Quiksilver Pro Japan é encerrado em ondas tubulares de mais de 2 metros de altura
| Pierre Tostee |  | | | O americano Kelly Slater no Quiksilver Pro Japan. |
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Pela segunda vez seguida os dois melhores surfistas do mundo se encontraram para mais uma decisão histórica no ASP Foster’s World Championship Tour 2005. Na África do Sul, o norte-americano Kelly Slater derrotou Andy Irons na etapa realizada pelo patrocinador do havaiano, a Billabong. Agora, em ondas fantásticas e tubulares com mais de 2 metros de altura no Japão, o atual tricampeão mundial deu o troco na mesma moeda ao faturar o título do Quiksilver Pro, da marca que patrocina o maior ídolo do esporte. Sua primeira vitória na temporada só foi conquistada no último minuto da grande final, quando Irons superou Slater num tubo espetacular que valeu nota 9,93. Ele já tinha recebido 9,5 pontos em outro tubão nas ondas impressionantemente perfeitas de Malibu Beach na segunda-feira (5), para fechar o placar em 19,43 x 18,06 pontos. Slater continua na frente do ranking e Irons agora entra na briga para tentar impedir o hepta do americano com um tetracampeonato. O próximo desafio começa no dia 13 em Trestles, na Califórnia, EUA. Com o título no Quiksilver Pro Japan, o havaiano diminuiu a diferença, mas Kelly Slater tem três vitórias na temporada e Irons só agora conseguiu a primeira para somar 5.796 pontos, contra 6.374 pontos do líder. O australiano Mick Fanning, que venceu duas das sete etapas realizadas, ocupa a terceira posição com 4.962 pontos e o brasileiro mais bem colocado é o potiguar Marcelo Nunes, que só aparece em 25º lugar, com 3.065 pontos. Além dele, apenas o paranaense Peterson Rosa está entre os 27 surfistas que garantem permanência na elite do surfe mundial pelo ranking do WCT. O tricampeão brasileiro está exatamente em 27º lugar e depois vem Paulo Moura, que levou o Brasil até as oitavas-de-final no Japão e subiu para a trigésima posição. O pernambucano chegou na segunda-feira ainda como recordista de maior nota do Quiksilver Pro Japan, com os 9,6 pontos recebidos em sua estréia na quarta-feira passada. Só que ele não achou as ondas contra o australiano Phillip MacDonald no terceiro confronto do dia em Chiba. Nas únicas três que pegou, conseguiu apenas 6,33 pontos na última delas, enquanto seu adversário tirou um 7,5 para garantir a vitória por 12,33 x 9,93 pontos. Pela nona colocação na prova, Paulo Moura recebeu 5.300 dólares de prêmio e marcou 600 pontos no ranking mundial. A ESTRÉIA DOS FINALISTAS - Na disputa seguinte, Kelly Slater começou a caminhada para sua quarta final na temporada derrotando o veterano australiano Mark Occhilupo, que está se despedindo do circuito mundial neste ano, por 16,16 x 10,67 pontos. O mar ainda estava em transformação, com as ondas subindo e a maioria das séries fechando muito rápido. O havaiano Andy Irons também estreou no último dia nessas condições, mas não teve dificuldades para superar o californiano Taylor Knox por 13,10 x 10,00 pontos. O melhor das oitavas-de-final foi o australiano Troy Brooks, que no confronto seguinte despachou o havaiano Sunny Garcia marcando 15,67 pontos. Nas quartas-de-final, o número 3 do ranking, Mick Fanning, perdeu o confronto australiano contra Toby Martin. Kelly Slater passou um sufoco para superar Phillip MacDonald por apenas meio ponto de diferença: 13,83 x 13,33 pontos. Já Andy Irons teve uma melhor apresentação na vitória sobre Troy Brooks por 17,17 x 15,10 pontos. E a disputa pela última vaga nas semifinais foi uma reedição da decisão do último Nova Schin Festival WCT Brasil, mas no Japão Tom Whitaker conseguiu derrotar o também australiano Taj Burrow, dono da única nota 10 recebida no Quiksilver Pro em Chiba neste ano. SLATER