídeo e locução ao vivo pelo www.ripcurlpro.com.

RECORDISTA - A competição mais importante da batalha pelas 15 vagas para o WCT de 2006 foi iniciada na segunda-feira, com o Brasil quase completando 100% de aproveitamento. O carioca Leonardo Neves realizou a melhor apresentação nas dezoito baterias disputadas, somando 16,77 pontos de 20 possíveis, recorde do campeonato até agora. No confronto seguinte, Pedro Henrique também ultrapassou a barreira dos 16 pontos com notas 8,33 e 8,00 em suas duas melhores ondas.

Dos nove que entraram no primeiro dia, sete avançaram para a segunda rodada e os 100% de aproveitamento só não foram confirmados porque o catarinense Jean da Silva e o paulista Beto Fernandes foram eliminados na última bateria da segunda-feira, por Jeremy Flores da Ilha Reunião e pelo australiano vice-campeão da primeira prova francesa da "perna européia", Nic Muscroft. O atual campeão brasileiro Renato Galvão e o alagoano Tânio Barreto, que neste ano mudou-se para a Espanha, também estrearam com vitórias e o cearense Dunga Neto e os catarinenses Marco Polo e James Santos classificaram-se com a segunda colocação nas suas baterias.

BRASIL X AUSTRÁLIA - Outros seis brasileiros participaram do encerramento da primeira fase nesta terça-feira. O paulista Odirlei Coutinho derrotou o japonês Teppei Tajima e ambos despacharam os australianos Matt Thompson e Jack Perry no primeiro confronto do dia. Mas o troco veio em seguida, com Luke Munro e Samba Mann garantindo 2 x 0 para a Austrália na disputa direta contra o cearense Pablo Paulino e o gaúcho Ricardo Azevedo. O placar aumentou na terceira bateria, com os australianos Shane Bevan e Jock Barnes tirando outro brasileiro da competição, o gaúcho Daison Pereira.

DOBRADINHA BRASILEIRA - Mas, para compensar, o catarinense Diego Rosa e o baiano Wilson Nora fecharam a participação brasileira na primeira fase com a primeira dobradinha verde-amarela no Rip Curl Super Series. A dupla superou o australiano Matt Jones e o venezuelano Justin Mujica, que compete por Portugal, completando assim o número de dez classificados para a segunda rodada.

Eles agora se juntam aos dezessete cabeças-de-chave do Brasil que já vão estrear com um mínimo de 800 dólares e 525 pontos garantidos no campeonato mais importante do WQS. Os brasileiros participarão de dezoito das 24 baterias, com três deles sendo escalados juntos no fechamento da fase dos 96 competidores. O confronto final já tinha o pernambucano Paulo Moura e o cabo-friense Victor Ribas como pré-classificados e terá ainda o baiano Wilson Nora disputando as duas últimas vagas para a terceira rodada contra o espanhol Pablo Gutierrez.

PARTICIPAÇÃO DUPLA - Outras sete baterias também terão participação dupla do Brasil. Na segunda, o paranaense Jihad Kohdr e o catarinense Marco Polo pegam o sul-africano Royden Bryson e o porto-riquenho Brian Toth. A sétima ficou formada pelo potiguar Danilo Costa, campeão do 6 estrelas do Japão na única vitória brasileira da fase mais decisiva do WQS, o paulista Renato Galvão, o australiano Adam Robertson e o português Ruben Gonzalez. Na nona, o niteroiense Guilherme Herdy e o catarinense James Santos enfrentam o australiano Glenn Hall e o havaiano T. J. Barron.

Depois, vem três baterias que marcarão a estréia de dois cabeças-de-chave do Brasil. O carioca Raoni Monteiro e o paulista Renan Rocha foram escalados juntos no 13º confronto da segunda fase e seus primeiros adversários serão o havaiano Mikala Jones e o australiano Jay Thompson. O baiano Armando Daltro e o alagoano Marcondes Rocha fazem suas primeiras apresentações no Rip Curl Super Series contra o norte-americano Mike Todd e Jeremy Flores, da Ilha Reunião, na 18ª bateria. E na 21ª, o carioca Yuri Sodré e o paraibano Fábio Gouveia começam enfrentando o australiano Shane Bevan e o franco-brasileiro Patrick Beven.

