Em recente workshop na sala São Paulo, ao final dos trabalhos, a coordenadora perguntou aos participantes, todos professores, coordenadores e diretores de escola de ensino público ou privado, qual era a maior dificuldade encontrada por estes em sala de aula. Em uníssono, todos responderam que era o grande número de alunos por sala. Mesmo para aquelas escolas, que podiam contar com dois profissionais igualmente capacitados por classe, era complicado administrar dois grupos no mesmo espaço. A produtividade caía a números significativos e o principal prejudicado, sem dúvida, era o aluno. Quanto menor é a criança, mais dificuldades ela apresenta para discutir suas idéias, colocar suas dúvidas e vê-las solucionadas a contento. E então, por que os colégios, cientes destas limitações, se prestam a oferecer este tipo de serviço, sabidamente questionável? A resposta é uma só: porque os pais, responsáveis pelas crianças, pagam por serviços assim projetados sem criticá-los adequadamente. Como há muita desinformação, os pais acabam sendo seduzidos pela área da escola, pelos brinquedos à disposição das crianças, pelos computadores de última geração e se esquecem de olhar, com olhos críticos, as salas de aulas. É preciso observar se elas são bem arejadas, isoladas acusticamente, bem iluminadas e se a lousa está bem posicionada permitindo que todos tenham uma visão completa, sem torcicolos e sem nenhum tipo de distorção. É importante ainda, que as salas sejam espaçosas o suficiente para que as crianças possam movimentar-se. As carteiras, por sua vez, devem ser leves e ergonômicas. E por que tudo isto? Por que tanta exigência para com uma sala de aula? Porque será ali que aspectos do desenvolvimento cognitivo e aspectos do desenvolvimento intelectual terão lugar. Brinquedos, áreas livres e outros detalhes poderão ser encontrados em clubes, casas de campo etc., sem prejuízo para o aprendizado e para a criança. Já se as crianças são pequenas, uma área livre arborizada com brinquedos de trepar e um tanque de areia são condições essenciais. As salas de aulas devem ter livros e jogos ao alcance das mãos dos pequenos. Os banheiros, que devem ser sempre próximos às salas de aula, devem ser numerosos, limpos e com louça pequena e na altura correta para esta faixa etária, dando à criança a oportunidade de treinar a autonomia e a independência. A presença de um psicólogo, para orientação dos pais e mestres, e de um pedagogo garantem professores bem capacitados e na proporção correta para o número de crianças. Se o berçário serve alimentação, é fundamental a presença de um nutricionista que elabore cardápios balanceados e que supervisione as compras, o armazenamento, os preparos e verifique a aceitação ou não das receitas. Laudos do Corpo de Bombeiros e de laboratórios que atestem as instalações e a qualidade das refeições servidas, respectivamente, são itens que demonstram a preocupação da escola com a qualidade dos serviços oferecidos. Tudo isto os pais só encontram nos berçários autorizados pelas Subprefeituras e delegacias de ensino. Para quem quiser ter certeza que está fazendo uma boa escolha, o melhor é ligar para a Regional da Coordenadoria de Educação e perguntar quais escolas tem o alvará de funcionamento e são fiscalizadas, regularmente, pela Delegacia de Ensino. A partir daí, é só começar a pesquisar e ver por qual o seu coração bate mais forte. Isto garantirá um aprendizado com muito amor e carinho para seu filho querido. Fonte: Maria Guimarães Drumond Grupi é psicóloga, pedagoga e diretora do Ponto Ômega - Centro de Cuidados Infantis, em São Paulo.
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