BATE RECORDE - Apesar da eliminação, Burrow ainda detinha o outro recorde do campeonato, com os 19,50 pontos que somou para despachar o brasileiro Victor Ribas na terceira fase. Só que esta marca foi superada no confronto seguinte, quando Kelly Slater apresentou o primeiro grande espetáculo do dia nos tubos de Malibu Beach. No melhor deles, o hexacampeão mundial recebeu nota 10 de três juízes e a média ficou em 9,97 pontos. Na onda seguinte, ultrapassou Taj Burrow em outro tubo que lhe rendeu uma nota 9,93 para totalizar incríveis 19,54 pontos de 20 possíveis. Toby Martin acabou sendo um mero coadjuvante na bateria. Na outra semifinal, Andy Irons manteve o ritmo e ganhou o segundo confronto seguido na casa dos 17 pontos, dessa vez somando 17,66 pontos na vitória sobre Tom Whitaker, que só conseguiu marcar 8,84 pontos nas duas melhores ondas que pegou. Com isso, ficou formado o confronto sempre aguardado por todos: Kelly Slater x Andy Irons. A torcida ignorou a chuva e lotou a praia para assistir a grande final do Quiksilver Pro nas melhores ondas da história do WCT no Japão. GRANDE FINAL - O primeiro grande tubo da decisão foi surfado por Andy Irons e valeu nota 9,5. Slater também pegou um logo depois, porém foi menos profundo e os juízes deram nota 8,83. Mas, o número 1 do mundo não demorou muito para pegar outro tubo, aplicar um longo floater na saída e arrancar nota 9,23. O havaiano ficou novamente na pressão, mas manteve-se calmo para aguardar uma onda com potencial para virar o resultado e ela veio no último minuto da bateria, com Irons realizando a melhor apresentação da grande final. Três juízes deram nota 10, dois deram nota 9,8 e a média ficou em 9,93 pontos que confirmaram sua primeira vitória na temporada por 19,43 x 18,06 pontos. "Estou amarradão em chegar numa final outra vez. Eu mudei minha prancha na hora certa, quando a maré começou a encher e as ondas iam entrando cada vez melhor", contou Andy Irons, que voltou a sentir a emoção de estar no alto do pódio numa etapa do WCT. "Eu estou muito feliz em vencer de novo. Fiquei numa pressão muito grande depois do Kelly pegar aquelas duas ondas seguidas. Eu sabia que precisava de mais uma nota alta e tive que ter muita paciência para esperar alguma coisa boa e sorte que veio aquela onda salvadora no finalzinho", falou Andy Irons, que faturou os 30.000 dólares oferecidos para o campeão do Quiksilver Pro Japan. Apesar da derrota, Kelly Slater ficou satisfeito com o resultado. "Eu estou feliz pelas três vitórias que consegui até aqui. No ano passado eu não venci nenhuma e agora estou liderando o ranking, mas ainda tem muita coisa pela frente. O Andy agora está na briga com esta vitória, mas ainda tem o Mick Fanning e o Trent Munro com boas chances. Acredito que Trestles vai ser um evento decisivo para todos", falou Slater, sobre o Boost Móbile Pro que será disputado entre os dias 13 e 18 de setembro em Trestles, na Califórnia, Estados Unidos. RANKING WCT 2005 - após 7 etapas 01: Kelly Slater (EUA) - 6.374 pontos 02: Andy Irons (HAV) - 5.796 03: Mick Fanning (AUS) - 4.962 04: Trent Munro (AUS) - 4.886 05: Phillip MacDonald (AUS) - 4.331 06: Taj Burrow (AUS) - 4.170 07: Cory Lopez (EUA) - 3.985 08: Joel Parkinson (AUS) - 3.957 09: C. J. Hobgood (EUA) - 3.956 10: Bruce Irons (HAV) - 3.911 11: Dean Morrison (AUS) - 3.899 12: Nathan Hedge (AUS) - 3.853 12: Frederick Patacchia (HAV) - 3.853 14: Tom Whitaker (AUS) - 3.807 15: Daniel Wills (AUS) - 3.658 16: Damien Hobgood (EUA) - 3.634 25: Marcelo Nunes (RN) - 3.065 27: Peterson Rosa (PR) - 2.971 30: Paulo Moura (PE) - 2.827 32: Victor Ribas (RJ) - 2.500 33: Raoni Monteiro (RJ) - 2.452 42: Renan Rocha (SP) - 1.760 45: Bernardo Pigmeu (PE) - 1.085 46: Guilherme Herdy (RJ) - 860
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