A última participação dupla do Brasil vai ocorrer na penúltima bateria, em mais um confronto direto contra os australianos, que venceram as duas primeiras etapas francesas da "perna européia" realizadas em Anglet e Lacanau. Depois de estrear com vitória na terça-feira, o catarinense Diego Rosa tentará outra dobradinha verde-amarela agora na companhia do potiguar Marcelo Nunes. Os dois terão como adversários Jarrad Howse e Beau Mitchell.

LÍDER DO WQS - Já em oito baterias, um brasileiro competirá sozinho contra três surfistas de outros países. É o caso do líder do ranking, Adriano de Souza. O paulista "Mineirinho" está escalado na 12ª bateria com o norte-americano Shaun Ward e os australianos Ben Dunn e Luke Hitchings. Já o recordista do Rip Curl Super Series, o bicampeão brasileiro Leonardo Neves, foi completar a 16ª e vai enfrentar o australiano Troy Brooks, o havaiano Pancho Sullivan e o espanhol Aritz Aranburu.

Confira abaixo a relação de todas as baterias envolvendo os 27 brasileiros na segunda fase. Os que conseguirem classificação entre os dois primeiros colocados já garantem um mínimo de 1.100 dólares e 935 pontos. Quem terminar em terceiro lugar nas baterias fica na 49ª colocação do Rip Curl Super Series e recebe 1.000 dólares e 815 pontos, enquanto os últimos ficam com 800 dólares e 575 pontos.

SEGUNDA FASE (96 surfistas):

01: Peterson Rosa (PR), Jamie O’Brien (HAV), Mikael Picon (FRA) e Dylan Graves (PRI)
02: Royden Bryson (AFR), Jihad Kohdr (PR), Marco Polo (SC) e Brian Toth (PRI)
03: Greg Emslie (AFR), Drew Courtney (AUS), Tânio Barreto (AL) e Antonio Bortoletto (AFR)
06: Tim Reyes (EUA), Russell Winter (ING), Dunga Neto (CE) e Alain Riou (TAH)
07: Danilo Costa (RN), Adam Robertson (AUS), Renato Galvão (SP) e Ruben Gonzalez (PRT)
09: Glenn Hall (AUS), Guilherme Herdy (RJ), T. J. Barron (HAV) e James Santos (SC)
11: Marcelo Trekinho (RJ), Kirk Flintoff (AUS), Dustin Cuizon (HAV) e Corey Ziems (AUS)
12: Adriano de Souza (SP), Ben Dunn (AUS), Shaun Ward (EUA) e Luke Hitchings (AUS)
13: Raoni Monteiro (RJ), Renan Rocha (SP), Mikala Jones (HAV) e Jay Thompson (AUS)
16: Troy Brooks (AUS), Pancho Sullivan (HAV), Aritz Aranburu (ESP) e Leonardo Neves (RJ)
17: Shaun Cansdell (AUS), Nathan Webster (AUS), Pedro Henrique (RJ) e Nic Muscroft (AUS)
18: Armando Daltro (BA), Marcondes Rocha (AL), Mike Todd (EUA) e Jeremy Flores (REU)
19: Daniel Redman (AFR), Bede Durbidge (AUS), Odirlei Coutinho (SP) e Luke Munro (AUS)
20: Luke Stedman (AUS), Bruno Santos (RJ), Teppei Tajima (JAP) e Samba Mann (AUS)
21: Yuri Sodré (RJ), Fábio Gouveia (PB), Shane Bevan (AUS) e Patrick Beven (FRA)
22: Roy Powers (HAV), Rodrigo Dornelles (RS), Jock Barnes (AUS) e Yerin Brown (AUS)
23: Marcelo Nunes (RN), Jarrad Howse (AUS), Diego Rosa (SC) e Beau Mitchell (AUS)
24: Paulo Moura (PE), Victor Ribas (RJ), Wilson Nora (BA) e Pablo Gutierrez (ESP)